Comemorações dos 100 anos da I Grande Guerra

24-10-2014 - Henrique Pratas

Ainda tive uma réstia de esperança que as anunciadas comemorações e de todo o “espalhafato” criado à sua volta nomeadamente a entrega de quem é detentor de memórias/documentos dos que participaram nela.

Mais uma vez sentiu-me defraudado, ofendido até por entender que as mesmas constituíram apenas uma operação de marketing mal feita.

Como neto de MILITAR que participou na I Grande Guerra, senti que este “comemoração” humilhou todos os que participaram nela, porque entendo que os que participaram nela, precisaram na devida altura de acompanhamento, de ajuda de reconhecimento na altura devida, agora para mim é tarde demais, se o meu avô fosse vivo, iria sentir vergonha por aquilo que ocorreu.

O que foi dado a ver foi mau demais para ser verdade, vi o Presidente da República participar e discursar na Avenida da Liberdade, despejada de população, não sei se por razões de segurança, se por falta de interesse destes em participar num ato que não lhes dizia respeito, acompanhado de alguns militares, do qual destaco um deles porque conheço o seu processo de evolução em termos de carreira, oficial de marinha que por estar muito próximo do Partido do Presidente da República, por ter sido seu chefe da Casa Militar quando era aquele era Primeiro-ministro, subiu rapidamente na carreira militar, eu que sou ingénuo pensava que os militares não tinham partido, a realidade demonstra o contrária de tal forma que a personagem em causa progrediu na carreira militar à qual pertence de forma meteórica.

O discurso do Presidente da República nada acrescentou de novo é mais do mesmo, a única coisa que provavelmente ficou e a sua pretensão foi associar o seu nome a uma miserável comemoração, que mais uma vez não dignifica o nome a vontade, sem olhar a interesses pessoais, como os MILITARES que estiveram presentes na I Guerra.

Esta cerimónia para mim da forma como foi feita é descabida e de utilidade nula, mais uma cópia mal feita, dos Países que estiveram presentes na I Grande Guerra todos os anos comemoram e acompanharam devidamente os seus participantes.

Vivemos num País onde os seus representantes promovem comemorações que em vez de mostrar gratidão acentuam a ingratidão que os mesmos votam ao infortúnio da falta de reconhecimento em vida, para estes apenas foi criado nos diferentes cemitérios espalhados pelo País um “talhão” para depositar os restos mortais daqueles que sem qualquer tipo de proveito serviram a sua Pátria.

Em Coimbra, o Primeiro-ministro participou noutra cerimónia alusiva aos 100 anos da I Grande Guerra, fiasco total, assobiado por todos e não apenas por aqueles que pertencem à CGTP como fez alusão, como se estes não fossem portugueses iguais aos outros que votaram nele. Será que os portugueses se restringem ao pequeno número que bajulam e apoiam o Primeiro-ministro. Não é a primeira vez nem será a última que a personagem será apupada à força toda, será que ele não reconhece que não é bem-vindo em qualquer parte do País os portugueses estão fartos, esta é uma constatação óbvia, mas como o Povo diz não mais cego do que aquele que não quer ver.

A cerimónia como escrevi foi apupada em tempo oportuno, já que quando o Hino Nacional, foi tocado os “ vândalos” como o senhor Primeiro-ministro pensa calaram-se, fazendo-se um silêncio sepulcral, sem que ninguém os tenha incentivado ou ordenasse a isso, que demonstração de civismo, valor que o Primeiro-ministro não demostra em nenhuma situação.

Por mim e pela memória do meu avô senti-me envergonhado pela cerimónia que foi realizada, não honrou a memória daqueles que estiveram presentes na I Grande Guerra, foi apenas uma operação de marketing mal feita e teve apenas como objetivo assinalar apenas uma data os 100 anos da I Grande Guerra.

Uma última nota o Ministro da Defesa não apareceu, será que já não existe ou nunca existiu?

Lisboa, 19 de outubro de 2014

Henrique Pratas

 Voltar