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DO CONTROLO DA OPINIÃO PÚBLICA

12-11-2021 - Pedro Pereira

”Aqueles que pretendem entender o passado e moldar o futuro devem prestar muita atenção não apenas às suas práticas, mas também à estrutura doutrinária que as sustenta.”
Noam Chomsky

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Há mais de 260 anos, David Hume, ao abordar a problemática da obediência civil, chegou à conclusão que o governo de uma nação se baseia no controlo da opinião, princípio que abarca todos os governos: as ditaduras civis, as ditaduras militar, os nepotistas e até as democracias.
Assim, na prática, de acordo com a gestão das democracias ocidentais, a população pode ser “espectadora”, mas não “participante”, salvo quando coloca o voto na urna no acto eleitoral. Ou seja, na ocasional escolha de líderes partidários, porque onde se definem os verdadeiros rumos da política, é no campo económico, área de onde a população em geral deve de ser excluída.
Desta forma, existem doutrinas concebidas para impor o novo “espírito” da “democracia” segundo os moldes neoliberais, esta, de resto, actualmente em crise.


Para os teóricos do controlo das massas, a manipulação consciente e inteligente dos hábitos e opiniões organizadas das massas constituem importantes componentes das sociedades ditas democráticas.
Por tal forma, as minorias informadas para atingirem os seus objectivos, devem fazer uso contínuo e sistemático da propaganda.
Uma vez que compreendem os processos mentais e os padrões sociais das massas, podem manejar com relativa facilidade a opinião pública, dado que a referida sociedade consentiu em aceitá-la sem se manifestar, por desinformada que está.

A importância do controle da opinião define-se claramente à medida que a sociedade organizada consegue ampliar as modalidades de democracia, fazendo emergir, aquilo que as elites liberais denominam eufemisticamente de “crise da democracia”, que sucede quando as populações relativamente apáticas ou passivas se organizam e tentam penetrar na esfera política na procura dos seus interesses, “lesando” os interesses da “ordem” e da “estabilidade” da classe dominante.
Neste âmbito, a minoria informada assume-se como uma “classe especializada”, responsável pelo estabelecimento de políticas de governo e pela “formação de uma sólida opinião pública”, pelo que, deve encontrar-se distanciada da interferência do público em geral, este, formado por pessoas “ignorantes e intrometidas, alheias ao processo”. O povo deve ser “colocado no seu devido lugar”. “Aprender” a sua função, ou seja: a de “espectador da acção”.
Nas sociedades de regras democráticas mais amplas, nas quais, for força da lei e dos costumes não se deve recorrer à força, os administradores políticos fazem uso de sofisticadas técnicas de controlo, amplamente baseada na propaganda.

Se o leitor reparar, este tipo de actuação é aparentado à boa e velha doutrina leninista! A similaridade entre a teoria democrática progressiva (neoliberal) e o marxismo-leninismo é notável.
O quadro sumário aqui referido é vulgar numa sociedade gerida pelos interesses das grandes fortunas, que gasta quantias astronómicas em marketing. Os exemplos, nas ditas democracias ocidentais, saltam aos olhos de qualquer cidadão mais atento. Atente-se ao Portugal de hoje. Um exemplo paradigmático.

Pedro Pereira

 

 

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