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AO ESTADO A QUE CHEGÁMOS

30-10-2015 - Henrique Pratas

Ao começar a escrever este texto faço-o com alguma pouca força de vontade pois os desmandos praticados neste País nos últimos ultrapassam a capacidade de imaginação de alguém e sinceramente estou numa fase em que me encontro perfeitamente alheado de tudo, não convivo bem com mentiras, espertezas saloias e manobras de bastidores. Tal e qual como vos escrevi no meu texto anterior o Presidente da República fez aquilo que vos escrevi e foi mais longe do que eu esperava ou imaginei.

O discurso foi perfeitamente miserável, se foi feito com intenção não sei o que sei é que foi uma comunicação ao País que envergonham Salazar e Caetano, onde quer que eles estejam.

Para quem tem memória desses tempos, decerto não se recorda de um discurso tão miserável como aquele com que fomos presenteados pelo Presidente da República em exercício.

41 Anos depois do 25 de abril de 1974, regressámos de novo ao passado, onde impera o quero, posso e mando e o que designam por democracia, ultimamente “ normalidade democrática”, e faz-se o que alguém quer e não se respeitam os resultados expressos eleitoralmente e invoca-se a tradição para mandatar um Presidente de um partido que correu coligado com outro, não se sabendo exatamente quando vale um e outro, mas a tradição democrática impõe-se mesmo aos resultados que representam cerca de 51% dos eleitores que votaram. É certo que cada um deles apresentou-se sozinho a eleições mas face aos resultados não se podem entender nos pontos que consideram fundamentais para o desenvolvimento do País e melhoria das condições de vida dos seus habitantes.

Nunca esperei ver e ouvir semelhante aleivosia, mas como em tudo somos diferentes dos outros Países para pior, podíamos copiar aquilo que de bom se faz nos outros Países mas não temos sempre que caminhar por caminhos ínvios e distantes da realidade prática, para tentar impor a vontade de alguns com representação perfeitamente conhecida e circunscrita a poucos, mas com poder económico considerável.

Como assistiram invocarão mesmo a tradição nesta prática para justificar a abertura de um caminho que é o menos estável e de fiabilidade duvidosa, a não ser como o PS fez na anterior legislativa onde se absteve violentamente a algumas medidas propostas pela maioria PSD, CDS/PP, se isso acontecer o PS desaparece do mapa politico português, mas isso é lá com eles, eu como cidadão não me revejo nesta, forma, maneira de estar, provavelmente sou eu que estou errado, mas não estou à venda, não abdico dos meus princípios e valores e gosto de ser um Homem livre sem subordinação a qualquer tipo de dogma ou imposição, entendo que o diálogo deve ser privilegiado e fomentado entre os cidadãos deste País, já chega de atavismo o País tem que crescer cultural e economicamente, porque senão andamos sempre com desculpas inventadas, mentiras e processos menos claros e irresponsáveis, a divida pública e privada a aumentarem, nós a sobrevivermos em vez de vivermos e a adiar sempre as situações que temos que encarar de frente, relegando-as sempre para quem vier atrás.

Assim não vamos lá as vontades mesquinhas de alguns podem-se impor, a História dá-nos muito exemplos deste fenómeno, mas normalmente acabam sempre mal, entendo que devíamos olhar com mais cuidado para o passado, porque tirando a contextualização dos episódios as situações são semelhantes e há que aprender com os erros do passado, mas não o egoísmo, a ganância sobrepõe-se a tudo aos afetos, ao estar em sociedade, em fazermos deste País um País onde todos tenham as condições mínimas de vida e consideradas como essenciais para que se viva com dignidade e com prazer.

Isto é tão fácil de escrever, mas tão difícil de concretizar porque não existe vontade dos Homens para que este desiderato seja alcançado e assim sendo cá vamos nós vivendo um dia de cada vez na expectativa do que o dia a seguir não seja pior que o anterior, mas perspetiva de vida e objetivos futuros não nos dão, vivemos um tempo em que as incertezas se sobrepõem à nossa vontade, não passamos de objetos nas mãos de pessoas sem escrúpulos e de práticas de vida muito duvidosas, sem valores de qualquer natureza.

Mas é esta a realidade nua e crua mas se quisermos inverter esta tendência não podemos ficar de braços cruzados à espera que apareça um D. Sebastião, ou outra figura, que nos tire desta agonia em que sobrevivemos.

Henrique Pratas

 

 

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