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RENEGOCIAÇÃO da DIVIDA

13-02-2015 - Eduardo Milheiro

Sobre a renegociação da dívida pública portuguesa muito se tem dito, mas o que me deixa mais espantado são declarações como as de Teixeira dos Santos, ex-ministro das finanças do governo de Sócrates e um dos que negociou com a Troika o plano de ajuda financeira, e que para mim faz parte dos dez principais responsáveis pelo estado a que o país chegou.

Afirmou um dos culpados do descalabro, que neste momento “PEDIR A RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA seria DAR UM TIRO NO PÉ”.

Sinceramente este país chegou a um estado em que gente que devia ficar calada não tem pudor nenhum em dizer disparates, tendo em conta a sua responsabilidade nesta tragédia. É de bradar aos céus o que este homem disse, pois quando a grande maioria dos economistas sérios, nacionais e internacionais dizem que a dívida portuguesa nos moldes em que está estruturada, com a recessão imposta pela UE/Alemanha, é impagável, vem este senhor dizer que não se deve levantar essa questão, que seria uma tragédia.

Infelizmente, o Partido Socialista que temos é este, não se entendem, até porque logo a seguir veio o João Cravinho a defender precisamente o contrário. É este tipo de gente, da Esquerda à Direita, que nos governaram nos últimos trinta e cinco anos, que nos governaram e se governaram, que nos colocou na situação de pobreza e de miséria em que nos encontramos, com cerca de dois milhões de pobres e muita fome.

Toda a gente sabe que o pagamento da nossa dívida com o espartilho do Tratado Orçamental Europeu não nos deixa margem de manobra e é impagável. Todos os anos só para juros necessitamos de arranjar cerca de sete mil milhões de euros, impensável cumprir esta imposição e melhorar a vida dos portugueses, e mais importante ainda, restituir-lhes a dignidade.

Mas como Marinho e Pinto diz, o Povo Português não é CALOTEIRO e quer pagar a dívida, mas a dívida tem de ser renegociada para poder ser paga como pudermos, daí eu defender que a solução em que o Syriza pensa, pagar de acordo com o crescimento do PIB, será a solução mais honesta e que nos pode permitir um crescimento sustentável e a criação de riqueza pela economia, sem esquecer que também é fundamental o investimento público.

Acredito que a Grécia vai ser o “ponta de lança” desta equipa que depende dos mercados e que é vergada pela Alemanha, mais propriamente por Angela Merkel e Wolfgang Schäuble. Aguardemos pelo futuro. Americanos e Russos estão já atentos a esta batalha e a atitude cega da União Europeia e da Alemanha pode vir a ter riscos incomportáveis para o futuro da Europa, nos quais se pode incluir a própria implosão da União Europeia.

A solução é e será sempre o de renegociar a dívida. Quem não entende isto, não entende nada, ou então não vive neste planeta.

Eduardo Milheiro

 

 

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