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Ir para o Estaleiro

06-12-2013 - Francisco Pereira

Vulgarmente utilizamos essa expressão para dizer que estamos adoentados, ou de alguma forma impedidos gozo pleno da nossa saúde. O ministro Aguiar Branco, pôs fim, a uma novela que se arrasta há dois anos, e fê-lo da forma mais atabalhoada, inconsequente e inepta que poderia ter feito.

Perguntamo-nos se num país que agora descobriu que têm mar, Sua Excelência o senhor Presidente da República, outrora conhecido com o “Coveiro da Frotas”, redescobriu agora a sua veia de tritão e enche a boca com a frase “o futuro está no mar”, o mesmo fazem os restantes governantes, em mais um aparente delírio.

E triste é ver que se desbarata de for torpe as potencialidades de um país que tinha todo o interesse em requalificar e fazer funcionar um activo que outros países nunca desdenharam e até gostariam de possuir. Por cá é o inverso, por cá destrói-se, sem dó nem piedade, destrói-se pela negociata fácil e medíocre, com a habitual promiscuidade entre representantes do estado e interesses privados, num nunca acabar de burrice crónica que parece afectar os políticos portugueses sem olhar a cores, dado que por mais que olhemos as cores partidárias no que toca à burrice são definitivamente todas iguais, são cor de burro quando foge.

Mantive a esperança que a visita de Sua Excelência o senhor Presidente da República, ao Canal do Panamá lhe tivesse servido para aprender alguma coisa sobre o mar, o tráfego marítimo e sobre a importância da costa portuguesa possuir portos e estaleiros de primeira ordem, mas parece que não, bem diz o velho adágio que “burro velho não aprende…” e nós parecemos não aprender com os erros passados, usando esses erros apenas para lançar acusações aos que nos precederam, como se isso servisse para alguma coisa excepto para perdermos tempo.

Nem é sequer o despedimento em massa que aqui questionamos, dado que já se tornou habitual, o que se questiona aqui é um completo desrespeito pelo cidadão contribuinte, numa negociata imbecil, que para além do mais destrói um sector estratégico, assumido pelos mesmos que o destroem, o que indicia um qualquer distúrbio funcional desta gentalha que nos governa, ou então estão certos os que acusam o actual governo de não ter competência e de não ter absolutamente nenhuma estratégia para a governação excepto ir reagindo aos escolhos que vão surgindo. Uma coisa é certa, a qualidade geral dos ministros é pavorosamente baixa, não recordo um governo com tão pouca qualidade como o actual, com excepção de um caso ou outro, é uma pavorosa e confrangedora pobreza franciscana intelectual, o que fica provado pelas infindáveis argoladas que têm cometido!

Destruir algo como os estaleiros de Viana, deveria ser considerado traição. Deixo uma dica a esses génios governativos, saberão vossas excelências, a causa de termos ido à descoberta dos mares? Pois foi essencialmente porque éramos pobres, tínhamos uma excelente costa, e tínhamos estaleiros para construir embarcações inovadoras, Dom Manuel I, tinha mais siso numa unha que todos estes tragalhadanças governeiros no corpo todo!

Francisco Pereira

 

 

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