Caro Eduardo Arménio
10-12-2021 - Francisco Pereira
Escrevo-te esta singela missiva, não me julgues teu amigo, para deplorar a tua prestação, naquele dia em que te demitiste, ó Eduardo Arménio, meu rapaz, aquilo não se faz pá, aquela soberba toda, aquela arrogância e topete caíram muito mal, mais ainda, posteriormente aquele anuncio de demissão precedido de uma espécie de liturgia de auto elogio de auto comprazimento é pá caiu ainda pior, demonstrou um problema de um egocentrismo narcicista patológico a roçar a psicopatia, foi mau, foi mesmo péssimo pá.
Quem te escreve isto ó Eduardo Arménio, é o mesmo tipo que na mesma semana em que foste indigitado para a pasta ministerial que assumiste, escreveu que não tinhas o mínimo perfil para aquilo, que eras um crasso erro de elenco, infelizmente para o país, as tuas prestações provaram isso mesmo, só o senhor Costa é que não via isso, com a visão toldada pela tua inquestionável lealdade canina, a mim porém bastou-me ver-te numa cerimónia para te perceber logo, meu pobre rapaz, parecias um pato bêbado num baile de elegantes flamingos, assentava-te a pasta ministerial tão bem, palavra que adoras pronunciar, como um selim nas costas de uma vaca.
Depois de ler os rasgados encómios que a tua dilecta esposa te teceu, fica-me a desagradável sensação de que as tuas acções recentes traem completamente o perfil que traçam de ti esses elogiosos comentários, assumo que possas ter sido bom profissional, um bom executor de tarefas, um diligente feitor dos trabalhos de sapa sujos do aparelho partidário, sendo por tal que o senhor Costa muito te deva, assumo até que possas ter sido um bom político, novamente, infelizmente para o país, nada nas tuas actuações recentes demonstra tal facto, os teus bons começos lá por Macau, onde até aprendeste mandarim, não auguram nada de bom nessa Macau coutada de um certo socialismo pernicioso que fez de um tal Melancia, e outros, um especialista em faxes, e tu por lá andavas a fazer tirocínio e o que aprendes-te está bem à vista.
Quem também te topou à légua foi a senhora Leite, avisada estava ela por ter pertencido à chusma cavaquista do muito rebotalho politiqueiro que por aí anda, quando te disse em 2004, ““O senhor não merece o ordenado que recebe – era com isto que o senhor deveria estar preocupado! […] Como é possível haver um deputado que, ontem, na Comissão de Economia e Finanças, faz uma pergunta e hoje, aqui, repete essa mesma pergunta, que é absolutamente a de um ignorante?”, a senhora Leite lá saberá pá.
E depois ó Eduardo Arménio, temos aquelas trapalhadas todas em que te metes-te pá, desde a patetice anedótica do microfone na comissão parlamentar em 2014, às golas antifumo em 2019, ao caso Ihor em 2020, à extinção do SEF e surto em Odemira, à barracada das comemorações do campeonato dos empurra bolas, culminando no infausto caso do atropelamento na A6, foram demasiadas ocorrências, que uma após a outra demonstraram que eu sempre tive razão, quando ia escrevendo que tu eras completamente imprestável enquanto ministro de tão sensível pasta, ademais nessas situações todas, saltaram à vista determinadas características comportamentais que se foram repetindo e que igualmente provam a minha avaliação, demonstras-te sempre uma soberba, uma falta de humildade, um ego desmedido, uma arrogância inusitada e uma completa falta de capacidade de comunicar, esta última é de estranhar porque deves ter tido um assessor de imprensa que te dava orientações, ou o rapaz não sabia o que fazia ou tu não seguiste à risca essas indicações o que faz perigar o mito de seres alguém inteligente.
Bem pelo contrário ó Eduardo Arménio, quem te ouviu na manhã do pedido de demissão ouviu um ser asqueroso, arrogante e patético, ouviu alguém a quem faltam as qualidades de excepção, que deveriam ser obrigatórias, para alguém ser ministro, falta-te empatia, falta humildade e faltou-te principalmente humanidade, o que me faz pensar que tu ó Eduardo Arménio, não sejas grande coisa enquanto ser humano, aliás se te julgasse pelas declarações dessa manhã e depois à tarde com o pedido de demissão antecedido de mais uma arenga egocêntrica, chegando até ao ponto de pareceres o Calimero com a vitimização que foste construindo, a ideia que fica é que estamos perante um ser com algumas questões de personalidade mal resolvidas, alguém com mau fundo, egoísta, arrogante e pouco capaz de se sujeitar ao escrutínio e muito menos de assumir erros.
Caro Eduardo Arménio, como te disse inicialmente não me julgues teu amigo, nem inimigo antes te desprezo profundamente como incarnação de um tipo de político que infelizmente abunda no nosso panorama político, o teu consulado fica desde o início marcado por um fedor a putrefacção que desde início foi ficando mais forte, era o odor dos cadáveres da “decência”e da “humanidade” que em ti haviam fenecido, cada novidade que vamos sabendo sobre ocaso da A6 mais adensa esse olor a coisas pútridas, começou logo contigo a usares o ministério para sacudires a água do capote acusando o falecido e uma suposta falta de sinalização, ambas patranhas, depois foi uma cascata de burrices que culminou quando se soube que a testemunha que te ilibou de responsabilidades no atropelamento na A6, afinal, nem seguia no interior do carro acidentado. Afinal ó Eduardo Arménio, nem para te escapulirares acertas pá, és mesmo uma nódoa.
Francisco Pereira
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