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Desinformação ou contra informação

13-12-2013 - Eduardo Milheiro

Os governantes dizem que estamos a sair da crise e que o poder de compra aumentou - visto ter aumentado o consumo interno - que o desemprego estagnou ou desceu, que os índices de confiança estão a subir; que o investimento, que se reflecte no aumento de postos de trabalho, aumentou; que as exportações vão de vento em popa; que saímos da recessão, ou seja, pelas informações que nos vão chegando pelo governo e corroboradas pelos órgãos de informação, o milagre económico está a acontecer em Portugal e estamos a sair da crise com sucesso.

Será que tudo isto está a acontecer porque vamos ter eleições já no próximo ano para o Parlamento Europeu? Não será isto uma manobra de marketing bem elaborada, para que se inicie a caça ao voto pela direita neo-liberal capitalista?

Também seria melhor que com os sacrifícios que têm sido infligidos ao Povo Português não tivesse reflexo nenhum nas contas do Estado!

De qualquer modo, apesar deste milagre económico, pergunto como pode ter havido aumento de poder de compra se os ordenados no privado caíram cerca de três por cento e nos reformados e nos funcionários públicos a mesma coisa.

Como se pode afirmar que 2014 será um ano de recuperação e que em 2015 vamos navegar a todo o pano, se a austeridade vai aumentar em doses que tornarão o nosso País mais miserável, com mais pobres, com mais desemprego e salários e reformas mais baixos?

Fico ainda mais estupefacto quando o Banco de Portugal alinha neste folclore, quando a realidade me diz que cada vez os Portugueses estão piores e a sua vida baixa de nível todos os dias e que todos os dias vejo e falo com mais gente desempregada.

Talvez sejam os economistas que têm falhado todas as previsões que fazem, tenham uma maneira diferente de ver a situação em que vivemos, porque na realidade, relativamente a estes, sou um leigo nestas matérias.

Uma coisa eu sei: cada vez temos mais gente a perder as casas que compraram através de empréstimos bancários, cada vez mais gente sem-abrigo a viver na rua, cada vez mais filas para a sopa dos pobres, cada vez mais gente a correr às instituições de ajuda à pobreza, cada vez mais fome e mais desempregados, porque os números do desemprego são trabalhados de maneira a que pareça que o desemprego diminui, o que é uma grande mentira. Não entram em linha de conta com os cerca de dez mil Portugueses que todos os meses saem de Portugal para ir trabalhar para o estrangeiro, nem aqueles que deixam de fazer parte do número de desempregados porque pura e simplesmente desistem de se apresentar nos Centros de Emprego.

Estamos a definhar e sem solução à vista, o nosso fim vai trágico, e talvez cómico porque faz parte da nossa maneira de ser, muitas vezes até rimos das desgraças.

O que mais me impressiona, é haver tanta gente que nos mente descaradamente, talvez seja na tentativa de manter a tal paz social que dizem ser importante para superar a crise. Mas atenção, quem normalmente no diz isto é quem tem elevados rendimentos e está bem na vida.

Também não se admirem quando vêm anunciar que o número de vendas de automóveis aumentou, e ainda por cima na gama alta. Justifica-se porque existe sempre uma casta que em épocas de crise e de desgraça para quem trabalha, ganha muito dinheiro, alguns fazem fortunas, pois compram aos desgraçados aflitos - e com encargos para pagar e fome - por 5 e vendem por 100, são os chamados escroques, só possíveis numa sociedade desregulada e sem orientação como a nossa.

A solução tem de ser política, só com um novo conceito ideológico e fora destes compromissos neo-liberais capitalistas. Só isto nos pode dar outro futuro, tudo o que existe neste domínio está tudo ultrapassado, não andam cá, vivem dos lugares e dos cargos possíveis de arranjar pela sua actuação política/partidária. Nova revolução é precisa. Seja como for, eu estou preparado para ela.

Eduardo Milheiro

 

 

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