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Contos da (des)urbanidade

31-07-2015 - Francisco Pereira

Tudo aquilo que irei de seguida descrever, por incrível que possa parecer, decorreu num espaço de 48 horas, situações vividas na primeira pessoa e ou observadas, que servem para ilustrar o anedótico e surreal estado deste país que chamamos Portugal.

Um dos significados ainda que metafórico para a palavra “Urbanidade” é, “ O cumprir das regras da boa educação e do respeito no relacionamento entre cidadãos, juntando a Afabilidade, a Civilidade e a Cortesia no seio de gentes que vivem em comunidade. Começo por dizer que tais conceitos, cada vez mais, parecem ser conceitos arredios ao indígena local, que prima antes pela boçalidade.

Início o périplo pela labreguice local, recordem-se que tudo isto aconteceu num breve espaço de 48 horas, começo por um episódio delirante, em que vou de carro buscar um familiar, num rua cá da terra, parada à minha frente uma carrinha, à porta da instituição de onde essa carrinha é pertença, uma matrona mastronça, ali parado, espero que a mulher se decida, ao fim de 2 ou 3 minutos, vem dizer o seguinte;

– Estou ali parada porque está um carro estacionado que não me deixa fazer a curva, vou descarregar umas coisas e depois faço marcha-atrás, os senhores, é que vêm o que querem fazer!

- Fiz marcha-atrás e entrei por um sentido proibido, andei 20 metros e dei a volta, o tal carro que a mostrenga falou não existia e a carrinha cabia muito bem e faria perfeitamente a curva, eu devia era ter chamado a polícia, mas estava atrasado, a senhora como não estava para se chatear, os outros que se lixem, nem que para isso se arranje uma qualquer patranha, por incrível que pareça isto é uma atitude normal por aqui, arranjam-se todas as desculpas possíveis e imaginárias para lixar o parceiro.

Ainda estupefacto e mal refeito do banho de estupidez e má educação da mastronça da carrinha, sigo perto de um hipermercado cá da terreola, por uma rua paralela seguem a par duas indígenas dessas etnias de madraços que vivem de parasitar quem trabalha, empurrando carrinhos pela via fora, quem estava a sair do hipermercado ou quem vinha de carro na sua mão e na sua faixa de rodagem para entrar no hipermercado, teve de parar porque aquela procissão de estropicios, apesar da existência de passeios, prefere ir pela estrada, numa típica atitude de arrogância e falta de civismo desta laia de sevandijas.

Sigo por um passeio largo e bem cuidado, que apenas tem uma pecha, os carros estacionados, sim porque o caro leitor se vier cá visitar a terreola, reparará que os indígenas adoram entupir os passeios onde os peões tem de andar em autênticas gincanas a cirandar entre carros e muitas vezes a circular nas faixas de rodagem, porque os passeios estão sempre entupidos de toda a porcaria que se possa imaginar.

Vou a uma conhecida padaria local, cá fora, um cão preso perto da entrada e uma criança a fazer festas ao mesmo, lá dentro o dono do cão, como fiquei a saber posteriormente, e noutra mesa a mãe da criança, que aproveita o momento em que entro para chamar o miúdo, que solicito entra atrás de mim.

- Esteja descansada que o cão não morde – diz o dono do cão a sorrir para a mãe da criança.

- Eu não estou preocupada com o cão – diz a mãe – estou preocupada é com os carros.

Nisto o dono do cão olha para fora e sai a correr, conseguindo fazer parar a tempo o carro que em cima do passeio fazia marcha-atrás e atropelaria o cão e a criança se esta lá estivesse ainda, e ninguém tivesse dado por nada como poderia ter acontecido, foi um milagre o que ali se passou.

Foi também um excelente exemplo do que é a falta de urbanidade e do que é a incúria e o laxismo, pois ninguém põe cobro aquela situação, dado que os indígenas locais são uns asnos selvagens.

Tenho o leitor muito cuidado ao visitar aqui o burgo, os passeios servem para tudo inclusivamente e ocasionalmente para as pessoas passearem. Ali está uma desgraça à espera de acontecer e quando acontecer assobiarão todos para o ar.

Por último, conto a ocorrência cómica, que envolve também passeios e bicicletas. Passo a explicar, de há uns tempos a esta parte, surgiu a moda de andar de bicicleta em cima dos passeios, espere o digno leitor e tenha cuidado porque nesta terra as bicicletas estão isentas de cumprir ó código da estrada, e é ver as aves raras a circularem de bicicleta aos ziguezagues pelo meio das pessoas ou a surgir de um qualquer sentido proibido como se nada fosse, ora estando eu a desfrutar de um momento de pausa laboral, conversava com um excelente amigo, que tem o hábito de acompanhar o discurso com um largo gesticular, que reforça torna interessante e divertida a conversação, nisto um parolo pedalista aproxima-se sem que nenhum dos dois topássemos o marmanjo, o meu caro amigo faz um gesto mais largo com o braço e assenta uma valente cachaporrada na tromba do mentecapto que circulava de bicicleta por cima do passeio desarticulando o fantoche que se escaqueirou no chão.

Olhamos um para o outro, voltamos costas e fomos embora, o outro lá ficou a berrar impropérios, porque esta terra está transformada num ermo surreal de imbecilidade e cretinice sem par, onde a sem vergonhice é a lei, na falta de quem faça efectivamente cumprir a Lei.

E caro leitor; neste último episódio, ficou explanada outra característica, interessante do indígena local, a saber, se faz porcaria e é chamado à razão, nunca assume o erro e comportasse como um porco pulha, cuspindo insultos e ameaças, contra quem lhe aponta a falta, tenha pois cuidado ao reclamar de alguma atitude menos correcta dos sevandijas locais, e não espere que por serem “doutores” a coisa seja diferente, não, no que toca à boçalidade e falta de educação, por aqui isto é uma verdadeira irmandade de bestas!

P.S. – Aconselha-se também vivamente que não visite esta terra sem ter as vacinas em dia, é que isto por aqui está cheio de parasitas.

Francisco Pereira

 

 

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