Pedrito coelho apresenta um livro
26-04-2024 - Francisco Pereira
A floresta encantada andava alvoraçada Pedrito coelho saíra da toca, melhor teria sido não sair, mas não nos vamos adiantar há história, Pedrito saíra então da toca onde estava, acossado pela “brigada da naftalina” que acha que Pedrito coelho é quem melhor os representa bem como ao seu incessante combate contra a felicidade dos outros, estão tão focados nesse combate que parecem esquecer todo o resto, em especial aquelas balelas cristãs que tanto apregoam, é curioso que enchem a boca, com palavras bonitas, mas os seus comportamentos traem-nos por completo.
É curioso que um livro com textos que alertam contra a “destruição da família” tradicional e a "ideologia de género" saia precisamente no ano em que se comemoram os 50 anos do acto fundador que deu origem a esta Democracia em que vamos vivendo. Parece aliás que estamos a reviver esses primeiros tempos de 1974, este livro, parece a evocação da manifestação falhada, a tal “Maioria Silenciosa” que representava os sectores conservadores, a 28 de Setembro de 1974, de apoio ao Presidente Spínola que acabaria por resultar na sua renúncia enquanto Presidente da República, aparentemente um resultado contrário aquele que se pretendia. Este será o primeiro confronto entre os sectores mais conservadores de Direita e os sectores mais extremistas de Esquerda, esta tentativa de golpe palaciano será o prelúdio para mais à frente se dará com o 25 de Novembro de 1975.
Pedrito coelho foi então à liça defender um livro, que fala da família como, e cito: “natural, universal e intemporal”, valores que não se alteram, “apesar da mudança constante da sociedade”, tanta patranha junta, pois como muito bem sabemos a família, foi sempre uma realidade em mutação ao longo dos tempos, o dito livro, conta com contributos de 22 figuras da Direita mais salafita, a “brigada da naftalina”, alguns dos temas até terão os seus méritos, quanto mais não seja como pontos de partida para uma discussão séria, não inquinada por “benzihices” de saudosistas da Inquisição.
Pedrito coelho dever-se-ia ater à sua nobre profissão de «professor», ao invés saiu da toca para dizer asneira da grossa, está ressabiado o coelhito, não percebo porquê, se até lhe deram um lugar de «professor» no Ensino Superior, em Portugal faz-se de tudo.
Mas Pedrito coelho não descansa, e lá foi ele todo pimpão, apresentar o canhenho da “brigada da naftalina”, ciente que quando quiser e ou alguém se lembrar de sugerir o seu nome para a presidência da floresta encantada, estes “naftalinos” serão seguramente os seus mais diligentes e fervorosos apoiantes, aqui entre nós acho que é isso que Pedrito coelho pretende, daí os seus discursos bafientos, tentando esvaziar os arroubos do corvo Ventura, que anda armado em condestável da floresta encantada, Pedrito coelho quer porém captar todos esses seguidores do corvo Ventura, crente em que o milhão de votos que o dito corvo recebeu, são todos de putativos saudosistas dos bafientos tempos salazáricos, quando na verdade a maioria desses eleitores são apenas almas descontentes, fartas das ocas bufarias dos profissionais do embuste, a tralha politiqueira de que Pedrito coelho é um excelente exemplo.
Quanto ao canhenho miserando, os textos ali plasmados, pelas 22 almas saudosistas, verdadeira “brigada da naftalina”, gente bafienta que exala aquele cheiro a mofo próprio das coisas mortas dispostas em jazigos e ou museus, cheira tudo tremendamente a salazarismo, revelam uma posição contra “iniciativas” que no dizer da “brigada da naftalina”, têm “lesado a instituição familiar”: eutanásia, aborto, “ideologia” de género, ou casamento entre homossexuais, por outras palavras esta gente está mesmo é a lutar contra a felicidade dos outros, no que toca a realidades que realmente fazem perigar a família, qualquer que ela seja, no caso a violência doméstica ou os abusos sexuais por exemplo, nem um pio da “brigada da naftalina”.
Eu enquanto pessoa mediana, se recuso os discursos patetas da extrema-esquerda alucinada, recuso igualmente estes arroubos de bafio salazarento desta “brigada da naftalina”, recuso visões de Esquerda e ou de Direita, prefiro visões humanistas, que defendam a felicidade, não quero visões que contribuam para adensar ainda mais a infelicidade, recuso liminarmente gentalha miserável seja ela de Esquerda ou de Direita, o que sou, o que quero ser e o que serei apenas a mim e aos meus diz respeito, não perceber isso é ser muito, mas mesmo muito, imbecil.
P:S. – Hoje quando escrevo estas linhas é Quarta-feira 24 de Abril, amanhã será 25 de Abril, os 50 anos do dia da Liberdade, que só foi possível porque em 25 de Novembro alguns se opuseram à barbárie vermelha e aos seus esbirros, sem a primeira data a outra não teria lugar, mas é minha modesta opinião que foi a segunda data aquela que reconfirmou os valores de Abril, disso não tenho dúvidas. Viva Abril!
Francisco Pereira
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