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A galinha da minha vizinha…

13-09-2013 - Francisco Pereira

O CCB, obra emblemática de era dourada do cavaquistão, onde se enterraram milhões de contos de réis, para nada, foi o ponto de ordem que criou uma moda, uma arrebatadora onda varreu o país de lés a lés, transformando a paisagem de qualquer lugarejo insalubre onde existissem mais de cem almas freguesas.

E foi assim um nunca mais acabar de centros culturais, de casas da cultura e quejandos, numa, mais uma demonstração da labreguice que domina o Portugalzito dos pequeninos, que vivem ensimesmados nas suas capelas, sempre prontos a tocarem os sinos a rebate para exigir todas as loucuras, e se existiram loucuras, esta moda das casas da cultura ou centros culturais, foi efectivamente uma moda louca, que entre nós, como é hábito, chegou a destempo, mas chegou!

Percorrendo o país, esta autêntica gaiola das malucas, verificamos que existem mais de três mil (3000) *, casas da cultura, centros recreativos, auditórios, centros culturais e por aí adiante. Numa breve pesquisa, verificamos, que a qualidade vai do extraordinário ao ordinário, sendo que a maioria presta um serviço limitado e de pouca qualidade. O pior é que muitos destes locais se situam em localidades que não têm população que possa sustentar tais instalações, o que ainda torna mais ridícula a sua existência!

Passando à oferta cultural, depreendo nós que esta deveria ser eclética, abrangendo o mais possível todo o contexto cultural e das artes, cinema, teatro, escultural, bailado, opera, pintura, exposições, ateliers, oficinas de formação, dança contemporâneo, instalações, folclore, artes gráficas et coetera. Muitos destes espaços, servem apenas como sede de ranchos folclóricos, como se esses agentes, importantes que são, fossem o único elemento cultural, é neste papel redutor e de reduzido impacto que se encontra uma importante fatia destas instalações, depois de milhões e milhões esturrados ao erário público, este disparate, serve a quem e para quê?

Serve essencialmente para engrandecer os egos políticos, gentinha que não tem absoluta noção do que é cultura, primeiro porque são uns broncos canhestros, este país anda há muito entregue a broncos labregos, que não percebem que a cultura é a alma de um povo, que um povo culturalmente iluminado é um povo activo, por isso o nosso povo é um povo moribundo, nas escolas esqueceram-se das artes, da música, da pintura, da dança, do teatro enfim esqueceram que as crianças também precisam de brincar, de sonhar e de serem criativas para crescerem saudáveis e como melhores cidadãos!

Este facto que pode parecer de somenos importância é a prova da redundância da existência de tanto centro cultural e de tanta casa da cultura, se não se ensinam as crianças a expressarem-se através das artes e da cultura, para que querem casas da cultura?

Francisco Pereira

 

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