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A SAÍDA do EURO e um NOVO PARTIDO

01-11-2013 - Eduardo Milheiro

É a única alternativa à situação de miséria a que chegámos e à falência do actual quadro partidário do arco do poder.

Volto a insistir que Portugal só pode mudar de rumo com um novo Partido de Esquerda e acrescento, com a saída do EURO.

A direcção política da Europa está pouco interessada no que acontece ao povo português, ideia esta demonstrada pelas políticas PSD e CDS, com a colaboração do PS, PS que critica mas não apresenta alternativas. Á esquerda também não se vislumbra a solução para o problema da crise, cujo enorme e miserável número do desemprego atinge números antes nunca imaginados, e a economia sem recursos todos os dias vai falindo, provocando mais desemprego e menos receitas fiscais e contributivas.

Um novo PARTIDO deverá ter como principal fundamento a saída do Euro, porque não podemos voltar a ter democracia e desenvolvimento se não nos libertarmos do jugo da moeda única. A saída ou a continuação no Euro deverá ser uma proposta desse novo partido sujeita a um referendo feito aos Portugueses.

Como diz o Professor João Ferreira do Amaral no seu livro, Porque devemos sair do Euro:

“Adquirindo poder depois da reunificação, a Alemanha aproveitou todas as oportunidades que a moeda única lhe trouxe – e que ela própria tinha criado ao impor um euro à imagem e semelhança da sua moeda, o marco – para se tornar hegemónica na Europa”. *

Esta é uma realidade que nós conhecemos bem, foi a Senhora Merkel e o ministro das finanças Wolfgang Schäuble que mandaram na Europa nos últimos anos com a cumplicidade do ex-Presidente Francês Nicolas Sarkozy, têm sido eles os carrascos da nossa economia e do desemprego.

É importante e essencial romper com esta política europeia, pois nem sequer temos políticos para fazer, no mínimo, esta classe neo-liberal preocuparem-se ou darem um pouco de atenção a Portugal, pois a sua receita é a austeridade e os governantes portugueses aceitam-na dizendo sempre que se não for assim, como eles querem, será pior, não podemos aceitar estas condições e imposições.

Precisamos de um Partido que se bata pelo princípio da igualdade dos Estados e que defenda que a saída do euro; é a melhor solução para Portugal, mesmo que isso implique sacrifícios, que concerteza não serão piores comparados aos actuais.

“O nosso casamento com a moeda única, como todos os casamentos falhados, deve acabar. O seu prolongamento artificial não tem sentido. Só contribuirá para degradar mais a situação.

O divórcio é por isso urgente, cortando com a moeda única e mantendo a pertença, mas com maior distanciamento, em relação a uma União que já pouco tem a ver com os nossos interesses porque se transformou num instrumento do poder Alemão.” *

Portugal é um Estado Soberano com 870 anos de história. Descobrimos o mundo, ensinámos o mundo a navegar, temos uma cultura imensa, temos Nobéis, não podemos agora capitular por quem nos quer tirar a soberania. Esta posição deveria ser defendida acerrimamente pelos actuais dirigentes, pois pedir dinheiro emprestado não é perder a soberania, quem manda em Portugal são os Portugueses, não podemos passar de colonizadores a colonizados, nem que seja por uma Europa que se diz da cultura, do desenvolvimento e da protecção social.

Não podemos desperdiçar os nossos jovens altamente qualificados que emigram para o estrangeiro, muitos para irem ser porteiros de edifícios, seja em França ou na Alemanha, estes quadros têm de trabalhar em Portugal seja na investigação seja na economia, só um partido que defenda esta política com força e convicção, nos poderá garantir o futuro.

Já se começa lentamente a dizer que é preciso sair do euro pelos partidos de esquerda, o secretário-geral do PCP defendeu que a adesão à União Europeia "foi um erro profundo" que levou à actual situação do país e sublinhou que o antigo líder comunista Álvaro Cunhal previu os efeitos dessa opção.

Mas o resultado está aí: um Portugal moribundo, dependente dos “mercados”, com um segundo resgate à porta, e no que diz respeito ao quadro partidário, sem solução alguma.

Ao fim de três anos de massacre da sociedade e da economia, o resultado que se encontra à frente dos nossos olhos são o falhanço das políticas levadas a cabo pelos partidos do arco da governação, sendo que as culpas devem ser assacadas aos dois partidos que têm governado nos últimos dois anos e meio: PSD/CDS com alguma conivência do PS.

Só um novo Partido que reúna todas as forças disponíveis para um novo Portugal - que tenha a abertura para poder reunir os verdadeiros interessados na mudança, movimentos como o “que se lixe a troika”, Professores Universitários, Economistas, Sociólogos, Sindicalistas, gente com competências e conhecimento, gente sem partido, como é óbvio gente de esquerda - podem construir um futuro melhor para nós e para os nossos filhos e netos. Gente que não tenha medo de dizer que quem não está connosco está contra nós, Partido que deverá ter dissidentes partidários, importantes pela sua experiência e conhecimento, mas não ressabiados que saíram dos partidos porque não lhes foi dado o lugar ou o posto que queriam.

Termino dizendo e reforçando a ideia de que a saída do Euro é fundamental para a resolução da crise, parafraseando mais uma vez o Professor João Ferreira do Amaral:

“Com uma moeda única na Europa, a política monetária tem de ser inevitavelmente única. Não poderá nunca haver uma política monetária que corresponda às necessidades de todas as economias do euro – justamente porque as economias são tão diferenciadas que os problemas que as afectam são também eles muito diversos.

Problemas distintos exigem políticas económicas e, em particular políticas monetárias diferenciadas.

Uma política monetária única como a que vigora na zona euro não só exclui um país de usar instrumentos fundamentais da política económica como, inclusivamente, pode criar um ambiente económico e fonanceiro mais difícil para o país, agravando os problemas que ele próprio já enfrenta. Por exemplo, se a política monetária única for muito restritiva e o país se deparar com um problema difícil de desemprego, ainda ficará pior por causa da política seguida, mesmo que esta seja adequada para os outros países.” *

Por tudo isto é necessário que os Portugueses pensem muito a sério num novo Partido que defenda a saída do Euro.

A hora está aí, a decisão tem de ser dos Portugueses.

Eduardo Milheiro

* Textos extraídos do livro PORQUE DEVEMOS SAIR DO EURO, Professor Universitário e Economista João Ferreira do Amaral.

Aconselho vivamente a leitura deste livro, de linguagem fácil, que desmistifica a complexidade da linguagem económica.

NOTA: Quem não puder comprar o livro ou não tiver oportunidade de alguém lho emprestar para ler, o Notícias de Almeirim dá-lhe esta possibilidade. Basta para isso, enviar um e-mail com o número de telefone para contacto para que se possa combinar a entrega do livro.

 

 

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