As Incertezas do PS

28-11-2014 - Henrique Pratas

Mais uma vez o Partido Socialista (PS) demonstrou que não podemos confiar nele ao colocar-se ao lado do PSD para uma tentativa de repor as pensões vitalícias aos que exerceram cargos políticos, na minha opinião foi mais uma demonstração que do PS não podemos esperar nada de bom.

Como eu costumo dizer que não lembra ao careca aliar-se ao PSD para ressuscitas as pensões vitalícias, numa altura em que o Povo Português está sujeito a medidas de restrições perfeitamente desajustadas alguém dentro do PS lembra-se de repor uma coisa que não faz sentido nenhum e a oportunidade da medida é perfeitamente descabida.

O PS com a eleição do novo Secretário-Geral, deu ao Povo Português uma expectativa nova, criou e deu a entender aos portugueses que com este novo Secretário-Geral as coisas poderiam mudar e alguns dos portugueses acreditaram nisto, nada pior para criar um sentimento de descrença do que aliar-se ao PSD para repor uma coisa que não é oportuna e tem uma matriz de caracter social indesejável.

Eu não sei se os dirigentes do PS já se aperceberam mas a maior parte dos portugueses, está a sofrer horrores, alimenta mal e porcamente, o direito à saúde não existe, à educação muito menos porque estes rapazes do PSD, apostaram em fazer crescer o número de analfabetos e de pessoas pouco qualificadas, quanto mais ignorantes melhor e o direito à justiça nem se fala.

Ora sabendo tudo isto o PS vai aliar-se ao PSD para votar a aprovação de uma medida que apenas salvaguarda os direitos de um grupo restrito de pessoas e que apenas se dedicaram à política no mau sentido da palavra.

A Politica não é isto, a Politica é uma ciência e como tal deve ser feita de acordo com determinados princípios e valores ou seja de acordo com os conteúdos programáticos dos partidos políticos.

O que assistimos no PS, para aqueles que têm memória, foi que durante muitos anos através das suas figuras proeminentes, com Mário Soares na liderança, foi enganando os portugueses com falinhas mansas, convém recordar que foi o Secretário-Geral do PS, que aliado a Frank Carlucci, na altura designado por “embaixador” dos Estados Unidos da América e outras forças existentes no País, nomeadamente uma pessoa que alguns dos portugueses julgam impoluta e que foi o 1.º e 2.º Presidente da República eleito democraticamente, fizeram com que o sonho dos trabalhadores de fazer deste País um País melhor onde a participação popular fosse efetiva terminasse no dia 25 de novembro de 1975.

O envolvimento de algumas personagens da nossa praça pública ainda há-de vir ao de cima e a história em devido tempo encarregar-se-á disso, mas entretanto a partir da data referida o interesse e a participação que os portugueses vinham demonstrando em participar na decisão do seu futuro ficou cerceada na sua maioria, não quero com isto dizer com isto que algumas pessoas continuem a lutar pelos seus ideais, mas a maioria desistiu e tenta sobreviver.

É imperioso devolver ao Povo a palavra, quero dizer a capacidade que ele tem de participar na vida ativa do País através de associações, comissões o que quer que seja mas é importante devolver ao Povo a participação efetiva no delinear dos seus destinos e no seu futuro, e isto é uma das tarefas que o PS terá que desenvolver se não quer desaparecer do mapa.

O PS não se pode esquecer que o horário de trabalho foi aumentado para 8 horas diárias, que a maior parte dos trabalhadores, quadros médios alimenta-se apenas com uma sandes ao almoço e que andam a trabalhar de barriga vazia, que os filhos destes trabalhadores não têm acesso ao ensino escolar ou tem nas condições em que este desastroso Governo as impõe. Para mim e penso que para um Governo em Portugal não deveria interessar o n.º de horas que um trabalhador está na empresa, mas sim o que ele efetivamente produz, se o faz em 4 ou 5 horas pouco me interessa o que interessa é a produtividade e esta não aumenta, recorrendo-se ao aumento da carga diária de trabalho como foi feita, em muitas empresas/organizações as pessoas estão lá 8 horas impostas, mas produzem apenas em 5 ou 6 horas.

O PS desde que o seu novo Secretário-Geral foi eleito só tem dado tiros nos pés e isto cria no Povo uma instabilidade tremenda, já andam outra vez desorientados, ganharam uma nova esperança, mas as medidas tomadas pelos dirigentes do PS já estão a desencantá-los.

Se o PS quiser ser um agente de mudança terá que tirar o socialismo da gaveta onde Mário Soares o colocou, rodear-se de pessoas competentes, sérias, impolutas, que as há e dar uma vassourada na gentalha que está no partido apenas por interesse, que nada fez na vida e que não conhece o País real, se não o fizer continuaremos a andar neste caldo, que já fede, de alternância democrática PS/PSD.

Já chega o Povo não precisa disto, o que é necessário é que o PS se rodeie de pessoas competentes, sérias, honestas que não estão na politica para usufruir de benesses, mas sim para gerir e bem a coisa pública é o que se espera.

É bom que não voltem a repetir a gracinha que fizeram porque se o fizerem têm os dias contados.

Lisboa, 22 de novembro de 2014

Henrique Pratas

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