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TODOS QUEREM PAZ!

03-03-2023 - Francisco Pereira

São treze horas e vinte minutos do dia 4 de Janeiro do ano da Graça do Senhor de 2122, Faro caiu, as últimas unidades das tropas portuguesas abandonam a cidade, os ingleses são donos e senhores da província do Algarve, termina assim a sua “operação militar especial”, desencadeada após um pedido formal de apoio das comunidades inglesas residentes no Algarve, culminando quase um ano de conflito latente, em que milícias inglesas enfrentaram unidades regulares de Portugal numa espécie de guerra de guerrilha, com a queda de Faro inicia-se a guerra, com Portugal a bombardear vastas zonas do território algarvio, seguida de uma invasão inglesa destinada a conquistar os territórios do Alentejo, é Inverno, está um frio tremendo, as trincheiras estendem-se por quilómetros por entre serranias e planícies por agora a frente está em silêncio, excepto quando algum ocasional duelo de artilharia se desencadeia.

Desde 2118 que os ingleses reclamavam por uma autonomia para as suas comunidades, existem muitas zonas no Algarve em que as populações originárias de Inglaterra são maioritárias, as maiores cidades do Algarve são disso exemplo, consequentemente começaram a surgir os primeiros atritos entre as comunidades inglesas e as autoridades de Portugal, que foi tentando remediar a situação, tentando não despertar a ira da poderosa Inglaterra.

No entanto em 2119 Inglaterra, aproveitando os festejos do novo ano, invade e ocupa a ilha do Farol, a ilha da Culatra e a ilha da Armona, hasteando nelas a bandeira de Inglaterra, estendendo assim a sua soberania às ilhas conquistadas, que a partir daí vão funcionar como uma testa de ponte, um enclave que alimentado pela base inglesa de Gibraltar, serviu para o desembarque de tropas que agora controlam todo o Algarve.

Inglaterra confrontado com acusações sobre a invasão, aprestou-se a considerar a intervenção, como uma simples operação militar especial, destinada a assegurar os direitos e liberdades dos seus cidadãos, que estavam a ser desrespeitados a vários níveis, por exemplo, com a potencial entrada de Portugal na União Africana, com a adesão de Portugal à OPEP, Organização dos Países Exportadores de Presunto, bem como a mais contestada que foi a adesão do Algarve à OPIPA, Organização dos Países Importadores de Pinga e Amendoins, num claro desprezo pelas tradições inglesas, fazendo desses modo perigar o modo de vida ancestral dos cidadãos ingleses do Algarve, por esses motivos Inglaterra viu-se na contingência de proceder a uma operação para dar segurança aos seus cidadãos.

Entretanto há gente a exigir a paz, Portugal deverá abdicar do Algarve para que haja paz, a Inglaterra compromete-se a retirar dos territórios do Alentejo que conquistou. Hoje é Sexta-feira dia 3 de Março de 2123, a guerra dura há um ano, quem sabe quando terminará.

Escrevi este pequeno ensaio distópico e futurista sobre uma ocorrência fictícia, com muitas características de algo que aconteceu recentemente, fi-lo essencialmente para deixar algumas questões que considero pertinentes, por exemplo que faria o caro leitor? Como se sentiria perante a invasão do território nacional, com a guerra ou com a “paz” imposta.

Que direito assiste a qualquer país que invade outro Estado soberano sem qualquer provocação? Que direito assiste a qualquer país que invada outro Estado soberano, invocando que o Estado invadido aderiu a esta ou aquela organização, não são os Estados soberanos livres de pertencerem às organizações que desejarem?

Que direito assiste a qualquer país que invade outro Estado soberano, para sistematicamente destruir todas as infraestruturas civis, para deliberadamente escolher alvos civis nomeadamente a população, massacrando-a e sujeitando essas populações a um terror infindável?

Que tipo de gente, faz parte de um partido político com assento parlamentar de um país democrático como Portugal e que defende a posição do invasor, que gente é esta? Que gente é esta que condena, e bem, Israel pela sua política de terror para com a Palestina, mas que apoia a mesma atitude da Rússia e da sua bárbara agressão aos mais elementares direitos humanos, democracia e liberdade da Ucrânia, que gente é esta, que podemos esperar desta gente que parecem estar ao serviço de interesses estrangeiros que não os de Portugal, devemos confiar nesta gente?

Que faria este tipo de gente se nos deparássemos com a mesma agressão? E que faria esta gente se a agressão fosse da Rússia, seriam leais a quem?

Será que esta gente já se colocou na pele das pessoas que estão a ser mortas, que viram as suas vidas destroçadas, por causa dos desejos belicistas de um Estado terrorista, que se acha no direito de atacar os outros por esta ou por aquela razão imbecil e patética, será?

São demasiadas as questões que me assaltam, infelizmente quase todas me fazem colocar em causa a decência, a moralidade, a lealdade e o sentido democrático, desta gente que apoia a Rússia, os seus discursos anacrónicos e patetas, a sua deriva fascista, quase nazi, que os faz qual bestas encurraladas reagir com ferocidade, sem respeito por nada, sem respeito pelo sofrimento, sem respeito pelos direitos humanos, sem respeito pela Democracia, e eles que se dizem os paladinos da Democracia e defensores supremos da Liberdade, infelizmente uma coisa sãos os seus discursos outra coisa são o modo como agem, o que me leva a questionar, que gente é esta?

Tem piada que todos procuram a Paz, mas sempre à custa dos outros.

Francisco Pereira

 

 

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