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O admirável Mundo da barbárie

20-11-2015 - Francisco Pereira

As nossas sentidas condolências aos familiares de todos os que pereceram em mais um exemplo de barbárie ignominiosa, bem como aos familiares dos atentados ocorridos na Nigéria.

Adormecidos que andávamos com a crise, artificial, de valores e por aí adiante, nacional e internacional, eis que os atentados de Paris nos fizeram acordar, “quem semeia ventos colhe tempestades”, cola-se aqui com muita precisão, mas desde o 11 de Setembro, ou ainda antes, a partir de 1991 com a primeira invasão do Iraque que a coisa prometia descambar, a célebre Cimeira dos Açores, onde vários patetas se juntaram para seguir o labrego mor, culminando o ajuntamento com a formação da coligação que destronou Saddam, fez o resto, eis-nos de novo acordados para o mundo e para a realidade cruel das seitas religiosas, e nada como uma carnificina no pátio da nossa casa para nos fazer estremecer, muito diferente de assistir no sofá às desgraças lá longe, através do ecrã da caixa mágica.

Já pouca gente se recorda de E.T. Lawrence, o famoso “Lawrence da Arábia” e dos seus Sete Pilares da Sabedoria, onde está descrito muito do inicial engasgo árabe e muçulmano, muitas das traições e mentiras que as potencias Ocidentais venderam a esses povos. Ainda menos gente recorda o tratado Sykes-Picot que retalhou o Médio Oriente e desfez os equilíbrios juntando xiitas, sunitas, alauitas, wahabitas, yahziris e curdos em países desiguais sem olhar às antigas delimitações e interesses tribais, foi o início da ruína.

A Europa, já esqueceu os tempos negros dos Baader-Meinhof, das Brigatti Rossi, da ETA e do IRA, estávamos esquecidos do Setembro Negro e do ataque ao complexo olímpico, dos atentados da Fatah e da OLP, e de como os Palestinos destruíram o Líbano, nós Portugueses esquecemos o êxodo de refugiados Libaneses que acolhemos na década de 80 do século passado, havia uma rapariga na minha turma de nome Fatimah, libanesa cristã maronita. Já esquecemos isso tudo.

Mas na sexta-feira passada em Paris todos esses espectros voltaram para nos assombrar. E voltaram essencialmente por causa da miserável e laxista Europa que tudo permite. Senão como é possível que no bairro de Molenbeek, quantos milhares de Molenbeek não devem existir por essa Europa fora, em plena capital desta espécie de Europa, onde apesar de ser proibido, mulheres andem de véu integral e de burka e que o bairro seja perigoso para mulheres ocidentais, isto só é possível porque temos uma Europa, fraca, mole, podre e que tarde ou cedo cairá!

Um destes dias, ouvia uma senhora “doutorada” a clamar por “políticas de integração” e mais isto e aquilo, apetece gritar-lhe, ó minha abécula não percebes-te ainda que esta gente não se quer integrar! Os que querem integrar-se, com maiores ou menos dificuldades conseguem-no, a maioria não quer integração nenhuma, quer apenas residir na Europa que lhes dá tudo, incluindo Democracia e Liberdade, morar nos seus guetos, de onde deviam ser expulsos e recambiados à mínima prevaricação e impedidos de cá voltar, nas suas “petits arabies” onde se comportam tal como se estivessem lá nos confins do Islão, os nossos conceitos dizem-lhes nada, e não isto não é xenofobia, é apenas constatar o óbvio!

Em relação a estes movimentos salafitas radicais temos de tirar o chapéu à Rússia, que certo ou errado, tem tido uma estratégia de relativo sucesso, por outras palavras, sempre que têm sido atacada, tem respondido de forma implacável e impiedosa, veja-se a Chechénia, exterminando todos os que possam ser uma ameaça sem dó nem piedade, pode ser uma estratégia primária, cruel, mas é de longe a mais eficaz, o resto são balelas desta Europa medíocre que não consegue sequer impor as suas leis, ou antes, consegue impor sim, mas apenas aos fracos, como nós portugueses.

Mas nós já vimos esta história anteriormente, o ISIS ou Daesh como preferirem, foi alimentado, treinado e financiado pelas potencias ocidentais, tal como foram os Talibãs afegãos ou mesmo a Al-Quaeda, os jogos “sujos” dos equilíbrios geo políticos e estratégicos dos Estados passam sempre ao lado dos processos de opinião pública, manipulada como é, a Democracia e a Liberdade, são coisas de somenos importância neste xadrez da política “underground”, senão poderíamos perguntar como têm conseguido os islamitas vender o petróleo, como têm conseguido obter armas e demais abastecimentos que necessitam para desencadear as suas ofensivas convencionais, sim porque no terreno o ISIS, utiliza as tácticas convencionais de qualquer exército, sigam o rasto do petróleo e descobrir-se-á a verdade, porque é que até agora ninguém o fez e todos se desculpam com o mercado negro e o contrabando?

O Ocidente têm um problema com o Islão, ou antes o Islão têm um problema com aquilo que considera atentatório da sua religiosidade e isso é indesmentível, mesmo que se diga que os radicais são minorias, sim os salazaristas também eram a minoria e no entanto foi preciso quase meio século para os apear, isso das minorias pacíficas é um mito inconsequente, que pode propiciar grandes desgraças.

Soluções para isto, são difíceis, complexas e dependentes de múltiplas cambiantes, sociais, culturais e religiosas, sendo certo que dificilmente veremos no nosso tempo de vida uma solução permanente e duradoura, será necessária muita compreensão de parte a parte, mas sem esquecer-mos que a Europa não pode ser complacente nem contemplativa em relação a religiões lunáticas e outros fenómenos subversores da Democracia, da Liberdade e do respeito pelos direitos das pessoas. “Em Roma sê, Romano”, e se não o quiseres ser, vai-te embora!

Francisco Pereira

 

 

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