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Carta aberta aos portugueses

16-05-2025 - Joaquim Jorge

A nossa democracia este ano vai fazer 51 anos. Vivo numa sociedade amorfa e pobre, é urgente pensar, mudar e reinventar a nossa vida.

O que tem acontecido na nossa democracia é mau demais para ser verdade. Dizer que a democracia está em crise não é novidade, há muito tempo que a democracia está doente.

O controlo das pessoas é cada vez maior,o equilíbrio de poderes é uma balela. Há a força dos poderes financeiros e os controlos institucionais falham. As desigualdades sociais, geracionais e entre grupos sociais crescem sem parar.

O 25 de Abril não se fez somente para se poder votar. O voto é uma maneira muito pobre de intervir.

Precisamos de um Portugal mais criativo, solidário, sem medo, sem egoísmo, educado e inovador.

Os partidos políticos são plataformas e aparelhos que determinam o que fazer para exercer política e menos fóruns de ideias e de debate. É premente uma exigência de participação cívica e de cidadãos informados.

Os portugueses assistem a este estado de coisas atónicos e perplexos. Os portugueses estão furiosos, indignados, não confiam nos políticos, não os querem e não os servem. Os portugueses estão fartos de serem meros espectadores passivos.

Nem todos os cidadãos são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado ou isento de qualquer dever, só porque exerce um cargo político ou público.

O país continua a viver em impunidade apesar de alguns indícios que as coisas estão a mudar! Ser responsável pelos actos de carácter público está inscrito nas origens da democracia.

A políticatornou-se A Comédia dos Erros de Shakespeare: farsa, comédia e mal-entendidos.

Os casos e acorrupção que têm vindo a lume corroem a democracia e dão azo à antipolítica. Esta forma de fazer política revolta o comum dos cidadãos.

Um comportamento impróprio e infelizmente em democracia prevalece a ideia que o único veredicto das decisões públicas reside no sufrágio eleitoral.

As pessoas, simplesmente, querem que as coisas funcionem sem aproveitamento de qualquer tipo.

A política portuguesa está de luto com tantos “casos e casinhos”. A democracia está a bater no fundo. O desprezo por esta forma de exercer política é suprema. Tudo isto é hediondo, repugnante e horripilante.

Cada vez vai ser pior. A impotência dos portugueses, perante este estado de coisas é confrangedora.

A percepção de suspeição de quem exerce política é brutal e a democracia está em perigo.

Portugal vive numa democracia, mas combina uma perda de fé e um sentimento de desamparo diante do que nos cerca, que nos leva ao conformismo e à aceitação.

No fundo dá-se um turn off. Para que nos vamos incomodar e indignar se nada vai mudar?!

Umpolítico, uma vez eleito e escolhido, converte-se numa cartabranca, de impunidade e de interesses por ele protegidos.

O direito de processar perante a bulé, a todo aquele que com a sua conduta criminal, corrupta, ou mesmo pela sua incompetência tenha prejudicado os interesses da pólis. Estes são alguns princípios clássicos da democracia de Atenas.

Porém, actualmente, não se põe em prática a exigência, tanto por corrupção, como por incompetência manifesta.

Há sempre uma espessa cortina a ocultar a actuação de muitos políticos. Está na hora de se exigir responsabilidades.

A opinião pública vive num enorme desassossego, por erros descomunais de gestão e de privilégios injustificáveis.

A opinião pública fica perplexa pela desinformação e vaivéns de respostas e questões colocadas.

A impunidade é a segurança que nada acontece a quem está no poder com todos os privilégios, sendo, porém, os causadores da nossa crise.

Na nossa democracia, a desconfiança, desinteresse e abstenção são características.

Sou a favor de uma revolução pacífica de ideias, comportamentos e mentalidades, perante o que se está a passar.

Amelhor forma de se incutir confiança e respeito é “ o exemplo do nosso poder tem que ser igualado pelo poder do nosso exemplo”.

A desconfiança e o desinteresse lastram. Estou muito preocupado que não haja saída para este nó górdio.

A forma de fazer política é rasteira, pouco flexível e pessoalizada.

Os sinais sentem-se na sociedade portuguesa. Os políticos devem fazer um exame de consciência e tirarem as devidas ilações da sua conduta.

A culpa é sempre dos outros. Os políticos com os seus comportamentos e atitudes têm levado ao divórcio entre os portugueses e a política.

É preciso pôr a República em ordem, assim como, a nossa democracia. É preciso consciencializar os portugueses com a visão que a democracia está a ser maltratada, escamoteada e ultrajada.

Fundador do Clube dos Pensadores

 

 

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