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Sentimento oceânico

21-05-2021 - Rabim Saize Chiria

Qual é o sonho dos moçambicanos? O grande sonho dos moçambicanos é lutar pela posse do eu diluído no “todo” para que se resolva duma vez por todas as tensões entre “o individualismo egoísta” e “o todo solidário.” Amargura quotidiana que a tormenta aos Moçambicanos é a psicologia de aquisição revelada por algumas entidades sem identidade definida.

Ora, todos nós sentimos, mas nem todos sentem o que eu sinto; todos nós choramos, nem todos choram o que eu choro; todos nós necessitamos, mas nem todos necessitam o que eu necessito, portanto, cada um com as suas necessidades, cada um com seu propósito, cada um com seu projecto de vida, em fim, cada um com seus fins!

Sentimento oceânico!Até então tenho 30 primaveras de existência, e durante este período aprendi que, na matéria de política, sobretudo num clima de clivagem entre grupos antagónicos, a melhor estratégia não é eliminar os fins de cada um, mas conjuga-los dentro da lei universal, de modo a costurar um tecido social sólido. Aliás, a concretização dos fins de um não constitui obstáculo para a concretização dos fins do outro. Por isso, todos devem e devemos estar em pé de igualdade na satisfação e no alcance dos fins esperados.

Ora, as 45 primaveras da independência moçambicana equivalem 45 primaveras de pavor, de solidão, de pânico, de insegurança e de nomadismo popular. Equivalem 45 primaveras de ilusão do povo, no sentido de comunhão com inimigo; Equivalem 45 primaveras da falsa democracia proclamada pelos que alegam serem progenitores da mesma; Equivalem 45 primaveras de dominação silenciosa, uma dominação em que o maior número dos dominados concordam na totalidade com as cláusulas propostas pelo dominador, visto que a dominação ideológica embaça a visão dos dominados, portanto, os dominados não se vê dominados.

Ora bem, para superara individuação que paira no seio da burguesia local é necessário que o individual junte-se ao todo, visto que a psicologia egoísta é apenas um vestígio atrofiado pela história, a psicologia egoísta é apenas um sentimento ilhote e, não oceânico. Portanto, cada moçambicano que manifeste o sentimento oceânico, um sentimento em que o indivíduo rejeita a violência como critério para obter vantagens, um sentimento que usa o outro como um fim em si mesmo e não como meio para conquistar o bem-estar numa ilha isolada.

Autor: Rabim Saize Chiria

 

 

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