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O desiderato de Crato

24-01-2014 - Francisco Pereira

Crato, sua, pinga em bica, perspira e transpira, Crato é bipolar? Será que temos durante o dia o Professor Crato e à noite o hediondo Doutor Nuno, a dicotomia do desnorte numa só pessoa, será que Crato sofre de défice de atenção, estrabismo, miopia ou é simplesmente mais um inepto dos muitos que tem passado pela pasta da Educação, incapaz de reagir aos grupos de pressão e de impor a sua voz no governo, porque apesar de tudo o ordenado lhe dá muito jeito e o estatuto também!

O desiderato de Crato é acabar com a escola pública! Esse tem sido o óbice dos governos do PSD, mas também de certa forma mais velada dos do PS. A escola pública democrática e niveladora, que até há uns anos ainda produzia cidadãos com alguma capacidade e qualidade cultural, de há uns tempos a este parte produz apenas autómatos, acéfalos e acríticos, como se vê pelos discursos e atitudes das juventudes partidárias dos partidos hegemónicos, regra geral a Educação dos últimos 10 anos produziu uma caterva de empertigados ridículos e patetas que engoliram as cassetes da nova ordem liberal do mundo e deixaram de conseguir pensar e sonhar.

Para atingir tal desiderato, Crato precisa de mandar os professores para o Hades, foi porém, momentaneamente tramado pelas instâncias europeias que o obrigam a contratar todos os professores que durante cinco anos seguidos tenham tido horário completo. Ora isto foi um grande bico de obra, vai daí que à pressa Crato engendra um concurso extraordinário, rebuscando o número de 2 mil profissionais a integrar nos quadros, porquê 2 mil, porque não 200 ou então 5 mil, parece que ninguém sabe a resposta. Crato socorre-se de uma realidade que é a falta de natalidade para justificar as parcas contratações.

Diga-se que por ora essa é uma falsa questão, é uma mentira. Temos efectivamente um problema demográfico, que com estas medidas ainda se agravará mais, mas se o Ministério da Educação e o Governo, realmente tivessem, como deveriam ter a Educação como prioridade, as turmas, não teriam 30 alunos, mas metade. Se a Educação fosse uma prioridade, não se teriam gasto fortunas colossais em Centros Escolares que mais não são que a face visível da imbecilização da Educação. Se a Educação fosse realmente uma prioridade, a lei de financiamento do ensino privado, essa verdadeira obscenidade, seria apagada da legislação.

Infelizmente Crato não tem nem capacidade nem coragem para afrontar os poderes por isso inventa. Façamos ora um exercício muito prático e coloquemos a seguinte questão. Fazem o concurso, admitem os 2 mil professores, e que vão esses professores fazer?

Dar aulas, dificilmente, porque os quadros estão ocupados e já existem muitos professores do quadro sem horário. Estes novos contratados, passarão então a ter horários zero, indo de seguida para a mobilidade, 2 ou 3 anos depois de terem sido contratados serão despedidos, é isso que irá acontecer!

Francisco Pereira

 

 

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