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Novo Governo

23-10-2015 - Henrique Pratas

Da leitura dos resultados eleitorais e tem em conta o que se encontra consignado na Constituição da República Portuguesa e caso o entendimento entre o PS, a CDU e o Bloco de Esquerda venha a ser uma realidade entendo sem qualquer espécie de opinião tendenciosa deveriam ser convidados a formar Governo dado que a totalidade dos seus votos representam 51% dos votos, enquanto a coligação apresenta um resultado francamente mais baixo.

Ao escrever-lhes este pequeno texto não estou a tomar partido por esta ou por aquela decisão, estou apenas a olhar para a frieza dos números e o que eles nos dizem, caso haja um entendimento à esquerda os votos obtidos correspondem a 51%, o que traduz uma maioria. Por outro lado mal ou bem qualquer dos partidos que obtiveram esta percentagem de votos tinham um programa, apesar de divergentes, penso que é possível alcançar uma plataforma de entendimento estável para poderem exercer os cargos da Governação.

Da aliança PSD-CDS/PP, que eu tivesse conhecimento não foi apresentado aos eleitores nenhum programa de Governo ou qualquer intenção de políticas a desenvolver no novo quadro de Governação o que subentendi é que vai ser mais do mesmo, como diria Américo Tomás, vai ser a evolução na continuidade.

Mas como conheço de ginjeira o Presidente da República, sei que ele vai empossar o Presidente do PSD para formar Governo, por todas as razões e mais uma, o PS à semelhança do que fez em anos anteriores vai-se “abster violentamente” e o Orçamento para 2016 vai passar desta forma e este Governo tem como tempo de vida pelo menos 6 meses, dado que em termos Constitucionais, durante esse período de tempo não vai ser possível derrubá-lo. Entretanto estaremos em Abril/Maio de 2016, já com um novo Presidente da República eleito, que tendo em consideração a tendência de voto será Marcelo Rebelo de Sousa, quer queiramos ou não. De forma dissimulada o PSD e o CDS/PP vão apoiar o candidato que dá mais garantias de Governação, isto foi muito bem montado.

No dia em que lhes escrevo este texto o Presidente vai iniciar,como manda a Constituição, a audição dos partidos com representação na Assembleia da República e com a informação de que disponho vai ser muito difícil que se forme um Governo à esquerda, porque o programa do Governo que era para estar pronto na passada sexta-feira, dia 16 de outubro, não está e parece existir algumas divergências entre os partidos de esquerda.

A estratégia politica sobrepõe-se aos interesses do Povo e estamos reféns disso, já votámos em meu entender mal e com maior abstenção verificada até à presente data e escrevo, até à presente data, porque a tendência é para que a mesma se acentue porque existe um divórcio assinalável entre os cidadãos e os atuais partidos políticos verificamos que a coligação CDU, tem mais ou menos os seus votantes devidamente estabilizados, o Bloco de Esquerda, encheu mas vai esfumar-se em próximas eleições dado que não tem nenhuma estrutura de suporte sindical devidamente alicerçada como tem a CDU, fator que considero ser extramente importante para que exista um bom suporte em termos políticos. Nem o PS, nem o PSD, muito menos o CDS/PP têm esse suporte porque a União Geral de Trabalhadores, (UGT), é como um catavento ou se vira para um lado ou se vira para o outro, não se pode contar com eles para nada, quando se pensa que podemos contar com eles já se encontram a negociar com a parte contrária.

Eu que tive uma grande esperança que existisse uma união à esquerda constato que o passado não foi esquecido e que constitui um entrave para que seja estabelecido qualquer espécie de acordo, isto para não falar nas divisões internas que existem dentro do PS que em nada abonam a estabilidade do Partido para que se chegue a um acordo de princípios. Também vos escrevo que o PS a não conseguir um acordo com os partidos de esquerda, vai esvaziar-se como aconteceu com o PASOK na Grécia e com os restantes Partidos Socialistas, Francês, Italiano, Espanhol, vai-se reduzir à sua expressão mais ínfima.

Nós cidadãos cumprimos com a nossa obrigação que foi votar, enquanto isso nos for permitido, entretanto de soslaio o marcelismo vai-se entranhando nas nossas vidas e sociedade, vamos voltar aos tempos cinzentos perdendo desta forma inútil e por nossa causa o direito de ver a nossa vida a cores.

Henrique Pratas

 

 

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