::..O Notícias de Almeirim..::

Ao compararmos as economias, da Irlanda e de Portugal,resgatadas pela Troika em 2011,é evidente a diferença entre estes dois países, em termos dos seus sistemas tributários, educação, infraestrutura e no seu ambiente económico. A Irlanda apresenta uma notável taxa de crescimento do PIB de 4,3% em 2023, em comparação com os 1,8% de Portugal.

Uma das diferenças mais notáveis entre estes dois países, é o seu sistema tributário. A Irlanda tem uma taxa de imposto sobre o rendimento pessoal de 20%, o que torna a apresentação das declarações de rendimento relativamente simples. Em contraste, Portugal tem um sistema tributário progressivo e complexo, com vários escalões de imposto sobre o rendimento, que variam entre 14,5% e 48%. Embora um sistema tributário progressivo, possa garantir que aqueles que ganham mais, paguem uma percentagem mais elevada do seu rendimento em impostos, o que poderá ajudar a reduzir a desigualdade do rendimento, na realidade uma taxa de imposto sobre o rendimento pessoal fixa, estimula o crescimento económico e reduz a evasão fiscal, como se comprova em diversos países não apenas na Irlanda.

Para evoluir a sua economia, Portugal poderia considerar a implementação de uma taxa de IRS fixa, semelhante à da Irlanda. O quetornaria o sistema tributário mais atraente, para o desenvolvimento de empresase para o enriquecimento da população. O governo também poderia considerar, a redução da taxa de imposto sobre as sociedades, atualmente em 21%, para tornar Portugal um destino mais vantajoso para o investimento estrangeiro. Neste caso, se a taxa de IRC descesse para metade do seu valor, para os 10,5% (bem abaixo da irlandesa, de 12,5%), haveria uma redução na receita em cerca de 3300 milhões de euros, o equivalente ao que o estado “aplicou” na TAP (3200 milhões de euros) ou seja com menos TAP, teríamos mais economia.

Outra diferença significativa está na mão de obra especializada. Embora Portugal tenha progredido significativamente nos últimos anos, ao investir em programas de educação e formação para melhorar a qualidade da sua mão de obra, a Irlanda tem a sua mão de obra altamente especializada e qualificada, onde, uma grande partetem formação superior.

Assim, Portugal deveria investir mais em programas de formação profissional, com o objectivo de preencher lacunas no mercado de trabalho e atrair empresas que requerem trabalhadores especializados. Além disto, o governo poderia oferecer incentivos, de forma a que as empresas investissem na formação e no desenvolvimento dos seus colaboradores.

A infraestrutura é outro fator-chave no crescimento económico. Embora Portugal tivesse uma grande evolução nos últimos anos, a infraestrutura da Irlanda é considerada uma das melhores do mundo. A Irlanda investiu fortemente nas suas redes de transporte e comunicação, o que tornou o paíseconomicamente atractivo para diversas empresas. Portugal tem investido em projectos de infraestruturas, incluindo melhorias na ferrovia, autoestradas e na possibilidade de um novo aeroporto internacional, porém, tem ainda um longo caminho a percorrer, para alcançar a Irlanda.

Para melhorar sua infraestrutura, Portugal poderia considerar aumentar seu investimento em redes de transporte e comunicação. O que poderia incluir a construção de novas autoestradas, assim como a conclusão de troços incompletos, como é o caso da A13 e o desenvolvimento de ligações ferroviárias de alta velocidade, em especial entre Lisboa e Madrid. Portugal deveria, também, considerar a criação deum pacote de incentivos, para os privados poderem investir em projetos de infraestruturas, como é o caso do possível aeroporto de Santarém, o que ajudaria a melhorar o ambiente económico de Portugal de uma forma geral.

Por fim, o ambiente económico é também um fator importante no crescimento económico de qualquer país. Tanto Portugal como a Irlanda, têm feito esforços para criar um ambiente favorável aos negócios, mas a Irlanda tem sido mais bem-sucedida em atrair investimento estrangeiro. A Irlanda tem uma forte reputação de ser um local pró-negócios, com uma taxa de IRC baixa, de 12,5% e uma mão-de-obra altamente qualificada. Portugal tomou medidas para facilitar a criação e desenvolvimento de empresas, mas tembastante trabalho a fazer, para se tornar tão atractivo como a Irlanda.

Uma medida prática que Portugal poderia executar, ao objectivar a melhoriado seu ambiente económico,seriaa reduçãoda burocracia e a simplificação do quadro regulamentara que as empresas estão sujeitas. O que tornaria o início da actividade empresarial, mais facilitado em Portugal. Além disso, o governo poderia canalizar fundos, que servissem de incentivo ao investimento, em pesquisa e desenvolvimento pelas empresas, o que ajudaria a criar novos productos e serviços e estimular o crescimento económico do país.

Em conclusão, tanto a Irlanda como Portugal adoptaram abordagens diferentes em relação às suas economias, sistemas fiscais, especialização profissional, infraestrutura e ambiente económico. Embora a Irlanda tenha experimentado um crescimento notável ao longo dos anos, Portugal ficou para trás. No entanto, é,ainda assim, importante notar que Portugal fez progressos significativos nos últimos anos, especialmente em termos de seus programas de educação e formação e no seu investimento em projetos de infraestrutura.

Com o desenvolvimento económico em vista e ao ter o caso da Irlanda como exemplo, Portugal deveria considerar implementar as seguintes ações:

Reduzir impostos sobre o trabalho, para tornar a contratação mais acessível às empresas e promover a criação de emprego;
Simplificar o sistema tributário, potencialmente com a reduçãodo número de escalões de IRS ede maneira a facilitar o cumprimento das obrigações fiscais pelas empresas, a redução do imposto sobre as sociedades, para uma percentagem mais competitiva;
Aumentar o investimento em programas de educação e formação, para fomentar a especialização da sua mão de obra e assim tornar Portugal mais atrativo para o investimento empresarial;
Continuar a investir em projectos de infraestrutura, para melhorar as redes de transporte e de comunicação existentes, essenciais aodesenvolvimento empresarial e acima de tudo, promover o investimento privado nesta área;
Implementar políticas para atrair investimento estrangeiro, ao oferecer incentivos para fixação de empresas em Portugal, assim como ao promover um ambiente económico “pró-negócios”.

Ao implementar estas ações, Portugal tem o potencial de desenvolver a sua economia e continuar a impulsionar o crescimento económico, ao proporcionar oportunidades para os seus cidadãos e empresas. Ainda que os resultados destas medidas, possam visar um longo espaço temporal, Portugal tem um grande potencial e, com as políticas e investimentos certos, pode atingir o mesmo nível de sucesso económico que a Irlanda nos apresenta.