NÃO NOTICIAS

27-12-2014 - Henrique Pratas

Para quem viu os noticiários dos diferentes canais da televisão confrontou-se com a falta de notícias ou não notícias.

Confirmámos que existem dois ou mais Natais um para pobres e outro para ricos e se isto é notícia vou ali e venho já, todas as pessoas conhecem a realidade do País onde vivem, que tem responsabilidades Governativas ou de representante legal e defensor do cumprimento da Constituição da República Portuguesa, devem ou deveriam ter ficado envergonhados com o que viram ou lhe contaram, se tivesse responsabilidades a esse nível era incapaz de festejar o que quer que fosse ou de comer alguma coisa que fosse para além do normal, mas isso era eu.

Depois ouvimos uma não notícia, para mim, que foi o facto de um agente da GNR ter multado o condutor de uma ambulância dos bombeiros pelo simples facto de ter parado na berma da estrada para que se fizessem manobras de reanimação à senhora de 80 anos que transportavam par o Hospital em Lisboa, infelizmente não chegaram ao seu destino, porque a senhora veio a falecer. Perante esta ocorrência como sabem os bombeiros não podem transportar cadáveres, estão impedidos legalmente de o fazerem, face à ocorrência ligaram para a GNR, para solucionarem o transporte da senhora que tinha acabado de falecer, a brigada de trânsito a primeira coisa que fez quando lá chegou foi identificar todos os ocupantes da ambulância e multar o condutor da viatura em 120,00 €, por estar parado na autoestrada.

Não sei como é que resolveram o transporte da senhora que tinha falecido, mas o caricato desta não notícia é que no dia seguinte a GNR, veio à pressa informar em todos os tempos de antena que a multa já tinha sido arquivada, não disseram que tinham devolvido o dinheiro ao bombeiro que pagou a quantia relativa à multa, mas isso também não é importante.

O que eu acho lamentável e esta é a palavra que me ocorre como é que o agente da GNR que tomou conta desta ocorrência não teve outro tipo de comportamento, porque é que não se inteirou do que é que se tinha passado e procedia em conformidade.

Esta atitude de agente de uma força militarizada deixa muito a desejar e questiono como é que um homem destes pode andar em contacto com as pessoas se não tem o mínimo de senso.

Tudo isto é lamentável e fica para conhecer em pormenor o que é de facto aconteceu e a forma como resolveram a questão, porque as informações que fizeram chegar ao público são enviesadas falam tanto em NATAL e que nesta altura deve ser de compreensão e afabilidade e o agente da GNR tomou a atitude que tomou perante uma senhora que tinha acabado de falecer, sim senhor a mensagem de Natal não deve ter chegado às forças militarizadas ou algumas das suas chefias e agentes são autistas, se fosse para dar pancada nas pessoas que se manifestam de forma ordeira já estavam eles prontos de cassetete em punho e a agirem como o deviam fazer quanto aos usurpadores e vilões encartados desta podre sociedade.

Os noticiários falaram por si que belo exemplo nesta quadra que toda a gente deseja que seja de condescendência, compreensão, fraternidade e de amor pelo próximo, por isso eu gosto muito do NATAL e aqui fica o exemplo de que as pessoas são nesta época o que são no resto do ano.

Resta-me deixar aqui o aviso que espero que nenhum de nós ou dos nossos acompanhantes se sinta mal na autoestrada e pare a viatura para fazer o que quer que seja decorrente da indisposição, ou em alternativa leve os bolsos recheados de notas que as multas vão ser mais do que muitas, mais uma vez e hipocritamente desejo a todos sem exceção um Bom Natal e um bem-haja à eficiência, eficácia demonstrada por este agente da GNR e de mais alguns que pululam pelas nossas estradas, imbuídos deste espirito natalício, talvez o Presidente da República se lembre de o condecorar, eu já vi coisas piores.

Lisboa, 26 de dezembro de 2014

Henrique Pratas

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