AI ESTA NOSSA JUSTIÇA…
01-10-2021 - Francisco Pereira
Esta nossa Justiça está absolutamente destroçada, moribunda, pútrida, os seus protagonistas, nomeadamente juízes, procuradores e advogados, gozam de pouca ou nenhuma credibilidade e ou respeito da restante sociedade, três casos recentes revelam, como e fosse tal coisa necessária, o atroz estado do miserabilismo bem como do descrédito a que isto da Justiça chegou.
Primeiro caso, a trapalhada impronunciável do libelo acusatório que recai sobre o senhor Sócrates e restante pandilha, o juiz deixou cair a maioria das acusações, os delegados do Ministério Público recorreram, um outro juiz declara que não pode sanar o recurso, instalando-se assim uma bela trapalhada que é a cara da Justiça nacional, torpe, miserável, burocrática, esclerosada e absolutamente fragilizada, indubitavelmente desligada da realidade do século em que vivemos.
Num segundo caso, um julgamento que se propõe julgar um grupo de motoqueiros criminosos, precisa de um colectivo de juízes, mas tal está a revelar-se algo impossível, porque essa rapaziada do juízo, que parece disso ter pouco, que tantas vezes se revelam tão prepotentes e arrogantes com os fracos afinal quando tem de julgar criminosos sérios, tremem-lhes as canetas e piram-se de rabo entre as pernas, em mais uma triste prestação dos protagonistas cimeiros da tal Justiça.
O último dos casos, e muitos mais poderia aqui trazer para ilustrar a minha opinião, prende-se com o facto de um conhecido galfarro banqueiro, que foi finalmente condenado a uma pena efectiva, mas que como era de esperar escapou, como fazem quase todos os crápulas, ora como é que um bandalho desta igualha se escapa? Simples, porque quem gere a Justiça é um aparente bando de ineptos.
Os três casos que resumidamente aqui trouxe são apenas três exemplos do quão absurdo e patético isto da Justiça chegou, demonstram que esta nossa Justiça está moribunda, caótica e caída no mais completo desnorte, totalmente descredibilizada, importa perguntar, quem é que em Portugal ainda acredita na Justiça que existe?
Duvido que exista muita gente a acreditar na Justiça, acórdãos patéticos e incompreensíveis, juízes e procuradores envolvidos em falcatruas e escandaleiras, advogados com comportamentos mafiosos e corporativistas, uma Justiça que claramente faz a distinção entre ricos e pobres, uma Justiça arbitrária que a uns tudo exige e a outros tudo permite, a ridicularia das penas, a farsa da reinserção social nas prisões, as condições a roçar o miserável em que vivem, os detidos, os guardas bem com o restante das forças policiais, as instalações judiciais como os tribunais que funcionam em condições para lá do insalubre, tudo isto e o mais que se queira, é bem revelador de que a Justiça em Portugal é algo que não existe plenamente.
Aquilo que temos ao invés de uma Justiça saudável, é uma outra coisa demente, uma teia burocrática, um novelo de fios emaranhados uns nos outros, de que servem os grandes escritórios de causídicos mafiosos, que pressionam os politiqueiros a produzir legislação quase sempre manca que permite as maiores das pulhices e por entre as malhas das quais, se escorrem sempre os bandalhos da alta roda, em suma ganhem vergonha e de uma vez por todas faça-se Justiça, mas verdadeiramente justa e não esta coisa infecta e miserável que hoje temos.
Francisco Pereira
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