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Função Pública

09-01-2015 - Henrique Pratas

Desde 2011 que exerço funções, com contrato individual de trabalho, por tempo indeterminado, ou como agora designam, contrato em funções públicas, por tempo indeterminado, a diferença substantiva é só no nome, porque não nos foi dada a opção por optar pela ADSE, ou deram para além de descontarmos para a Segurança Social (11%) descontaríamos mais (1,5%) para a ADSE, com acesso apenas aos benefícios de assistência médica, como praticamente já ninguém tem protocolos com o Estado porque eles pagam a perder de vista.

Entrei dentro de uma corporação que desconhecia por completo e não imaginava que pudesse existir, mas de facto existe em todas as suas vertentes.

O compadrio é mais do que muito, mas a mim até não me interessa se as pessoas entraram por serem amigas de quem tem poderes para proceder a estes actos o que me chateiam é que as pessoas podiam ao menos ser competentes mas não são.

Numa casa onde são geridos milhões vindos dos fundos comunitários, para promover a igualdade de oportunidades, a igualdade de género, as acessibilidades às pessoas com deficiência, o plano nacional para a inclusão, o plano para a inclusão das pessoas com deficiência e todos os planos que promovam a melhoria de qualidade de vida para a generalidade das pessoas, tudo isto são balelas, porque analisando o que foi feito desde o primeiro quadro de atribuição de fundos, na minha opinião foi muito pouco ou quase nada e porquê porque os milhões que tem vindo têm sido canalisados para outras “conveniências” e para outros bolsos.

Mas voltando à função pública posso-vos afirmar que a mesma está pejada de gente que não sabe fazer rigorosamente nada, onde as chefias intermédias são “escolhidas” por processos menos transparentes e por compadrio ou ainda por meninos de família aristocráticas decadentes, que tiraram os cursos em universidades privadas de credibilidade duvidosa. Saem da Universidade e vão logo para lugares de chefia como não meteram as mãos na “massa” têm que se rodear de alguém que se preste a ser “secretário” ou “muleta” é óbvio que as pessoas que se sujeitam a isto não valem mais do que as outras, mas fazem-no sem honra, sem carácter a troco de uma nomeação ou proposta de nomeação e exercem os “cargos” como cães de fila.

Esta história repete-se a todos os níveis desde que existe alguém que tenha poderes ou tenha a possibilidade de dar algo em troco.

Os que têm uma postura ética, profissional, conhecimentos adquiridos e competência profissional são voltados ao ostracismo, porque não pactuam com o tipo de funcionamento descrito anteriormente, são considerados como tendo mau feitio e incómodos, mas são competentes e sabem o que fazem e ajudam a que esta máquina que é a do Estado não fique parada.

A maior parte dos meninos que exercem cargos de chefia as únicas coisas que fazem é manobrar de acordo com os interesses dos Conselhos Directivos, ou de Administração, são moços de recados para além disso existe uma outra coisa que fazem que é escrever numa informação que é feita por um funcionário “ À consideração e decisão superior”. Vida difícil pensa vocês muitos destes “rapazes” só para fazer isto recebem de despesas de representação cerca de 1.200,00 €, para além do vencimento que se situa na ordem dos 4.000,00 € a acrescer a isto tudo ainda tem viatura para uso total. Toda esta gente são comissários dos diferentes partidos PS, PSD ou CDS, não são profissionais competentes são oriundos das J´s.

Concordo com aqueles que criticam com este Estado, mas defendo que um Estado deve ser forte e chamar a si as responsabilidades da gestão dos destinos dos sectores chaves da economia, entendo que o mesmo deva ser forte e com pessoas que sejam profissionais e não comissários políticos ou meninos de família, quem vem trabalhar para o Estado deve-o fazer com um sentimento de ser um prestador de serviços à população e não servir-se do Estado a seu belo prazer, se assim não fosse e dou-vos o exemplo da Itália quando os Governos de semana em semana passavam da Democracia Cristã para o partido Comunista, se não tivessem uma estrutura do Estado suportada em funcionários que apenas serviam o Estado, teria sido o caos.

Cá o Estado serve para colocar os meninos de família, comissários políticos e “personagens” que nunca fizeram nada na vida nem sabem, mas que devido à cor partidária têm que ir para lugares onde possam ser “controleiros” e informadores dos partidos do Governo, para que este saiba o que se passa e irem “comendo” alguma coisinha e politizar o aparelho de Estado a seu belo prazer.

Assim nunca mais lá vamos as pessoas deverão ser nomeadas pelas suas competências e experiência profissional, bem assim como os funcionários que trabalham no Estado o mérito deve ser premiado e não a mediocridade, quando os critérios forem os da competência e não os do compadrio teremos decerto um Estado mais forte.

Lisboa, 06 de janeiro de 2015

Henrique Pratas

 

 

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