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GUERRAS

08-08-2025 - Francisco Garcia dos Santos

Neste momento, e já desde há muito, o continente africano é aquele onde mais guerras civis ou entre Estados se mantêm e ou proliferam, bem como de guerras subversivas, ou seja “terroristas”. Só para referir as presentes temos as do Sahel (faixa geográfica imediatamente a Sul do Deserto do Sahara) e localizadas em países de Norte a Sul e de Nascente a Poente. As mesmas ocorrem, entre outros países, no Mali (donde a Organização das Nações Unidas -ONU-, que nele tinha uma Força de manutenção de paz, a qual integrava elementos de vários países, entre eles Portugal, com as suas Tropas Especiais da Brigada de Reacção Rápida (BRR) do Exército português, há cerca de dois anos, ou pouco mais, foi mandada retirar pelos “altos comandos internacionais” devido ao elevado risco de “baixas” face ao grande poder militar da guerrilha extremista islamita); o Chade; a República Centro-Africana, onde, uma vez mais, a “coberto” da UE ou ONU, contingentes de Tropas Especiais da nossa BRR, mais de Cavalaria blindada e alguns militares da Força Aérea que asseguram o transporte e “controlo aéreo”, estão empenhadas na manutenção ou imposição da paz contra a guerrilha extremista islamita; Sudão (hoje dividido em dois Estados ou países -o do Norte e o do Sul, algo contrário ao tratado fundador da Organização dos Estados Africanos -OUA); Etiópia e Somália; isto para só citar alguns exemplos. Mas Moçambique e Nigéria, entre outros países, também se debatem com graves problemas de guerra subversiva por parte de grupos extremistas islâmicos.

Porém, parece que a “Comunidade Internacional” e suas organizações (UE, NATO e ONU) apenas se preocupam com a guerra russo-ucraniana e as várias do Médio Oriente travadas entre Israel, Hamas palestiniano, Hezbollah libanês, Houthis iemenitas e o próprio Irão dos “ahyatollas, inspirador, formador, municiador e financiador de tais movimentos político-militares considerados “organizações terroristas” pela maior parte dos países do Mundo e com assento na Assembleia Geral da ONU.

O silêncio atroz dessas organizações internacionais/mundiais face às guerras que desde há muito grassam em África, até parece significar que as populações de todos esses países africanos não sofrem com os conflitos armados dentro dos seus próprios territórios, sendo “filhos de um deus menor” -pretende-se significar que as vítimas das guerras intestinas africanas não merecem qualquer atenção dessas organizações e media internacionais (jornais e TVs mundiais), talvez porque a acção junto dessas “gentes” e as notícias de guerras e genocídios em África não dão grande visibilidade mediática aos “chefões” de tais organizações e dos principais media mundiais.

É pena, pois parece que para tais organizações e media existem seres humanos de 1ª e de 2ª classe, o que contraria frontalmente a Declaração Universal dos Direitos do Homem que está na génese do ideário e actuação da ONU.

Sem qualquer laivo de racismo, xenofobia, etc., como humanista, cidadão português e do Mundo, preocupa-me o grande sofrimento das populações civis e inocentes das guerras no Leste da Europa e no Médio Oriente, mas, embora não menosprezando estas, preocupam-me mais as africanas, pois nesses territórios imperam condições climatéricas adversas (secas enormes e sucessivas), fome, barbárie dos morticínios (muitos por decapitação), as reiteradas violações sexuais de mulheres, raparigas e crianças, etc..

Reza o velho ditado popular português que “ou há moralidade ou comem todos”; no presente caso afirma-se que as grandes organizações internacionais, como a ONU, NATO e UE, devem dar a devida atenção e apoio às populações civis desses malogrados países africanos que tanto sofrem -e muito!-, mas jamais a esse sofrimento tem sido dada a devida importância e o merecido relevo pelos media mundiais, i. e., euro-ocidentais. E sem isso, os mesmos ficam abandonados à sua sorte!

Francisco Garcia dos Santos

 

 

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