Paulo Portas, o Amigo dos Contribuintes

17-10-2014 - Eduardo Milheiro

Como deixa ver o OE para 2015, a sobretaxa de IRS extraordinário de 3,5% vai continuar. Paulo Portas, depois de ter passado meses a fio a dar a entender que a sobretaxa iria passar de 3,5% para 2,5%, vacilou e aceitou o que Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque quiseram, sendo mais uma derrota para o chefe do “partido dos contribuintes” a troco de ser Ministro, o seu sonho de sempre, demonstrando com esta atitude que se está a lixar para os contribuintes, quando se trata de manter o seu posto e o dos restantes membros do CDS.

Porque a solução arranjada (de combate à fraude fiscal, bláblá…) a correr bem, fará com que os contribuintes sejam recompensados no reembolso de IRS. Tudo falacioso, é tudo uma história e como história que é, não tem nada de concreto! Mas como bom neo-liberal, concorda com o aumento brutal do IMI, porque na prática, as alterações introduzidas é o que vão provocar; deixa baixar a taxa de IRC de 23% para 21%, que só vem beneficiar as grandes empresas e o grande capital, porque para as pequenas e médias empresas é irrelevante, sempre de acordo com o primeiro-ministro e com a ministra das finanças com quem se tinha zangado.

Paulo Portas teve de aceitar o que Passos Coelho lhe impôs, porque na verdade o CDS só existe colado ao PSD. Sem essa estratégia, o CDS esvazia-se e voltará a ser o partido do táxi, pois Paulo Portas não tem palavra nem respeito pelos portugueses. O seu espaço partidário está-se a esgotar, Esquerda, Centro e Direita, partidos como o CDS acabarão, ou então alinham numa política como a da Frente Nacional de Marine Le Pen, ocupando, assim, o espaço da Extrema-direita. Se quiser, como é seu hábito, continuar a enganar o Povo Português, poderá seguir a União por um Movimento Popular, o partido de Nicolas Sarkozy.

Se o Partido Socialista não lhe der a mão nas próximas eleições, no caso do CDS concorrer sozinho, será o esvaziar desta força partidária de Direita, pois partidos que existem para serem peões de brega, que aceitam as migalhas que lhes dão, não têm razão de existir, até porque acredito que os portugueses não são burros e gente que só procura na sua desmesurada ambição serem ministros, não têm razão de existir na política.

Eduardo Milheiro

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