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CUCOS

31-07-2015 - Henrique Pratas

Para além da ave cuco existem outros CUCOS bem mais prejudiciais que estes e que são alguns parasitas que pululam na nossa sociedade.

Escrevendo primeiro sobre a ave podemos de uma forma sintética defini-la como:

o cuco-canoro (Cuculus canorus) é uma ave pertencente à ordem Cuculiformes e à família Cuculidae. O nome "cuco" é onomatopaico e deriva do facto de o canto do macho ser composto por uma sequência de duas notas, que soam como "cu-cu". Em Portugal o canto do cuco faz-se ouvir sobretudo de finais de Março a meados de Junho.

É uma espécie parasita , o que significa que, em vez de construir ninho, deposita os seus ovos nos ninhos de outras aves, nomeadamente de pequenos insectívoros, como a ferreirinha-comum, o pisco-de-peito-ruivo e o rouxinol-pequeno-dos-caniços, entre outras espécies. As aves em cujos ninhos os ovos são colocados recebem o nome de hospedeiros e ficam com a tarefa de cuidar do jovem cuco até este ser independente. No fim da Primavera, a fêmea do cuco procura lares adotivos para os seus ovos. Quando encontra um hospedeiro apropriado, aves cujos ovos se assemelham ao dos cucos, ela espera até que o ninho deixe de estar vigiado. Retira então um dos ovos dos hospedeiros e põe um dos seus no lugar.

Os filhotes do cuco também já apresentam um estratagema de sobrevivência traiçoeiro, aparentemente gravado geneticamente, pois, segundo David Attenborough, apenas ao saírem dos ovos, empurram para fora do ninho os recém-nascidos autênticos de uma ninhada, tomando-lhes o lugar.

Olhando para esta definição e transportando-os para os seres humanos quantas similitudes existem entre o comportamento daqueles e as atitudes destes últimos. Como é do vosso conhecimento quantas “pessoas” tomam atitudes como a do cuco e que se aproveitam do esforço alheio para conseguirem viver sem qualquer espécie de problema e chatice, servem-se do esforço dos outros para poderem viver à boleia daquilo que os outros fazem, criam, imaginam, conquistam e desenvolvem é muito mais cómodo tomar uma posição de espectativa e ficar na retaguarda à espera que se abra uma janela de oportunidade para que estes se aproveitem do beneficio criado e ocupem indevidamente o lugar que não lhes compete, nem por direito próprio, nem por competência, mas a sociedade está cheia de cucos, chicos espertos e outras aves de rapina é por isso que não passamos da cepa torta. Havemos sempre de ser medíocres porque não temos uma postura proactiva, inovadora e com uma abertura para conversar sobre o que quer que seja, termos opinião própria, deixámos de pensar, somos fantoches nas mãos de quem nos Des) Governa e deixamos e alguns de nós até se sente muito bem nesse papel e estão mais felizes do que nunca, eu não consigo entender esta posição.

O futuro se é que nos é permitido nestes termos não se me afigura brilhante, aliás já em 2000 afirmei, perante uma audiência, que a União Europeia tal e qual como estava a ser construída, daí a 20 ou 30 anos não faria sentido, não foi preciso tanto.

Em primeiro lugar escrevo-lhes que não sou antieuropeísta nem sem contra nada à partida sou sim a favor de políticas que devolvam aos estados membros solidariedade, espirito de entreajuda e união.

O que temos vendo a assistir demonstra aquilo que não deve ser uma União Europeia.

Os ideólogos da construção de uma União Europeia, não queriam aquilo que aconteceu se bem me recordo apostavam muito em valores de união, de solidariedade e de construir uma zona onde os países que a integrassem pudessem trazer vantagens para todos e não a asfixia que alguns membros da UE tentam submeter os outros países membros que não tiveram o mesmo nível de crescimento. Estamos perante uma Europa enfraquecida em vez de fortalecida não que esta não tenha capacidades para tal mas porque os conceitos mais básicos que estiveram na génese da sua construção, não foram respeitados, sobrepondo-se uma ideologia politica e capitalista às soluções técnicas para a construção e desenvolvimento forte de uma União Europeia.

A caminharmos neste sentido estamos a ir no sentido do abismo, há que por as ideologias políticas de parte e construir uma União Europeia assente nos princípios da união, solidariedade e da fraternidade, se assim não for e alguns países continuarem na senda daquilo que sempre pretenderam e que não conseguiram através de duas guerras mundiais, a hegemonia à custa de tudo e de todos os meios disponíveis, principalmente o financeiro, a Europa nunca será uma União, antes pelo contrário as divisões vão-se acentuar e a solução encontrada deixará de a ser para constituir um problema grave como atualmente já o é.

Como iniciei o meu texto não poderão existir “cucos” no meio desta UE que atravessa uma fase de decadência e de perda de influência relativamente às outras potências, EUA, CHINA, JAPÃO e RÚSSIA e se encontra num processo de desconstrução face às ideias bases que estiveram na sua essência.

Face aos últimos acontecimentos no seio da União Europeia, nomeadamente a da situação portuguesa, a grega, a espanhola e outras, muitos de nós já concluiu que esta não existe ou apenas existe para alguns.

Henrique Pratas

 

 

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