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Teste de amamentação no Hospital de Santo António passa a ser feito por prolactina.

24-04-2015 - Henrique Pratas

Hoje trago-vos aqui uma notícia que não o deveria ter sido, porque a prática realizada não é admissível e só traduz o desnorte em que os serviços andam.

Então na sequência do "escândalo social", o CentroHospitalar do Porto deu ordens para que, apartir desta segunda-feira, passasse a serutilizada apenas a análise à prolactina "às queaceitarem fazê-lo".

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Porto, Sollari Allegro, disse esta segunda-feira que, em função do "escândalo" motivado por umanotícia do jornal "Público", decidiu-se alterar os testespara comprovar a amamentação, que serão feitos poranálises à prolactina.

"Para verificação se estavam em aleitamento [fazia-se] a expressão da mama, a retirada com bomba ou a [análise à] prolactina e as senhoras faziam a escolha dométodo que pretendiam. É evidente que, se nãoquisessem fazer, não faziam e não havia qualquerconsequência", disse à Lusa o presidente do conselhode administração do Centro Hospitalar do Porto, queinclui o Hospital de Santo António.

O jornal "Público" noticiou no domingo que duasenfermeiras, uma do Hospital de Santo António e outrado São João, ambos no Porto, se queixam de terem tidoque comprovar às entidades laborais que estavam a amamentar "espremendo leite das mamas à frente amédicos de saúde ocupacional".

Na sequência da notícia e do "escândalo social", oconselho de administração do Centro Hospitalar doPorto deu ordens para que, a partir desta segunda-feira, passasse a ser utilizada apenas a análise à prolactina"às que aceitarem fazê-lo".

Sollari Allegro justificou a prova por terem verificadoque "havia muita gente em aleitamentos prolonga dos, muito além daquilo que é imaginável", pelo que foipedido ao departamento de Qualidade queimplementasse um sistema de controlo.

"Eles decidiram que havia um chamamento das pessoas que estavam em aleitamento há mais de dois anos e depois punham três hipóteses", disse.

Sobre as eventuais consequências de quem se recusasse a fazer o teste, Sollari Allegro afirmou que"legalmente não pode haver consequências, é uma tentativa de esclarecer as situações".

A Esquerda quer esclarecimentos

No domingo, o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse não conhecer a metodologia aplicada pelos doishospitais do Porto que pediram provas de evidência deleite às funcionárias que recorrem à possibilidade deredução do horário de serviço por amamentarem.

No mesmo dia, a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu alterações legislativas paraacabar com os atentados contra a dignidade dasmulheres e pediu esclarecimentos ao ministro daSaúde sobre as enfermeiras que tiveram de espremer leite para provarem estar a amamentar.

No mesmo sentido foram as declarações do deputado do PCP Jorge Machado, que disse que o partidovai questionar o Governo na sequência da denúncia deque há trabalhadoras em hospitais no Porto a serem forçadas a espremer leite para provar que estão a amamentar.

Isto é inadmissível submeter as mulheres a tamanha humilhação, isto é um sintoma que já perderam o tino, a decência, tudo, embora se defenda a igualdade do género, se façam campanhas para a prevenção do cancro da mama, somos confrontados com estas práticas.

Ao ler a notícia nem queria acreditar, que era verdade, mas acho que neste País já tudo é possível, fez-me recordar um episódio que ocorreu comigo há uns anos atrás na empresa de transportes onde trabalhava. Um director de pessoal do Centro Operacional de Braga, manifestou a sua preocupação como é que podia saber ou não se as mulheres trabalhadoras estavam com o período, convém aqui lembrar que sede de Acordo de empresa estava consagrado salvo erro e omissão, porque isto já passaram uns anitos, tinham direito a três dias justificados pela Empresa, porque como sabem há mulheres que passam muito mal e as condições físicas e psíquicas para trabalhar não são as melhores, mas isto era no tempo em que se geriam PESSOAS. O direito estava consagrado contratualmente, mas posso-vos escrever que eram muito poucas num universo de 5.000 trabalhadoras que exerciam esse direito porque gostava de trabalhar na Empresa e não gostava de faltar e algumas faziam-no com esforço, embora tivessem o direito a faltar, outros tempos em que as pessoas vestiam a camisola das organizações, agora o desprezo pelas PESSOAS é o mais desgraçado possível, nem imaginam.

Mas voltando ao que lhes estava a contar quando o referido director de pessoal manifestou a preocupação em ter a certeza que as mulheres estavam com o período ou não, só me recordo de me sair da boca a seguinte resposta: “ então o senhor pede autorização às senhoras e mete lá o dedo e assim tem a certeza”, a reunião era com todos os directores de pessoal dos diferentes Centros Operacionais, eramos cerca de 20 pessoas, a minha resposta gerou a risada geral e a pessoa que colocou a questão e que já tinha idade para não questionar estas situações, ficou vermelho que nem um tomate e perfeitamente envergonhado. Um colega meu disse-me baixinho “Boa Henrique, mas deste conta que mandaste o homem à m……, respondi-lhe de imediato, “quero lá saber”, o que é facto é que não voltaram a colocar questões que não faziam sentido nenhum.

Passados estes anos todos pensava que estas preocupações tinham desaparecido, que tínhamos evoluído como comprovam todas as Estatísticas emanadas, não é manadas, por este DESGOVERNO, mas afinal regredimos e muito voltámos aos anos 70, o que é isto afinal queremos afinar o diapasão por cima ou nivelar as coisas por baixo como nos Países mais pobres do Mundo, não se entende o que esta gentalha quer, provavelmente querem voltar ao tempo do esclavagismo, mas nós não vamos deixar é preferível morrer com dignidade do que ser subjugado pela obrigação da prática de desmandos, trafulhices, vigarices e outras práticas pouco éticas que proliferam por este País, dando mesmo a entender que nem pratica tais actos é um desalinhado, haja, respeito, decência, ética e boas práticas, porque com isso ganhamos nós e ganha o País que fica com um ar menos poluído.

Lisboa, 21 de abril de 2015

Henrique Pratas

 

 

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