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O Partido Socialista

05-12-2014 - Eduardo Milheiro

Com a euforia que se viveu em torno do XX Congresso do Partido Socialista e com as palavras de alguns dirigentes, como Catarina Mendes que passo a citar: “Devemos estar todos orgulhosos da história do PS ao longo destes 41 anos”, eu gostava de acreditar que o PS é um partido de esquerda que colocou sempre o País em primeiro lugar e que deveria servir de exemplo para os portugueses. Infelizmente, não acredito nisso e porquê?

Um PS que não pode nem deve esquecer o seu passado, parece ser a pedra de toque de António Costa, mas quando começo a pensar no comportamento político de António José Seguro, enquanto secretário-geral do PS, considero que este estava correcto, não foi por acaso o seu distanciamento dos socráticos - entendi mesmo que ele estava a fazer um corte com o passado. Esta atitude, na minha maneira de ver foi a correcta, uma vez que foi necessário um PS sem amarras políticas ao passado, um PS novo e livre de muitos incómodos que tem tido.

É que analisando bem a onda de equívocos ocorridos com o PS durante a sua história, não tem sido fácil digerir todas estas complicações, ora vejamos:

- Foi o PS que iniciou o 25 de Novembro de 1975 com o comício da Alameda pela mão de Mário Soares;

- Foi a formação da UGT, uma clara traição aos trabalhadores que só serviu para dividir e criar uma Central Sindical que normalmente está mais ao lado dos empregadores do que dos empregados;

- O regresso da família Espírito Santo a Portugal deveu-se à grande influência exercida nesse sentido por Mário Soares (veremos como será este final que vai ser muito triste para os portugueses de certeza);

- Foram os primeiros, por erros de governação, a pedir ajuda externa ao FMI;

- O acidente com João Soares em Angola, sendo que o que mais se disse sobre o tema foi que o avião que caiu vinha carregado de marfim;

- Escândalos políticos e criminais: o Caso do Aeroporto de Macau, o Caso Freeport, o Caso do sucateiro Manuel Godinho com diversos elementos do PS já condenados em 1ª instância;

- Governos PS com ministros e secretários de estado dos quadros do BES;

- Os primeiros cortes nos salários e pensões feitos pelo Governo Sócrates com o PEC 1-2-3;

- Empregos para gente do PS, só para quem tem cartão e é da Corte;

- Traições como a que Mário Soares fez a Manuel Alegre nas duas candidaturas de Alegre à Presidência da República;

– O que fizeram a Seguro parece que foi juramento, correrem com Seguro de secretário-geral, o que acabaram por conseguir, missão esta executada pelos históricos do partido e pelos socráticos;

- E por último este incidente com Sócrates, que vamos ter de esperar para realmente podermos saber concretamente o que se passou.

Na realidade foi o PS com os seus erros que abriu caminho à direita, para que este governo fizesse a vida negra aos Portugueses, governo de direita e do mais neoliberal que existe na Europa e desde o 25 de Abril: tentou acabar com a Constituição, desrespeitando a mesma; pratica uma política de empobrecimento dos portugueses; afronta a dignidade das pessoas; incrementa a pobreza em Portugal; protagoniza o caos na justiça e no ensino. Na verdade, ninguém esperaria que isto nos pudesse acontecer nos dias de hoje.

A Defesa do indefensável

Isabel Moreira foi a mais acérrima defensora da reposição dos cortes às subvenções vitalícias dos deputados que nunca efectuaram nenhum desconto para as mesmas, sendo que, e bem, estas subvenções acabaram em 2005. Querem subvenções façam como a maioria dos portugueses que descontam mensalmente 11,75% do seu ordenado para isso.

Termino como comecei, “Devemos estar todos orgulhosos da história do PS ao longo destes 41 anos”, eu digo que não, penso que o PS se tem de desligar deste passado menos transparente e por vezes promíscuo e começar uma nova narrativa histórica sem comprometimentos com os erros do passado, como se tivesse nascido agora um novo Partido Socialista, se bem que isto me parece uma missão impossível, pois António Costa faz parte desse passado histórico e continua com os responsáveis por estes desvarios todos à sua volta.

Eduardo Milheiro

 

 

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