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ONDE PÁRA O SOCIALISMO!?

17-03-2023 - Francisco Garcia dos Santos

À data em que escrevo estas linhas, confesso que não gostaria de voltar a zurzir no Governo socialista de António Costa suportado na Assembleia da República pela maioria absoluta do PS, mas face às recorrentes e reiteradas “trapalhadas” do e no seio do mesmo, como a demissão de 12 membros do mesmo por iniciativa própria ou forçada pelo Primeiro-Ministro e/ou, indirectamente, pelo Presidente da República; sobre, a TAP eNovo Banco;greves intermináveis de professores, funcionários judiciais, médicos,maquinistas da CP (comboios), ameaça de outras como a de enfermeiros, fecho de “urgências” em vários hospitais públicos de algumas valências e urgências, como são os casos do atendimento de crianças e grávidas parturientes, ou seja, de Pediatria e de Ginecologia e Obstetrícia de dia ou de noite e fins-de-semana, etc.(por exemplo nos Hospitais Garcia de Horta em Almada e Beatriz Ângelo em Loures -ambos na área da grande Lisboa), não posso deixar de me insurgir contra este “estado de coisas”.

Como os leitores que fazem o favor e têm a paciência de ler o que escrevo neste Jornal bem sabem, situo-me na direita ideológica, que não sociológica, o que aliás expliquei sucintamente no meu artigo da última edição de 03/03/2023, não concebo, e muito menos defendo, um Estado e uma Sociedade “anarquicamente” ultraliberal, antes professo uma ideia de “Estado Social”, em que essa entidade (Estado), que congrega e representa todos os cidadãos, tem de lhes garantir, no mínimo, um ensino público, uma saúde pública e uma Justiça feita nos tribunais que funcione eficaz e rapidamente, a qual não pode ser privatizada, como o tem vindo a ser progressivamente ao longo de cerca de 10 ou mais anos, mediante um sem número de “delegação” de poderes outrora estritamente judiciais, “jurisdições” de arbitragemprivada para resoluções de conflitos, inclusive entre o mesmo Estado e entidades privadas, mormente no que concerne a grandes e poderosas empresas que com o mesmo firmam contratos da mais variada natureza, como por exemplo, de obras públicas, saindo sempre estas últimas a ganhar -sabe-se lá porquê!…

Supostamente, a ideologia e prática socialista democrática deveria nortear-se por princípios de prestação de serviços públicos e de solidariedade social reflectidos no que acima ficou dito, dignificando, valorizando e remunerando condignamente os seus profissionais, para além de lhes proporcionar condições de exercerem eficientemente as respectivas funções a benefício dos cidadãos. Ora, como tal cada vez menos sucede, assistimos às referidas greves, aliás todas elasmais ou menos justas, a que acrescem protestos de “rua”, tudo com sobejas e variadas razões para ocorrem.

Indo por partes: como é que é possível termos professores não vinculados à Função Pública com mais de 20 anos de carreira e perda de anos/tempo de serviço, todos os anos terem de concorrer para colocação numa escola e, quantas vezes, colocados a centenas de quilómetros da sua residência e casa de morada de família; falta de médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde, aliás mal pagos e sem condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde, com fecho de serviços em muitos hospitais e afugentando-os para o sector de saúde privado; grave deficit de funcionários judiciais e mal remunerados, contrariamente a juízes e procuradores do Ministério Público?

António Costa e seu PS (des)governam Portugal há quase 8 anos, primeiro com apoio mais ou menos maioritário mediante a “geringonça” formada pelo próprio PS, PCP e BE; depois sozinho, mas minoritariamente fazendo acordos pontuais às suas direita e esquerda consoante as suas conveniências; finalmente, aproveitando as sondagens que à data lhes “davam” uma tão ambicionada maioria absoluta, provocaram uma crise política, dissolução da Assembleia da República pelo Presidente da República, convocação e realização de eleições no início de 2022, e obtenção dessa almejada maioria.

O resultado da governação Costa/socialista é o que se tem vindo a ver e vê, sendo que as mais recentes sondagens, as quais valem o que valem, mas são em cada momento um indicativo da opinião popular, já não só não reflectem tal maioria absoluta, como “dão” um somatório dos partidos ditos de direita (PSD, IL e Chega) superior ao do conjunto de todos os de esquerda, onde os socialistas dizem inserir-se.

É caso para perguntar, tal como o título deste escrito, “onde pára o socialismo”!?

Com o (des)governo de Costa e seu PS, cada vez mais prepotente, nepotista (compadrio), cerca de 12 membros do Governo demitidos por vontade própria e/ou forçada devido a escandaleiras pessoais e políticas no curto espaço de 1 ano, no meu modesto entender o Primeiro-Ministro já deveria ter apresentado a sua demissão ao Presidente da República, provocar a dissolução do Parlamento e consequente convocação de novas eleições legislativas. Mas porque é que o não faz? A resposta é simples: a “famiglia” socialista está agarrada ao “poder” que nem uma lapa à rocha, seja ele central, regional ou local, na sua maioria vivendo sem nunca ter tido uma verdadeira profissão conhecida e/ou relevante, sendo que sem a “mama” do Orçamento de Estado” viveria na indigência.

Por fim, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, na sua entrevista televisiva do passado dia 9 do corrente mês de Março, criticou pela negativa de forma muito assertiva, contundente e objectiva (mediante argumentos factuais) o actual Governo de Costa e respectiva maioria absoluta do PS na Assembleia da República que o suporta, quando logo no início disse, e cito de memória, que “esta maioria absoluta já nasceu cansada”…; como não poderia deixar de fazer, alertou para os “casos e casinhos” do Governo e da governação, como a falta de escrutínio antecipado pelo Primeiro-Ministro Costa do currículo e passado pessoal e político de quem tem sido “chamado” para o Governo, vendo-se depois obrigado a demiti-los devido a “pechas” actuais e passadas; a “embrulhada” da TAP; utilizar a expressão do “copo meio cheio e meio vazio”, que em sua opinião, no que concerne ao Governo, o”copo está meio vazio”; que, embora deseje que a presente legislatura chegue ao fim, i. e. até 2026, mas lembrando que esse é um ano de eleições, pelo que o mesmo pouco ou nada contará em termos de medidas de efectiva governação, não abdica das suas prerrogativas constitucionais de até lá demitir o Governo, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas quando e se o desgaste e degradação política daquele continuar a ocorrer e houver uma forte possibilidade de existir uma alternativa à direita do PS, o que também é uma chamada de atenção para os partidos da mesma e, sobretudo, para o PSD e seu Presidente Luís Montenegro.

Para concluir, parafraseio Zeca Afonso na sua mais conhecida canção “Grândola Vila Morena”: porque “o Povo é quem mais ordena”, é tempo de o mesmo sair massivamente à “rua” e exigir de imediato ou a curto prazo a demissão de Costa e seu (des)Governo e que lhe seja permitido pronunciar-se nas urnas de voto sobre o que deseja para si e para Portugal.

Francisco Garcia dos Santos

 

 

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