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A NOVA ANORMALIDADE DOS ANORMAIS CONTRA A POPULAÇÃO MUNDIAL

06-08-2021 - Pedro Pereira

A anormalidade antes de 2020

A década do auge do neoliberalismo, em 1980 foi o período que traçou o quadro em que o mundo vive hoje.

No Reino Unido, os cortes nos benefícios sociais foram justificados com a retórica do governo e da comunicação social mercenária, sobre “responsabilidade individual”, redução do papel do Estado e da necessidade de “se defender sozinho”.

A exemplo do que sucedeu então nesse país, em que o bem-estar do estado, como a educação, serviços de saúde, bem assim como o papel do sector público, foram minados pelo dogma neoliberal e a crença de que o mercado dominado pelas corporações globais era o método mais eficaz para proveras necessidades humanas.Os governos da restante Europa seguiram-lhe as pisadas. A 1ª ministra britânica, Thatcher entendeu ser sua missão libertar o espírito empreendedor através da abolição do “estado de bem-estar”. Nesta senda, tratou de esmagar o poder dos sindicatos e de privatizar os principais activosdo estado.

No espaço de apenas dois anos, as políticas de Thatcher destruíram um quinto da base industrial britânica. O sector de finanças, bancos e serviços foram promovidos a novos motores da economia, enquanto parte do sector de manufactura britânica foi transferido para as economias de trabalho baratas na China, na India, Paquistão...

Graças a Thatcher, a participação dos trabalhadores no rendimento nacional foi reduzida de 65% para 53%, ao mesmo tempo que a maior parte dos empregos industriais relativamente bem remunerados,que ajudaram a construir e a sustentar a economia desapareceram.

Em suma, o que Thatcher fez foi facilitar o processo de globalização abrindo a economia britânica para os fluxos internacionais de capital dando rédeas soltas gratuitas às empresas multinacionais.

São estas empresas, controladas poroligarcas,que estabelecem as agendas da Comissão Trilateral, do Grupo Bilderberg, do G7, G20, da NATO, do Banco Mundial e da Organização Mundial de Comércio, a que se somam diversos grupos de “reflexão e de âmbito de elaboração de políticas”, como o Conselho de Relações Exteriores, o Instituto Brookings e Chatham House, bem assim como o Fórum Económico Mundial, onde variados sectores da elite mundial cozinham políticas e estratégias e em seguida transmitem-nas aos governos. Dirigido pela visão de seu influente presidente executivo, KlausSchwab, “o Fórum Económico Mundial é uma das principais forças motrizes da grande redefinição, uma mudança tectónica que visa modificar a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos”.

A nova anormalidade (conhecida como o “novo normal”)

A grande redefinição para a nova anormalidade contempla a transformação do sistema capitalista, que irá resultar na restrição permanente de liberdades fundamentais e de vigilância maciça, sacrificando meios de subsistência e de sectores inteiros de produção, a fim de reforçar o monopólio e a hegemonia de empresas farmacêuticas, gigantes de alta tecnologia, da indústria de pagamentos digitais, biotecnologia, etc. Todo este cenário está montado sob a aparência de uma “quarta revolução industrial” em que as economias são reestruturadas e muitos trabalhos vão ser fornecidos pelas tecnologias de inteligência artificial.

Simultaneamente, novos mercados estão a ser criados sobretudo graças ao Covid19, que contempla novas oportunidades e lucros estratosféricos, sobretudo para a indústria farmacêutica.

Por exemplo, o presidente do Banco Mundial declarou que irá ajudar os países mais pobres após os confinamentos que sofreram. No entanto, este presente envenenado é condicionadoem funçãodo fortalecimento de novas reformas e do enfraquecimento dos serviços públicos impostos aos países, continuando assim, forçadamente, o ajuste estrutural das respectivaseconomias.

Uma elite capitalista autocrata, apoiada em tecnocratas e políticos corruptos,procura garantir um controlo maior (visando o total) da economia mundial. A muito breve prazo irá desaparecer o actual sistema capitalista assente nos mercados livres e na concorrência. As economias irão ser monopolizadas por conglomerados globais, como plataformas de e-commerce lideradas por empresas como a Amazon, Walmart, Facebook, Google e os seus proprietários superbilionários.

As restrições que os governos têm vindo a impor aos estados e aos povos desde março de 2020, contribuíram para aumentar o controlo político sobre os cidadãos, consolidando deste modo o seu domínio em função dos seus desígnios conformados às ordens da elite global.

Novos mercados vão ser criados através de financiamento, enquanto todos os aspectos da Naturezaserão nacionalizados, colonizados e comercializados,sustentados por propagandaaleivosa e mentirosa de “protecção ambiental”, de acordo com oque vem sendo propagandeadocomo “economia verde”, que já se encontra inscrita na falsa noção de “consumo sustentável” e de “emergência climática”.

Ao mesmo tempo, os direitos fundamentais dos cidadãos vão sendo paulatinamente erradicados, em concordância com as medidas tomadas pelos governos a pretexto da Covid19. O elemento fundamentalda chamada “nova normalidade”, criada pelos anormais, é a necessidade premente de suprimir as liberdades individuais dos seres humanos, dado que o consumo sem restrições num futuro brevenão continuará a constituir (como hoje sucede) uma opção para a maioria da população.

O que estamos agora a testemunhar, não é mais do que uma grande reestruturação de economias capitalistas.

A inteligência artificial e a automação avançada de produção, distribuição e fornecimento de serviços (impressão 3D, tecnologia de drones, veículos sem motorista, alimentos produzidos em laboratório, plantações sem agricultores, robótica, etc.), a mão-de-obra e a educação para todos, a prestação de cuidados de saúde universal e gratuita (nos países mais avançados)assim como os actuaissistemas de atividade económica capitalista, vão ser dispensados.

Num sistema reorganizado que não necessita de vender as virtudes do individualismo excessivo por meio do consumismo, os níveis de direitos políticos e de liberdades civis não continuarão a ser tolerados. Aumentará aconcentração de riqueza, de poder e de propriedade.Na face contrária da moeda, a maior parte da população passará a receber um rendimento mensal miserável, controlado pelo poder e será submetida à disciplina imposta por de um estado de vigilância permanente, à semelhança do que já acontece na China, concebido para restringir liberdades que vão desde a liberdade de movimentos à de expressão.

A sensação de liberdade dos cidadãos à medida que a vacinação em massa sucede nos vários países, também intervém nesta situação. Uma vez vacinados, a maior parte dos indivíduos começarão a sentir-semais livres do que quando estavam confinados. Mas essa sensação terá um preço alto, que começa pela supressão da Liberdade.

Pedro Pereira

 

 

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