Vergonhoso o que se passa no IPO do Porto
31-10-2014 - Eduardo Milheiro
A quem normalmente lhe é diagnosticado um cancro, o mundo cai-lhe em cima e apercebemo-nos que são mais as pessoas que morrem do que as que sobrevivem.
O que acontece no IPO do Porto é inaceitável, acredito que por política do Ministério da Saúde, pois os cortes efectuados no Serviço Nacional de Saúde, atingem de forma exponencial os tratamentos do cancro, pois exigem medicamentos caros e a disponibilidade de médicos e de camas, no IPO do Porto, parecem não existir.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro diz serem dramáticas as dificuldades denunciadas pelo presidente do IPO Porto com os adiamentos das cirurgias, acrescentando-se a falta de camas na instituição, situação esta justificada com a opção de retirar da rede nacional dez camas dos cuidados paliativos.
Neste meu País, tratam-se os doentes todos como gente que só dá despesa e que por esse motivo é gente que não interessa ao sistema.
Esta mentalidade criminosa demonstra bem os políticos e dirigentes que temos, porque para eles não lhes falta nada. Ainda me lembro de um político português que teve um cancro no nariz ou no ouvido e ter sido tratado em Paris, por um dos maiores especialistas franceses, em consequência de um telefonema a “Jacques Chirac” por parte de Durão Barroso.
Mas para o POVO não é assim, vai para listas de espera e a realidade é que os responsáveis da tutela estão-se nas tintas para quem morre ou para quem vive.
A destruição do SNS vai continuar, o orçamento para 2015 trás mais do mesmo. Só quero lembrar aos meus compatriotas, cidadãos deste Portugal atormentado por sucessivos dirigentes políticos incapazes que têm conduzido o nosso destino, que continuem a ter a atitude de dar o poder aos partidos que nos têm conduzido à miséria e à desgraça, à corrupção e ao desvario de parecermos mais um País do Terceiro Mundo do que um País Europeu e com 800 de História.
Eduardo Milheiro
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