Edição online quinzenal
 
Quinta-feira 25 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

O PS e a esquerda

06-12-2013 - Eduardo Milheiro

Porque é que o PS não se define definitivamente como um partido de esquerda.

É que das coisas mais estranhas que tenho presenciado na política partidária, é o comportamento do Partido Socialista, partido que desde sempre me mostrou ser-lhes mais fácil fazer alianças à direita, com o PSD e o CDS, do que à esquerda, sendo que dou como dado adquirido que é muito difícil para o PS fazer alianças de governo com o PCP, nem sei mesmo se o PCP alguma vez esteve interessado nisso, pois a matriz ideológica que o PCP tem, e no meu entender a mais correcta, não lhe permite embarcar em qualquer aventura social-democrata com derivas liberais, que é o que tem sido o comportamento do Partido Socialista ao longo dos anos pós 25 de Abril.

Mas ao ver o discurso político de João Galamba, Pedro Nuno dos Santos, Isabel Moreira, Manuel Alegre, etc, etc, gente assumidamente de esquerda, não posso deixar de dizer que grande confusão me faz depois ouvir declarações de Francisco Abecassis, Luís Amado e muitos outros - que quase não me fazem ver diferença nenhuma política entre eles - e os homens do PSD, o que me leva a concluir que estou perante um saco de gatos e muitas vezes assanhados.

O secretário-geral, António José Seguro, passa indiferente a tudo isto, não tomando posição, nem definindo para o PS uma linha política que desmarque o partido desta gente que para mim é de direita, e assuma a essência do PS que nasceu como um Partido de esquerda e defendendo o socialismo democrático, sempre pela voz de Mário Soares, que muitas vezes também teve derivas à direita, mas que hoje defende novamente um governo de esquerda como se tivesse voltado aos seus tempos de revolucionário.

Enquanto não tivermos um PS bem definido ideologicamente, disposto a alinhar à esquerda, disposto a alianças com o Bloco e com o PCP, se eles quiserem, com cidadãos independentes de esquerda e sem andarem (os socialistas) com a espada de Dâmocles sempre sobre a cabeça de Seguro, não vamos a lado nenhum.

Também, em abono da verdade, as alternativas socialistas não parecem credíveis porque não existem. É necessário que nos digam as políticas que querem aplicar, que nos digam o que pensam sobre a Europa, o euro e a coesão social, sem uma definição concreta sobre estes temas não há soluções.

A direita agradece este comportamento, que melhor ajuda poderia ter para governar?

Eduardo Milheiro

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome