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AMANUENSES

13-11-2013 - Henrique Pratas

Amanuense ou copista é aquele que copia textos ou documentos à mão. A palavra amanuense provém do latim amanuensis, por sua vez derivado da expressão latina "ab manu" (à mão).

Vulgarmente, considera-se amanuense o escriturário duma repartição pública ou estatal, que manualmente registra documentos ou os copia.

No Antigo Egito os copistas utilizavam como suporte para a sua escrita o papiro.

No Império Romano chamava-se amanuense (amanuensis) ao escravo que era utilizado como secretário do seu senhor ou proprietário. Começa-se a utilizar o pergaminho como suporte da escrita.

Na Idade Média muitos monges dedicaram-se a copiar livros. Eram os chamados monges copistas que também se distinguiram na iconografia.

O pergaminho é substituído pelo papel.

No Poder Judiciário, escrevente (escrivão) é o funcionário que cuida do andamento dos processos, juntando petições, digitando expediente (como mandados, ofícios, cartas, intimações etc.)

A utilização deste termo é mais utilizada nas forças militares, quando se coloca alguém a exercer funções de caracter administrativo, independentemente do posto acrescenta-se a palavra amanuense que define o conteúdo funcional.

Mas pegando no significado original da palavra e transportando-as para dias de hoje, assistimos que o conceito foi alargado e temos muitos mais amanuenses dos que tínhamos há uns anos atrás se considerarmos, aqueles que fazem “copy” (cópia) e “paste“ cola então temos uma enormidade deles.

Com a introdução dos computadores e dos seus sistemas operativos, permitiu que as pessoas perdem-se menos tempo a escrever um texto original e permitiu que se fizesse uma interrupção no mesmo e se continuasse no dia seguinte ao quando de novo a “imaginação” voltasse.

O aparecimento desta nova tecnologia trouxe claramente muitas vantagens, mas como se diz não há bela sem senão, além das facilidades trouxe também um aspeto nocivo que é o simples facto de se poder realizar cópias de vários sítios e colar, compondo o texto, alguns “artistas” apresentam-no como um texto escrito por eles e aqui é que está a perversão do sistema. A tecnologia que é colocada à nossa disposição é boa, mas os “espertos”, fazem uma má utilização dela e aquilo que é uma cópia de vários textos escritos transformam-se num original de um “inteligente”.

Já vi muitos trabalhos académicos e teses de mestrado em que esta técnica é utilizada e algumas com sucesso para quem os apresenta, mas a mesma não passa de uma subversão do sistema e para os medíocres é um instrumento que utilizam para deixar transparecer que produzem algo de novo, mas não, estão simplesmente a copiar as ideias de alguém que escreveu textos originais. Isto é fácil de detetar mas para isso é necessário ter conhecimento e ler muito, o que como sabemos não acontece no nosso País e a tendência é para se agravar. A utilização desta metodologia leva a que as pessoas não pensem, ou que não leiam e façam a sua interpretação e reescrevam um texto que pode ter ideias explanadas por outros. Outro facto importante é referir sempre as fontes e isto quem utiliza o processo descrito não o faz ou quando o faz não procede da forma mais correta.

Resumindo e concluindo os “amanuenses” não acrescentam nada aos processos criativos limitam-se a copiar o que lhes põem à frente e assim a pensamento não se desenvolve ou não se desenvolve à velocidade que seria desejável. Normalmente as pessoas que executam estas funções possuem pouca flexibilidade mental pois estão confinadas a copiar o que está escrito, criar, discordar, pensar de forma diferente não é com elas.

Face ao exposto só me resta escrever que tantos “ AMANUENSES”, no pior sentido da palavra, que este País tem.

Henrique Pratas

 

 

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