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Eu não existo

25-09-2015 - Henrique Pratas

Poderá parecer-vos estranho o título que dei a este texto, mas foram precisos 59 anos para que chegasse a esta conclusão.

A esta conclusão e para quem teve a paciência de ler alguns dos meus textos eu fui educado para uma sociedade que se pautasse por valores, integridade, educação, profissionalismo e ética, onde o dinheiro apesar de ser importante para a vida das pessoas não é determinante.

Ora passados estes anos todos imbuído dos valores que me foram deparo-me com uma sociedade onde o dinheiro é que comanda tudo é óbvio que eu vivo numa sociedade à parte, que é a minha, cada vez que tenho que me confrontar com a sociedade real dá borrasca, porque em meu entender os valores estão todos subvertidos.

Ainda não perdi a esperança de ver um destes dias uns “humanoides” estilo parquímetro em que nós poderemos obter um amigo por um determinado período de tempo mediante o pagamento da quantia correspondente. Para a maior parte das pessoas isto vai ser ótimo, porque têm um “amigo” que não o contraria, que faz tudo o que lhe mandam, obedece cegamente ao que lhe pedem e não pensa e isto é muito importante, que bom que vai ser para certas pessoas.

Mais uma vez eu estou fora desta onda, não tenho nada a ver com isto e cá continuarei a ser como sou a gostar de pessoas ao vivo e a cores, com todos os seus defeitos e virtudes e sobretudo com capacidades essenciais para mim como a de pensar, sentir, agir e com a capacidade de emitirem opiniões mesmo que não sejam iguais à minha, mas têm opiniões, pensam e equacionam a forma de melhorar os seus níveis de vida.

Mas mais uma vez reitero não existo, não sou como a maior parte das pessoas, quero ser livre, pensar e ter boas “discussões” com PESSOAS, é certo que o meu “campo de atuação” está cada vez mais restrito porque não posso falar com muitas pessoas porque elas não entendem o que digo e já não tenho paciência para lhes explicar de outra forma, quem quiser entender que entenda, quem não puder ou não quiser que fica na sua que eu ficarei na minha, mas sempre passível de alterar a minha forma de pensar sobre qualquer assunto ou matéria, porque entendo que nunca conseguirei saber tudo estou sempre a aprender quer com os mais e menos novos.

Face ao exposto estou fora desta sociedade que se pauta apenas pelo dinheiro, onde o que determina a importância das pessoas é a maior quantidade do vil metal que possuem.

Não é esta a sociedade que quero para mim só me restam duas alternativas, ou vivo com base nos meus valores ou como muitos fazem “aconchegam-se” à sociedade que hoje temos e vivem a sua vidinha, como acho isto muito redutor, a minha decisão é optar pela primeira, independentemente dos custos, chatices, incómodos que isso me traga, mas prefiro continuar a ser uma PESSOA e não um resquício.

Não terminarei este texto sem fazer uma pequena alusão a época eleitoral que vivemos, para mim uma lástima, aparecem os pretensos salvadores da pátria que só surgem nestas alturas o resto da sua vida andam à procura de um lugarzinho, para se poderem acomodar, fazendo as cedências que lhes são solicitadas e lá vão andando naquilo que pensam ser viver. As mentiras e as falsas promessas são mais do que muitas que vão apanhar muitos dos incautos que já foram “agarrados” nas legislativas anteriores, mas empurraram a sociedade para isto, para o favor, a cunha, o jeito, a porta do cavalo, o esquema e obediência cega.

É certo que uma sociedade assim não está de boa saúde, apesar de todos os índices que são enunciados diariamente e repetidos com regularidade, para que o pagode se convença que de facto no bom caminho, só que quem faz estas alusões não especifica que bom caminho é este, bom para quem?

Termino como comecei “ Eu não existo”, não tenho nada a ver com isto esta forma de ser e de estar não me diz nada os meus princípios são outros e enquanto o cadáver aguentar manter-me-ei fiel a mim próprio não me quero auto enganar, entretanto termino deixando a minha mensagem vejam bem e ponderem se vale a pena deixarem de ser vocês, próprios, para serem aquilo que outros querem que sejam, pesem muito bem os “custos” associados e vejam se vale a pena e são mais felizes sendo de uma maneira ou de outra.

Henrique Pratas

 

 

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