Alguém nos acode
06-11-2015 - Henrique Pratas
Após a catástrofe que se abateu sobre a região algarvia em particular em Albufeira e Quarteira, que só por si é de lamentar só faltavam as palavras do Ministro da Administração Interna que se deslocou ao local, para confortar os familiares do homem de 80 anos desaparecido e “avaliar” os prejuízos causados aos comerciantes e às residências das pessoas que habitavam nos locais onde se verificaram as maiores das calamidades.
De facto Rui Manchete encontrou uma personagem à sua altura, João Calvão da Silva, Ministro da Administração Interna se um diz disparates e outro não lhe fica atrás, vamos ver em que ranking conseguem ficar e quem consegue dizer mais disparates.
Como puderam ouvir o novo Ministro da Administração Interna, em primeiro lugar afirmou que os meus essenciais estavam disponíveis para ocorrer a esta calamidade e mais que as pessoas deviam fazer seguros. Será que o homem é promotor de alguma seguradora é que para fazer seguros primeiro lugar é preciso que as pessoas tenham dinheiro para os fazerem em segundo é necessário que as seguradoras estejam disponíveis para assumir os riscos.
Não contente com esta aleivosia logo de seguida afirma que o homem que faleceu foi para junto de Deus, pensava que vivíamos num estado laico, mas afinal já não sei que porcaria é esta onde vivemos. Também entendo para quem vá com intenções de confortar a família, não me parece que esta seja a melhor forma, Rui Machete não faria melhor.
Este Governo começa bem as suas funções não haja dúvida, mais a personagem remete a resolução desta situação para a próxima reunião de Conselho de Ministros, depois de avaliados todos os prejuízos. Podemos verificar que o homem é um homem de fé ou então está a enganar o pagode, porque das duas uma ou rapidamente são apurados os prejuízos e o Conselho de Ministros reúne de emergência, ou se demoram um pouco mais este Governo é capaz de já não existir.
Mais importante do que apurar os prejuízos seria avaliar as condições em que foram autorizados, a construir habitações e casas de comércio, tanto plano municipal e depois constrói-se em cima de linhas de água e colocam-se manilhas de escoamento de esgotos e água que não dão vazão quando chove um pouco mais.
Estas e outras responsabilidades deveriam ser apuradas e responsabilizar quem autorização a construção, os construtores e fiscais que dão parecer favorável a uma construção perfeitamente displicente, tendo apenas como objetivo poupar em materiais e fazer as coisas pelo mínimo e quando acontece fenómenos como estes ai daqui del rei.
Recordo-vos aqui o tempo do Marquês de Pombal que quando mandou construir a baixa pombalina, na cidade de Lisboa, fê-lo com ruas amplas para a época e com passeios na Avenida da Liberdade para que as pessoas pudessem passear, ao tempo quiseram enforcar o Homem porque construiu acessibilidades maiores do que as necessidades para a época, é nisto que distinguem os Homens com visão e aqueles que apenas olham para o seu umbigo. Apesar de estarmos sob um regime monárquico construíram-se ruas e edifícios com espaço e sobredimensionados para a época, mas pensava-se no futuro e no bem-estar dos cidadãos, hoje em plena República pensa-se mais nos bolsos de cada um. Esta é toda uma grande diferença entre os tempos de outrora e os dias de hoje. Não infiram desta minha afirmação que defendo um regime monárquico.
E nós que o que é que fazemos nada, deixamo-nos arrastar por esta incompetência que grassa neste País e deixamo-nos ir na “enxurrada”, acompanhado por este Governo “estável” indigitado pelo Presidente da República.
Henrique Pratas
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