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A propósito de Saúde ou da falta dela

03-10-2014 - Henrique Pratas

É com alguma dificuldade que irei escrever este texto, única e exclusivamente por ainda não estar refeito sobre o que vos irei descrever.

Ontem ao final da tarde e no exercício da minha actividade de solidariedade para com os mais desprotegidos, uma pessoa que não tem ninguém pediu-me se eu a acompanhava a uma Clinica situada em Chelas e com o nome de Clinica de Chelas, para efectuar uma ecografia por indicação do seu médico de família.

Como sou defensor de comportamentos solidários e criei a minha própria sociedade onde vivo em paralelo e não faço ideias preconcebidas relativamente aos locais ou zonas mais ou menos bem frequentadas, porque é-me difícil distinguir em termos conceptuais o que é bom e o que é mau, lá fui com algumas reservas mas fiz o que a minha consciência mandava e no caso vertente ajudar alguém que não tem ninguém mas que precisava de ir fazer um exame auxiliar de diagnóstico.

Com grandes reservas, quanto ao funcionamento da referida Clinica, que de clinica só tem o nome, porque o que lá se passa é perfeitamente indigno e inqualificável.

Como sou um rapaz que me habituei a reparar em tudo e sou muito analítico nas minhas observações, começo por reparar que estavam dois fulanos, supostamente os donos, um de cada um dos lados da entrada, estranhei mas como não faço juízes de valor sem observar o que de facto se passa, redobrei a minha postura e fui ouvindo conversas e cheguei à conclusão que quero partilhar convosco, para que os menos avisados se algum dia dos disserem para ir àquela “Clinica”, por favor não o façam.

As principais razões assentam em princípios básicos de higiene que não são respeitados, a negócio de matriz mafiosa em que indiciam os pacientes a realizar exames e no caso de situações de gravidez consoante as idades e os desejos das mulheres que se encontram grávidas, na decisão de levar a gravidez até ao fim ou em situação em que pretendam interromper essa situação de graça por motivos que não sejam os decorrentes de uma má formação do feto ou situação de risco de vida para a mulher grávida, aquilo funciona como uma linha de montagem, onde os supostos “donos” têm soluções para tudo e fazem o reencaminhamento para congéneres na mesma área, quanto a decisão seja uma ou outra. No caso de continuarem com a gravidez as indicações de acompanhamento são para supostos obstetras que se movimentam e dão sustentabilidade a um negócio que só posso caracterizar por mafioso, no mais puro e explicito sentido da palavra. Se a decisão for a interrupção voluntária da gravidez o encaminhamento é feito para outro local provavelmente da mesma “cadeia” onde a prática dos cuidados de saúde é feita sem o mínimo, mas mesmo mínimo, dos mais básicos cuidados de higiene definidos para o que seria um bom funcionamento de um local onde se praticam actos médicos.

Saliento que a mesma “Clinica”, não faz só exames complementares de diagnóstico, vai a todas como é hábito e costume dizer-mos em linguagem corrente, possui também uma área dedicadaà higiene oral ou vulgarmente designada por estomatologia e que o que observei foi uma falta de tudo que até agora me custa a descrever, apesar de esta constatação ter ocorrido ontem pelas 18 horas, não são utilizadas luvas cirúrgicas, os babetes, ou as protecções utilizadas para que os pacientes não se sujem passam de uns para outros, nas ecografias os lençóis que servem para as mulheres se taparem da cintura para baixo é único e serve para várias no mesmo dia e não sei mesmo se para os outros dias enfim um nojo.

Os designados ou “supostos” médicos têm um ar alucinado e perfeitamente tresloucado o pessoal auxiliar que supostamente assistem os médicos são pessoas de comportamentos duvidosos considerando a forma como falam com os utentes e depois de terminarem o serviço vestem-se de uma forma que a mim, que já tenho alguma experiência de vida, me deu a entender que depois de saírem dali se dedicam à mais antiga profissão, ou seja à prostituição.

Numa casa de passe o comportamento dos proxenetas e das prostitutas é mais decente que os “donos” e funcionários da “clinica” a que me refiro.

Lá ajudei a pessoa que acompanhei a fazer o exame, que era uma ecografia renal, aguentei-me sem dizer nada nem deixar transparecer para a pessoa que foi fazer o exame, estou agora a partilhar convosco esta minha vivência no sentido de vos alertar para se algum dia vos indicarem esta “Clinica” não vão lá, por mim se tivesse poderes e competências par tal a mesma tinha ficado fechada e devidamente selada ontem.

Não vos consigo escrever mais do que isto, porque ainda estou em estado de choque, ao que nós chegámos, esta situação porque passei trouxe-me à memória o filme “ Voando sobre um Ninho de Cucos” interpretado brilhantemente por Jack Nicholson e excelentemente realizado por Miloš Forman.

Não vos consigo escrever mais sobre esta má experiência ainda estou em estado de choque e me interrogo como é que é possível existir um “Clinica” desta estirpe a funcionar é inenarrável.

Terminei em “beleza” o mês de setembro do ano 2014, vai ficar na minha memória para o resto da minha vida pelas piores razões.

Lisboa, 01 de outubro de 2014

Henrique Pratas

 

 

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