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A Venezuela é um dos países que mais cresce na América Latina

12-09-2025 - Bruno Carvalho

A Venezuela é um dos países que mais cresce na América Latina e a situação económica é hoje muito diferente daquela a que esteve sujeita desde há cerca de uma década com as sanções dos Estados Unidos. Todas as administrações norte-americanas tentaram derrubar Hugo Chávez e Nicolás Maduro: através de golpes de Estado, invasões com mercenários, atentados com drones, com militares venezuelanos comprados, etc. Nenhuma delas funcionou. Aos Estados Unidos sobra uma única carta que nunca ousou jogar: uma invasão directa. 

O que a administração norte-americana decidiu, enviando para as Caraíbas navios de guerra, aviões, submarinos e 4 mil soldados, ao mesmo tempo que acusava Nicolás Maduro de ser líder de um cartel de droga, é antecipar essa possibilidade. E há até um precedente. Em 1989, os Estados Unidos invadiram o Panamá e prenderam o General Noriega, antigo colaborador da CIA, acusado por Washington precisamente de estar envolvido no narcotráfico.

Nas últimas décadas, a oposição venezuelana tem estado dividida e tem sido incapaz de derrubar o poder chavista pela força ou pela via eleitoral. Maria Corina Machado tem sido entusiasta das opções mais violentas e até declarou apoio a uma intervenção militar norte-americana. Já Henrique Capriles condena qualquer agressão, apesar de no passado ter apoiado o golpe contra Chávez, e defende o caminho das eleições.

É importante que se diga isto porque a comunicação social apresenta a oposição venezuelana muitas vezes como algo uniforme para justificar a tese de que há uma ditadura naquele país. Há opositores a governar câmaras municipais e estados venezuelanos, o que significa que tiveram de ganhar respectivamente essas eleições.

Gostemos ou não, a Venezuela apostou na construção de um modelo soberanista que teve de se adaptar à guerra económica imposta pelos Estados Unidos. Há bancos que têm dinheiro de Caracas congelado como o Novo Banco. Há um cerco económico à Venezuela para a asfixiar. É a estratégia das sanções que tentam empurrar o povo venezuelano para a miséria. Contudo, os últimos anos mostram a capacidade de resistência económica de Caracas. 

Tanto a Colômbia como o Brasil já rejeitaram as ameaças de Washington e posicionaram-se ao lado de Caracas. Com um governo de esquerda em Bogotá, a aposta no paramilitarismo colombiano para destabilizar a Venezuela é agora mais difícil. Contudo, as eleições presidenciais no próximo ano deixam o futuro da Colômbia no plano da incerteza. 

O facto é que uma intervenção directa dos Estados Unidos na Venezuela levará a uma violenta guerra num país marcado pela construção de um caminho alternativo e que pauta as suas relações externas pelo alinhamento com o campo anti-imperialista. Com fortes relações políticas, económicas e militares com a Rússia, China, Irão e Cuba, um ataque à Venezuela seria mais uma tentativa do Ocidente para evitar o crescimento das potências emergentes.

Bruno Carvalho - Jornalista

 

 

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