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“Nem-Nem”

29-11-2013 - Eduardo Milheiro

Já tivemos a geração ”Rasca”, a geração “Mil euros”, agora temos a geração “Nem-Nem”.

A geração “RASCA” foi caracterizada assim pelo seu alheamento político e só voltada para as coisas materiais, deixando de contribuir com a sua opinião para o progresso e desenvolvimento dos Países.

A geração dos “MIL EUROS” teve como base os jovens licenciados, que fosse qual fosse a especialização que tivessem só ganhavam mil euros por mês, quando tinham emprego nesta Europa que se queria do desenvolvimento e da prosperidade.

Como a Europa e Portugal se têm vindo a degradar, surge agora a geração “NEM-NEM”: não estudam nem trabalham (desde 1998, só em Portugal são mais de 98 mil).

Este problema é transversal à União Europeia, fruto do falhanço estratégico do desenvolvimento europeu e do degradar da coesão social. Não foram os jovens que procuraram este caminho que conduziu a todas estas três gerações, foi antes o falhanço de quem governa esta Europa, em resultado de uma política neo-liberal que tem sido imposta aos povos europeus.

É preciso salientar que a geração “NEM-NEM” tem hoje 450 mil jovens, o número mais elevado dos últimos anos, números apurados no fim de Setembro.

Massimiliano Mascherini, coordenador do relatório sobre o fenómeno dos “Nem-Nem” (a que os técnicos chamam NEET, acrónimo da expressão inglesa Young People Neither in Employment nor in Education and Training) divulgado no ano passado pela Comissão Europeia, alerta que a geração do “vazio” é bastante heterogénea.[1]

Salienta ainda o coordenador do relatório, que os jovens que abandonaram a escola têm mais riscos de cair nesta situação, sendo que “quem tem um baixo nível de instrução tem três vezes mais probabilidades de se tornar NEET do que os que têm um curso superior”, realça o coordenador do projecto.

Na minha opinião, a grande maioria destes jovens não trabalha porque não consegue emprego, antes pelo contrário, muitos são é despedidos em nome de uma política económica em que a desvalorização para o equilíbrio do deficit publico e para o crescimento da economia, principalmente nas exportações, se faz pela desvalorização do trabalho, visto não termos moeda própria para fazer o equilíbrio com os preços e as exportações, o que seria conseguido da desvalorização da moeda.

A solução não está à vista: esta política Europeia e Nacional de austeridade só vai contribuir ainda mais para aprofundar o fosso, do qual a saída me parece impossível, sem uma mudança radical de política e de opções ideológicas.

Penso que a grande opção, e não me canso de o repetir enquanto puder, é a saída do EURO, que nos espartilha e nos rouba os sonhos, e nos obriga a aceitar o que esta Europa quer; que só nos apresenta o caminho da miséria, da fome e do desespero.

A saída do euro não é nenhum papão, é antes pelo contrário a forma mais simples de resolvermos os nossos problemas e de voltarmos a ser donos do nosso destino.

Não quero os jovens do meu País classificados por ”Rasca”, “Mil euros”, ou “Nem-Nem”. Temos jovens capazes, licenciados ou não, sem perspectivas de futuro nem nada em que possam acreditar. Mas atenção juventude, as coisas não caiem do ar, e vocês como parte muito interessada na resolução destes problemas têm de lutar, lutar pelos vossos direitos e tomarem atitudes para expressarem o que pensam e querem que seja este nosso País.

Abraço grande para todos vocês, lutem por um Portugal onde as pessoas possam ter dignidade.

[1] Público.pt – Raquel Martins

Eduardo Milheiro.

 

 

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