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Philogelos*

04-09-2015 - Francisco Pereira

Porque estamos no final da dita “silly season”, ou época pateta em português, época de férias, época que se pauta por ser mais descontraída e por as pessoas dizerem e fazerem as mais ridículas das patetices, olhem o Paulo Rangel e as declarações que fez sobre a Justiça naquela pategada da universidade de Verão, evento que lembra os campos de reeducação do tempo da revolução cultural chinesa, deve ter sido depois de almoço, pois o homem estava imparável, deve ter sido da sagria ou então está medicado e esqueceu-se de tomar a medicação, mas foi um excelente exemplo daquilo que é a época pateta.

Por estarmos pois no final dessa era pateta, lembrei-me de também enveredar por um lado mais descontraído e anedótico, daí o título do presente artigo, tomado de empréstimo a uma colectânea de anedotas escritas na Grécia antiga, que calha como ginjas pois vamos falar de uma anedota chamada “Autoridade do Estado”.

Se nos governos anteriores, o homicídio e abandono do interior do país, que se precipitou a agudizou com o grande timoneiro do disparate esse bom gasolinas de Boliqueime que hoje se arroga com desplante o direito de se armar em “guru” da Nação, com o actual governo a coisa atingiu os píncaros do insano.

A tal da “Autoridade do Estado”, manifestasse, no território, com a existência de agentes que representam a autoridade do Estado, o seu poder, administrativo, judicial, e por aí adiante, temos assim que os tribunais, as delegações dos ministérios, as repartições das Finanças, as forças policiais são, entre outros, sinais dessa autoridade de Estado, que com a presença dessas instituições afirma e confirma a sua autoridade no território.

Ora meus caros, se exceptuarmos Lisboa, com algumas excepções e o Porto também com algumas excepções, a tal “Autoridade do Estado”anda pelas ruas da amargura. O interior está à mercê do banditismo mais ou menos violento e as poucas pessoas que por lá vão resistindo, tendem a juntar-se em núcleos populacionais procurando a segurança do cardume, a Natureza é fantástica!

Um terço deste país voga entre o ermo e o limbo, o outro terço anda no estado do assim-assim, o terço costeiro lá vai parecendo funcionar. A culpa desta anedota chamada “Autoridade do Estado” é claro está do Governo. O Ministério da Administração Interna (MAI) é uma anedota, a actual ministra, é mais um daqueles erros que Coelho gosta de repetir, aliás este Governo está prenhe de gente que deixa muito a desejar, Cristas, Branco, Crato, Soares e a senhora Anabela Rodrigues são seres dignos de dó, seres dignos da nossa mais profunda piedade, pela pobreza de desempenho que revelam, e a coisa é de tal forma má que as suas acções despertam gargalhadas desmesuradas, com as ridicularias e as patetices que esta trupe de robertos anda a fazer numa coisa que se diz ser um Governo.

Com Miguel Macedo o MAI estava estabilizado, o homem, apesar de perceber tanto daquilo como de lagares de azeite, tinha conseguido calar o granel na caserna e tinha encetado diálogo com o sector, Macedo sai da forma indecorosa que sabemos e Coelho vai buscar aquela pobre alminha chamada Anabela Rodrigues, eu cada vez que vejo a senhora numa cerimónia, dá-me vontade de rir, eu até entendo que a senhora está há pouco tempo no cargo, mas quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.

Porque a pobre alminha não tem jeito nenhum para aquilo, não percebe patavina de administração interna e de forças policiais, e conseguiu o feito de colocar toda a gente contra ela, ao menos é coerente, ninguém pode com a senhora, ora digam lá se isto não é fartar de rir, um sai porque anda metido em galfarrices, a outra entra e mete as mãos pelos pés a cada passo que dá, sem acertar uma vez que seja, nem os Monty Python, nos seus anos mais delirantes, conceberiam algo assim.

As forças policiais são os agentes mais visíveis dessa Autoridade de Estado, que cada vez menos existe e que este governo miserável destroçou, os seus estatutos são uma horda incomensurável de patetices e disparates, ganham mal, não possuem recursos e à pressa para assegurar o apaziguamento de pelo menos um corpo policial, aprovam-se os estatutos da PSP, dividir para reinar, como têm feito sempre os governos, este não é diferente.

Este país é uma anedota, que faz rir de tantas e tão ridículas patetices que existem, a Autoridade de Estado é uma miragem, este Estado não tem autoridade nenhuma, este país é um poço sem fundo de palhaçadas que se cobrem de oiros e postiços para parecerem dignos de confiança.

A nós resta-nos ir rindo e fazendo de conta, empurrando com a barriga, os problemas que parecem não ter fim, certos porém da anedota pegada que é esta terra, onde o disparate não conhece limites, onde os patetas saíram dos manicómios e enxameiam as administrações públicas e fazem as vezes de honestos e diligentes administradores, e como não rir quando ouvimos o senhor Coelho a dizer que os governos não são locais para levar os amigos mas sim para os mais competentes, e quando olhamos para os casos de competência, como Relvas e outros que passaram ou estão no Governo não podemos deixar de achar que Portugal é uma grande anedota.

*Philogelos é a mais antiga colecção existente no mundo de anedotas, acredita-se ter sido escrito no século 4 AD.

Embora não seja o primeiro livro de anedotas que se conhece podemos encontrar menções de outros que se perderam, este é certamente a mais antiga colecção que sobreviveu até hoje.

Francisco Pereira

 

 

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