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Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

Das putas e das muitas que as há

27-12-2013 - Francisco Pereira

A dita mais antiga profissão do mundo, a prostituição é um fenómeno sobejamente estudado, ao qual infelizmente poucos países deram solução, na maioria o aviltamento da espécie humana surge em todo o seu esplendoroso fracasso.

Mas não é disso que trataremos hoje. Hoje falaremos da prostituição metafórica. Ou seja falaremos de Portugal. Portugal há um ror de anos que se prostitui, aos mais diversos interesses excepto claro está aos interesses dos pobres diabos que foram condenados ao nascer nesta cloaca. Os governos e os seus representantes enquanto se prostituem lá fora aos interesses da Europa, cá dentro assumem o papel de proxenetas.

O proxenetismo governamental é levado com muita seriedade pelos governantes deste país que não se eximem às represálias de toda a ordem sobre as pobres prostitutas que se não fazem o que têm de fazer para alimentar a família dos proxenetas são inexoravelmente trespassados com a ameaça da Lei.

Portugal é neste campo um fenómeno muito interessante, porque acreditamos piamente que somos os percursores de um sistema novo, a juntar à ditadura e à democracia, estamos em condições de afirmar que Portugal inventou aquilo que chamaremos a “Proxenetocracia” um sistema que prostitui o país e o povo desse país aos interesses de uma oligarquia proxeneta que exige sempre mais e se mantêm há gerações no topo da cadeia social.

Nós, as assumidas prostitutas do país assumimos com gáudio e com prazer esse papel, e tal como as prostitutas reais, não toleramos que se diga mal dos nossos proxenetas, defendemo-los, aparamos os seus golpes, estamos sempre prontos para os eleger, para votar neles, para andar de bandeirinha na mão agitando os ares dos comícios, onde os proxenetas prometem que nos farão trabalhar ainda mais em prol da quimera e do sonho, que nos protegerão, que nos amam do fundo do coração, e nós as prostitutas assim rendidas ao falatório de sereia, desfazemo-nos em imprecações umas contra as outras e encarniçamo-nos contra todos os que questionam os proxenetas.

O nosso amor-próprio de prostitutas não nos deixa enxergar mais além, só temos olhos para os nossos proxenetas que passam carregados de jóias nos seus carros caros, que nós pagamos. Com os seus fatos caros, que nós pagamos, nas escolas de elite, que nós pagamos, os seus filhos prosperam, treinam-se para assumirem o seu lugar como os futuros proxenetas do país, e nós as patéticas prostitutas, deixamos!

Francisco Pereira

 

 

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