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Natal

19-12-2014 - Henrique Pratas

Chegámos a uma altura do ano em que no meu entender a hipocrisia se torna mais patente, na minha opinião.

Eu cá para mim estou-me a borrifar só me incomoda que pessoas que não se vêm durante o ano ou se vêm não se falam mas nesta altura particular do ano até almoçar juntas vão, o que é que se há-de de fazer, o bicho humano é assim, disso aproveitam-se os comerciantes que vendem toda a porcaria que têm porque é obrigatório, nesta altura do ano, que se troquem prendas e andam nisto e eu a ver. A par destas situações os actos de solidariedade que deveriam ser contínuos, nesta altura do ano aparecem por todo lado mas quando são necessários durante o ano não estão lá vão de férias só ressuscitam no natal.

Das minhas palavras não sou apologista deste tipo de natal, não tenho nada a ver com isto e posso-vos escrever que nesta altura do ano não presentes a ninguém não faço questão de entrar nesta fantochada, que é do que se trata.

Nas organizações fazem almoços ou jantares de natal, mas nos restantes meses do ano tratam as pessoas como cães, ou pior do que isso porque eu conheço cães que são tratados como muitas pessoas o não são e bem, todas as pessoas deviam ser tratadas com dignidade todos os dias do ano, mas chega a altura da hipocrisia e organizam almoços e jantares na empresa para demonstrar o que não acontece durante o ano solidariedade.

É mais uma operação de marketing, comigo não contam, costuma-se dizer se querem palhaços, sem ofensa para estes pagam.

Para mim esta é uma altura tenebrosa porque vejo as pessoas a comprar porcarias para oferecer, a supostos amigos que raramente falam durante o ano mas nesta altura têm que lhe oferecer qualquer coisa, não importa se gosta se não, tem que ser, entramos na esfera do consumismo desenfreado, comigo não contem.

Em vez de saberem o que é os amigos gostam, mas isto só se sabe convivendo com eles duramente o ano, mas como não o fazem há que comprar e é o que vem à rede, oiço muitas vezes o comentário “ah, se eles não gostaram trocam”. Mas isto passa pela cabeça de alguém comprar uma prenda para um amigo ou amiga sem se saber o seu gosto? Para mim não faz sentido mas talvez esteja no local e no tempo errado.

Quando comprava prendas para os meus amigos, sim porque há fazes na nossa vida em que temos muitos amigos, mas eles desaparecem ou esboroam-se, não sei por que motivo, ou talvez saiba e não vos queira agora falar sobre isso, nunca comprei nada que não soubesse que iria agradar aos meus amigos, porque nos dávamos durante o ano e basta estar com atenção para ver o tipo de gosto ou ouvir alguma manifestação de vontade de ter, uma ideia, ou uma palavra, a partir daí é tudo muito simples, guarda-se a informação muito bem guardada, processa-se e quando chega a altura de trocar prendas que pode não ser no natal e oferecemos algo que vai fazer com que quem recebe fique feliz e muitas vezes diga ah, era mesmo isto que eu precisava ou gostava, ficam felizes os dois quem oferece e quem recebe, é esta partilha que devia subjazer no natal, quero dizer o culminar de amizades duradouras e contínuas. Quando escrevo, oferecer devem ter notado que não escrevo valores porque às vezes é nas coisas mais insignificantes que fazemos os outros felizes e é isto que deveria ser considerado e assumido, não o consumismo pelo consumismo, quando pudemos e sabemos que alguém precisa de algo que nós podemos comprar ou temos em excesso, porque é que não o devemos partilhar com os outros.

Não contem comigo para este consumismo desenfreado, prefiro até ficar no meu recanto e não participar na palhaçada de almoços das empresas/organizações, pagarei decerto uma factura cara, porque tal e qual como fazem em França aos sem- abrigo e fizeram no tempo do Hitler em relação aos nazis, em que lhes colocaram uma estrala para ser distinguidos das outras pessoas, não me importo, que tomar estas medidas terá que mais tarde ou mais cedo assumir a responsabilidade dos actos que pratica, estão vocês a pensar deveria ser mais cedo do que tarde, pois é maeus caros mas a vida não é uma prova de 100 metros é uma priva de resistência ou de fundo se quiserem e não importa quem chega primeiro o que é importante é como se chega e em que condições.

Henrique Pratas

 

 

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