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Refugiados

25-09-2015 - Henrique Pratas

Nunca pensei na minha vida assistir ao fenómeno que está a ocorrer em que milhares de pessoas decidem abandonar o País onde vivem para procurar meios de subsistência e uma vida com melhores condições de vida do que aquelas que têm.

Importa pensar nas causas que levaram a que isto acontecesse e aí vamos esbarrar em evidências que muitos tentam disfarçar que foi a tentativa de imposição a esses Países de uma suposta forma de democracia, pensada pelos EUA, Grã-Bretanha e Franceses. Com o pretexto de porem fim a ditaduras e sem olharem aos usos e costumes dos Países vá de impor por via da força, o que supostamente pensam que é o melhor para os cidadãos dos Países em questão, os seus hábitos e desejos não importam, alguém decide por eles o que é melhor e vá de impor pela via da força já que de outra maneira não o conseguem a designada Cultura Ocidental, independentemente de esta posição pela força ser uma negociata fabulosa para os Países que promovem estas “guerras” em nome de supostos interesses sem mácula a pretexto de um suposto desenvolvimento, onde são experimentadas e esgotados os stocks de armas, armazenados e que há que escoar e simultaneamente experimentar o que mais de recente se produz em termos de armamento.

Esquecem ou fazem por isso que no meio de todo este processo existem pessoas que estão incólumes e que nada têm a ver com todo este processo e que têm as suas crenças, querem viver a vida como entendem e que ninguém mas ninguém deveria ter interferido nesse processo, mas os senhores do Mundo não podem estar sossegados tanto mais quando há interesses financeiros por detrás de tudo isto, maldito dinheiro que move tudo e todos em prol de fazer tanta maldade única e exclusivamente com o objetivo de aumentar de forma desmesurada o capital, a opulência e a riqueza individual e transnacional.

As imagens que tenho visto trazem-me à memória as práticas utilizadas por Hitler na II Grande Guerra, mas isso foi nos anos 40, estamos no século XXI e vimos imagens muito semelhantes àquelas a que vos fiz alusão. O Mar Mediterrâneo está pejado de pessoas mortas que lutaram pela sua liberdade e condições de vida, as atrocidades que nos dão a conhecer os meios de comunicação social são perfeitamente indescritíveis e humilhantes da nossa condição de Humanos, isto não deveria estar a acontecer, mas está e para mim é simplesmente horrível e indesejável.

Apesar de estar consagrado ao nível dos princípios básicos da União Europeia, a livre circulação de pessoas, assistimos agora que o mesmo está a ser cerceado e mesmo alguns Países estão de novo a instalar fronteiras improvisadas através de métodos mais ou menos bruscos, nuns colocam os militares a colocaram arame farpado a uma altura e com uma densidade considerada como desmotivadora para quem queira entrar nesses Países para poderem chegar onde pretendem, as barreiras são muitas mas não vão conseguir travar o êxodo provocado por quem não tem soluções para o problema que criaram e impavidamente assistimos ao não funcionamento das Instituições criadas para atender a estas situações, fazem reuniões e mais reuniões mas decisões práticas nenhumas, mas aquelas pessoas não podem esperar por tanta aselhice e tanta incompetência.

Eu que já me desloquei a alguns dos campos de concentração criados no tempo dos nazis, já muito depois de estes terem sido desativados, mas permaneceu o espaço e a história não consegue apagar o que lá se passou, assim que entrei nalguns deles senti um frio na espinha, veio-me à memória os gritos daqueles que por lá passaram, em alguns deles estão patentes os cabelos que foram cortados, o que por si já é bastante elucidativo do que as pessoas sofreram e agora estamos perante a mesma situação, meus senhores as soluções urgem porque estamos perante seres Humanos e eu nessa qualidade tenho vergonha do que está a acontecer e muito mais, desacreditado pela incapacidade que os Organismos Internacionais criados para lidar com estas situações demonstram, não descarto também as responsabilidades dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos Países com assento na União Europeia e nos designados 10 Países mais ricos que não encontram, ou não querem, atingir uma situação de consenso para resolver a situação que eles próprios criaram.

Se isto foi feito para que se testasse a capacidade de resposta da União Europeia, está à vista que a capacidade de resposta é lenta se o intuito último foi a sua destruição não estão muito longe.

Hoje lembraram-se de criar quotas para repartir os refugiados pelos diferentes Países, mas que solução mais primária, não estamos a tratar com gado, são pessoas que estão em causa, a solução passa essencialmente por criarem as condições necessárias e suficientes para que estes possa de novo ao País que os viu nascer e para onde querem voltar e decidir o seu futuro à sua maneira e não como o Mundo Ocidental quer, chega de hipocrisia.

Para terminar só vos posso escrever que toda esta situação que está a ocorrer me deixa perfeitamente indignado, chocado e envergonhado como ser Humano que sou e acho que todos aqueles que integram este “grupo” possuem os mesmos sentimentos.

Henrique Pratas

 

 

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