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ESPANHA – A DERROCADA SOCIALISTA

09-06-2023 - Francisco Garcia dos Santos

Pedro Sánchez e seu PSOE (Partido Socialista Operário/Trabalhador Espanhol, homólogo do PS português), mercê de uma espécie de “geringonça” copiada da portuguesa de António Costa e seu PS em 2015 (informalmente coligado com o PCP e Bloco de Esquerda), em 2018 atingiu o poder em Espanha coligado com o Unidos Podemos do hoje “desaparecido” Pablo Iglésias (homólogo do BE cá do “Burgo”), e ainda mediante compromissos com partidos regionais independentistas de esquerda, mormente do País Basco e da Catalunha, algo que não foi do agrado da maioria conservadora, católica e “espanholista” de nuestros hermanos, afrontando-a de forma simbólica com a “gratuita e revanchista” exumação e transladação dos restos mortais do CaudilloyGeneralíssimo Francisco Franco e do mítico fundador das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalistas e Falange Espanhola Tradicionalista pró Fascista José António Primo de Rivera das suas tumbas na monumental Basílica de Valle de los Caídos, mandada construir por Franco, sita na Serra de Guadarrama, para cemitérios dos arredores e da própria cidade de Madrid. Tal Basílica, integrada no vasto complexo monástico beneditino, fica a de cerca de 40kmsa noroeste de Madrid, já no Ayuntamiento/Município de San Lorenzo de Escorial, em cuja cidade e sede do mesmo nome se encontra o Mosteiro-Palácio Real mandado edificar no Séc. XVI pelo Rei Don Felipe II de Espanha da Dinastia Áustria/Habsburgo (1º Rei espanhol de Portugal com o título de Dom Felipe I), para, entre outros efeitos, ser sua residência e panteão real, o que ainda hoje o é, em parte terá contribuído para o desastre eleitoral socialista nas eleições autonómicas e autárquicas do passado dia 28 de Maio.

Não sei até que ponto a política de “perseguição a mortos”, denominada de “memória histórica”, iniciada pelo socialista e ex-Presidente do Governo José Luís Zapatero em meados da primeira década do Séc. XXI, e depois radicalizada por Pedro Sánchez e seu parceiro Pablo Iglésias, no sentido de apagar a memória franquista e reescrever a História a favor da Frente Popular dos anos ´30 do Séc. XX (composta pelo próprio PSOE, PCE -Partido Comunista espanhol- e anarquistas de que é herdeiro o Unidos Podemos) e seus crimes políticos praticados enquanto governou Espanha durante a II República, o que culminou na eclosão da Guerra Civil de 1936-1939 vencida pelos monárquicos e nacionalistas-falangistas chefiados por Franco, provocou tal derrota socialista, mas algo me “diz” que a mesma, ainda que residualmente, contribuiu para a mesma.

Em tais eleições o PSOE sofreu uma pesada derrota, até nos seus “bastiões” tradicionais da Comunidade da Estremadura e da Província da Andaluzia, perdendo-as para o PP (Partido Popular, conservador e de base eleitoral com resquícios dos últimos anos do “Franquismo”, o qual não tem paralelo Portugal, mais não seja por circunstâncias históricas), sendo que nalguns casos, como o daquelas “autonomias”, este último terá de se entender com o VOX, dito de extrema-direita, mas que prefiro denominar de “direita espanholista”, que acima de tudo defende a unidade do Estado espanhol como uno e indivisível, sendo certo que o Reino de Espanha não é uma nação, antes um agregado de nações com predominância da de Leão e Castela, que abrange a Extremadura, a Andaluzia e, de alguma forma, as Comunidades Autónomas de Aragão e de Valência -isto para além das Ilhas Baleares e Canárias. As outras são a Galiza, o País Basco/Navarra e a Catalunha- todas elas unidas pela Coroa e Regime Monárquico, cujo Rei (ou Rainha) são símbolos da unidade do Estado e de todos os espanhóis latu senso.

O Unidos Podemos quase desapareceu do “mapa político” espanhol. Talvez, por prever isso, Pablo Iglésias abandonou o Governo espanhol, candidatou-se nas penúltimas eleições autonómicas à presidência do Governo da Comunidade Autónoma de Madrid sabendo de antemão que iria perder para a então “estrela” em ascensão “pepetista” Isabel Ayuso, e assim poder alegar um bom motivo para desparecer da política.

Quiçá Cristina Martins tenha seguido a estratégia e exemplo do seu camarada Iglésias abandonando a liderança do BE e saindo da Assembleia da República, pois após a estrondosa derrota deste partido nas eleições legislativas de 2022, e com a consistente subida nas sondagens do Iniciativa Liberal e do Chega, nas eleições para o Parlamento Europeu de 2024 arrisca-se, aliás como o PCP, a não conseguir eleger qualquer deputado.

Voltando às eleições espanholas, a grande vencedora destas, mais do que o próprio PP liderado por Alberto Feijóo, foi a sua insigne militante, reeleita com maioria absoluta como Presidente do Governo da Comunidade de Madrid, Isabel Ayuso, que esmagou o PSOE, reduziu o número de deputados do VOX à sua direita e pulverizou o Unidos Podemos à esquerda, o qual nem um deputado conseguiu eleger.

Tal derrocada socialista levou Pedro Sánchez a decidir a convocar eleições legislativas antecipadas para o próximo mês de Julho, quando as mesmas, por força de Lei, estavam previstas para o final deste ano, e muito provavelmente para evitar a contínua degradação e desgaste de si próprio e do seu Governo/Partido até lá, numa táctica de “contenção de danos”.

Tal significa que bastaram cerca de cinco anos de governação de Sánchez e seu PSOE para os espanhóis se fartarem deles e terem-lhes mostrado um “cartão vermelho”.

Ou muito me engano, ou o PSOE vai levar uma grande “banhada” nas próximas eleições de Julho, não só perdendo-as para o PP, podendo este alcançar uma maioria absoluta, ou relativa apoiada pelo VOX e alguns pequenos regionais de centro-direita nas Cortes (Câmara dos Deputados e Senado), como a breve trecho Isabel Ayuso, com apenas 42 anos de idade, chegar à presidência do PP e do próprio Governo de Espanha.

Fazendo um paralelismo com António Costa e seu Governo PS, sorte sua a de não ter de a curto prazo se submeter ao votodos portugueses, pois as próximas eleições em Portugal serão ainda neste ano apenas para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, as quais, não duvido, serão ganhas pelo PSD, coligado ou não com outros partidos de centro-direita, e reeleição de Miguel Albuquerque como Presidente do respectivo Governo com maioria absoluta e reforçada. Mas estas eleições não terão grande impacto nacional. A grande “prova de fogo” de Costa e seu PS serão as eleições para o Parlamento Europeu marcadas para Julho de 2024. E até lá, de duas uma: ou Costa segue o exemplo de Sánchez, demitindo-se, ou irá “cozendo em lume brando” até daqui a um anoos portugueses já não o poderem “ver à frente”, podendo muito bem o PS sofrer uma pesada derrota nas ditas eleições europeias -e se tal acontecer, todos os cenários serão possíveis de se verificar.

Mas atenção!

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa já deixou de ser o amparo de Costa e seu Governo. “Raposa velha” e “animal político”,Marcelo avisou por mais de uma vez, de forma enfática e pública, que irá estar mais atento à governação socialista (o que implica aos seus eventuais futuros “casos” e “casinhos”) e que não abdica dos respectivos poderes constitucionais de demitir o Governo, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas, sendo que já anunciou que vai ouvir os partidos políticos com assento parlamentar e proceder à convocação de uma reunião do Conselho de Estadopara análise da situação económica e política do País no final do próximo mês de Julho, ou seja, depois de conhecer as conclusões ou relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP e estar na posse de toda a informação sobre a intervenção do SIS face ao alegado roubo porFrederico Pinheiro,ex-Adjunto do Ministro João Galambae por este despedido por telefone, do seu computador de serviço e sua “recuperação” durante a noite e em casa do primeiro por um agente daquela “secreta”. Para bom entendedor…

Aguardemos!

Francisco Garcia dos Santos

 

 

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