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Crónicas da terra do faz de conta – Os sindicatos!

04-12-2015 - Francisco Pereira

Faz de conta que vivemos num país sério e onde a lógica e o bom senso fazem parte do quotidiano, infelizmente assim não é. Devo confessar que os sindicatos me provocam algum asco, passei pela experiência fugaz, uma semana se tanto, de ser sindicalista e percebi a dinâmica daquilo, o que me levou a criar anticorpos de repulsa em relação a centrais sindicais e a sindicalistas profissionais.

Os sindicatos herdeiros das tradições da guildas profissionais medievais, bebendo estas nas fontes antigas das “collegia opificum” da Roma antiga. Os sindicatos modernos viram a luz do dia nos meados do século XIX, filhos da Revolução Industrial que revolveu o Mundo. Na sua génese perseguiam a defesa do direito dos trabalhadores, espoliados e explorados como eram pelos modelos capitalistas selvagem que há 200 anos determinam a sorte de todos os que nascem neste planeta, hoje curiosamente voltámos ao mesmo.

Em Portugal é com o 25 de Abril que os sindicatos ganham relevância e são aceites como entidades que protegem os trabalhadores. Ora neste século XXI em que vivemos, os sindicatos estão de tal modo politizados e o seu modelo foi de tal modo subvertido que, as nossas duas centrais sindicais são só e apenas extensões dos partidos políticos que as promovem.

Essa obscena subversão, enviúsa completamente o objecto dos sindicatos, concedo que os haja a funcionar menos mal, mas o simples facto de estarem não ao serviço dos reais interesses de quem trabalha mas a soldo de interesses partidários é por si só factor de menosprezo da função desses sindicatos.

A legislação sobre sindicatos é demasiado permissiva e deveria ser alterada, os sindicalistas gozam de excesso de prorrogativas, que se entendem à luz de tempos revolucionários de antanho, mas impróprios para os dias que vivemos, dias de crise e de miséria.

Os sindicatos têm demasiado poder, tem demasiados vícios de forma e de conteúdo para puderem ser eficazes, os seus líderes estão demasiados acomodados aos seus cargos, é obsceno que sindicalistas profissionais mantenham vínculo à função pública em profissões que não exercem há décadas, era de todo urgente alterar a legislação sobre sindicatos e direitos dos sindicalistas, a bem da real defesa dos interesses dos que trabalham.

Tem os sindicatos demasiada relevância neste país, primeiro porque faz de conta que são sindicatos, quando da verdade são apenas extensões de partidos políticos, é como a dita Concertação Social, que querem fazer parecer uma coisa séria e importante, coisa que não é, a Concertação social é uma benesse que se entende dar a alguns sectores da sociedade, mas que os Governos podem passar bem sem ouvir, em Portugal faz-se de conta que o que importa não é importante para que aquilo que é irrelevante se aposse da importância que não possui. Somos portanto um país do faz-de-conta!

Francisco Pereira

 

 

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