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Nem tudo o que se vende nos bancos está garantido
Palavra de Governador

08-05-2015 - Henrique Pratas

Carlos Costa defende que o rescaldo do BES deve conduzir a mudanças.

Por exemplo, naforma como alguns produtos são comercializados e no apuramento de responsabilidades.

O governador do Banco de Portugal alertou os clientes dos bancos para a necessidade de perceberem quenem todos os produtos financeiros estão isentos de riscos. A ideia foi deixada durante um seminário sobre regulação, realizado esta segunda-feira.

"O cliente tem de perceber que há produtos de risco eprodutos sem risco. Não podemos, de forma nenhuma, contemporizar com más práticas de venda ou com aideia de que 'aconteça o que acontecer' estou sempre protegido, que são os dois riscos-limite", disse CarlosCosta. O Governador defendeu uma mudança derelacionamento, no que respeita a obrigações deinformação, de separação dos balcões onde o produtoé vendido e de confirmação escrita de que o cliente sabe o que está a comprar. Não havendo esta mudança, adiantou, corre-se o risco de “estarmos permanentemente, no final do processo, com uma situação em que toda a gente sabia o que estava acomprar, mas no final ninguém confessa verdadeiramente o que comprou.” Foi recordado ainda que os accionistas têm deveres de controlo sobre o que se passa nas instituições financeiras. "Isto também obriga a uma outra questão. Perceber que as instituições são, em primeira ordem, da responsabilidade de quem as gere eos ‘stakeholders’ [ parte interessada num negócio] têm aobrigação de responsabilizar quem as gere", afirmou.

Carlos Costa salientou ainda que a qualidade desupervisão " nunca pode garantir" que não há risco deresgate e enalteceu a obrigatoriedade da prestação decontas das instituições financeiras, dos seusmecanismos de fiscalização internos independentes ede mecanismos de auditoria externa eficientes.

Depois do impacto do caso BES, que ditou perdasavultadas para centenas de clientes que, sem saberem,investiram em produtos de risco que não estavamgarantidos, Carlos Costa reconhece que já ocorreram algumas mudanças. " Há a ideia de que há sempre resgate, conduz à ideia de que eu estou sempre protegido, mas quem protege, no final de dia, é o contribuinte. Finalizou a sua intervenção afirmando que nós hoje estamos a sair dessa zona e estamos a ir para uma zona de protecção daquilo que tem de ser protegido, que são os depósitos".

Acabando de ler estas declarações do Governador do Banco de Portugal oferece-me tecer algumas questões:

  • Os Bancos servem para quê?;
  • Se não podemos confiar em quem nos atende nos Bancos para confiar as nossas poupanças, porque é que não fecham as portas?;
  • Será que quem trabalha nos Bancos são recrutados em bandos de malfeitores?;
  • Se as pessoas não podem confiar nos Bancos como insinua o Governador do Banco de Portugal, que raio de serviço estão a prestar à população, uma com mais outras com menos conhecimentos, não é para isso que servem os empregados bancários, para indicar os melhores “caminhos” para aplicação das poupanças que a muitos lhes custou o suor do rosto e não sei quantos sacrifícios?;
  • Será que os Bancos não são entidades onde se possa confiar;
  • Os Bancos são organizações só para experts em produtos financeiros e reengenharias financeiras?;
  • Para quê outras entidades fomentarem a indicação do NIB, para receber, salários, pensões, fazer pagamentos por débito em conta e outro tipo de rendimentos?;
  • Se os Bancos não são seguros para os depositantes confiarem, os seus valores, quem o é?;

O Governador do Banco de Portugal tem que pensar no que diz e ver o alcance das suas palavras, ele não está a falar para pessoas como o Ricardo Espirito Santo ou que jantes, fala para a População Portuguesa.

Será que a actividade bancária se vai limitar à vende de cerâmica, medalhas comemorativas, selos ou outros bens tangíveis ponde parte a actividade principal para os quais foram criados.

Bem dizia a minha avó materna que quando se falava em bancos, ela respondia sempre que bancos só aqueles que se colocam na chaminé, eu na altura não gostava que ela tivesse dinheiro em casa porque podia ser roubada, agora passados estes anos todos não lhe quero dar razão e de facto se queremos ser roubados nada melhor que pôr o dinheiro nos Bancos.

Haja contenção no que se diz, no que se pensa e no que se faz.

Henrique Pratas

 

 

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