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A quem interessa o enfraquecimento da Europa formal?

10-01-2014 - Francisco Pereira

Ora aí está uma questão interessante, que coloca um nunca mais acabar de hipóteses, todas mais ou menos alucinadas com maior ou menor grau de comprovação científica.

Numa primeira análise, interessa à Rússia, que não nos há-de jamais perdoar a ingerência na sua tradicional esfera geográfica de influência, bem como o arraso completo do equilíbrio geopolítico e militar do leste da Europa, ter a Nato praticamente às portas de Moscovo é algo que deve fazer o tio Joseph, revoltear na tumba, qual pião nas mãos de um petiz do antigamente, como se pode constatar com as recentes notícias que dizem que Putin quer que os bons filhos à casa tornem, daí os namoros à Ucrânia e a outros estados periférico do velho império decadente dos czares.

Por outro lado uma Europa fraca é um bom aliado de um bloco Islâmico cada vez mais radical e coeso, que assim plantaria como plantou as suas sementes mortíferas bem no seio da velha e amolecida Europa, uma das indagações que se nos colocou, com os mais recentes atentados de Londres, foi perceber como é que cidadãos britânicos tinham, feito aquilo, que mecanismos utilizados conseguiram torpedear a educação e o respeito democrático, fazendo aquelas criaturas retroceder ao mais bárbaro primitivismo.

A resposta não é simples, na nossa humilde opinião uma boa pista está no simples facto de que sejam cidadãos de onde forem, nunca se sentirão como tal, como pertencendo ali aquela comunidade, o Passaporte e ou o assento de nascimento, podem dizer que sim, mas o seu coração dirá outra coisa, tal como dizia um personagem do livro “ O último dos Moicanos” do grande Fenimore Cooper – …durante vinte anos vivi como um Mohawk, mas no meu coração eu era um Huro…

Uma Europa fraca, também interessa, ao aliado americano, que assim continuará a dividir para reinar, até porque esta Europa está senil, tarda em se afirmar, se alguma vez se afirmar, faz lembrar um bebé que, ainda trôpego, que mal começou a andar e hesita nos passinhos, sentando-se.

Agradecem os Estados Unidos, o brilho e o efeito, catalisador que pretendem ter, torna-se mais efectivo, porque não existe réplica da Europa, poderão assim os americanos continuar na sua senda de polícia mundial, bem como o seu projecto expansionista. Quem conhece o “ Manifest Destiny” de 1845 sabe do que falamos e não só da expansão para a costa do Pacífico. A hilariante Pig’s War de 1859, é prova do finca-pé expansionista dos americanos, propósito tal, que com uma Europa fraca e pior, dividida.

Uma Europa fraca, interessa também a uma corrente de europeus, uma família política muito eclética que junta, os resquícios do anarquismo visceral e trauliteiro do século XIX, a uma certa direita política e ao seu braço armado a extrema-direita pseudo fascizante e surpreendentemente também a uma certa esquerda radical e extrema-esquerda sarrafeira, juntemos mais uns grupelhos de hippies pedrados e umas sociedades mais ou menos secretas e temos um grande tômbola de sequazes oportunistas esperando que a Europa caía.

Existirão, seguramente outros interessados, como a China e o bloco asiático, ou alguns países europeus, até porque até aqui só se falou em aderir à União Europeia, então e se um dia alguém quiser sair como será?

Francisco Pereira

 

 

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