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Emoções/Responsabilidades

03-10-2014 - Henrique Pratas

A minha abordagem de hoje decorre do que me foi dado a observar durante o fim-de-semana, uma vez que a nossa vida não para e os eventos que ocorrem na nossa sociedade não param.

Não nos vou escrever sobre a eleição do novo Secretário-Geral do PS, porque na minha opinião esse acontecimento é uma não noticia porque da minha parte já era expectável que o candidato que se apresentou às eleições estava à partida eleito, isto é para mim a crónica de uma eleição já esperada, porque nesta alternância que temos de Governos do PS sozinho ou coligado com o CDS/PP, ou do PSD só ou aliado ao CDS é um mal que nos acompanha há alguns anos e não vejo forma, nem consigo deslumbrar no futuro, alterações a esta sucessão dos chamados partidos do arco da Governação.

As diferenças entre eles, até à presente data não são significativas tanto mais que quando o PS está no Governo os “rapazes” do PSD não estão em cargos ministeriáveis mas estão em cargos em sectores da responsabilidade do Governo e o contrário também é verdadeiro, o que quero escrever de forma explicita é que as mudanças não são substantivas e por parte do PS o que existe é a vontade mais ou menos explicita de ter uma maioria e um Presidente tal como o PSD desejava e é nisto que o designado aparelho partidário do PS já vem trabalhando há alguns meses e todos já sabem qual irá ser o candidato à Presidência da República proposto pelo PS (António Guterres) e isto como podem constatar não constitui novidade nenhuma para todos e esta sina dos partidos do arco da governação no nosso País vai manter-se ad iternum.

O que gostava de partilhar convosco foram as emoções que jovens e menos jovens candidatos a cantores me transmitiram ontem nos programas televisivos que decorrem no canal 1 da RTP e na SIC.

Como faço zapping tive a oportunidade de apanhar nos canais a que aludo anteriormente situações e lições de vida que nos deviam alertar para aquilo que é importante.

O que nos foi dado a assistir foram situações de jovens e menos jovens a lutar por aquilo que gostam de fazer e nos casos que vos mencionar com experiências de vida já muito significativas.

No canal 1 da RTP, apareceu um rapaz com 9 anos a cantar de uma forma perfeita tendo como referência o seu avô que cantava fado e na minha opinião ele saiu-se muito bem e aos 9 anos já sabe o que quer para a sua vida e sentiu-se que ou eu senti que o fazia por influências e respeito do seu avô entretanto já falecido.

Na SIC, apareceram dois jovens uma de 14 e outro de 16 anos a cantar muito bem. A primeira na sua apresentação fazia referência à morte de seu pai que não conheceu pois quando ela nasceu, já ele tinha partido há cerca de 1 mês e não teve oportunidade de o conhecer, a morte teve a ver com uma adição que não é nova morreu porque foi agarrado pelos estupefacientes ou drogas como queiram e aquela rapariga, deixou uma mensagem a todos para não se deixarem agarrar pelo mesmo mal.

O outro um rapaz de 16 anos, filho de pais separados, com um desgosto de não conhecer bem o seu pai, a última vez que falou com ele foi há um ano, carrega em si uma tentativa falhada de suicídio, foi “amparado” a tempo pela COMISSÃO DE PROTECÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS e actualmente está a viver nos dos lares da referida Comissão, mas já tem em cima de si uma cicatriz que o acompanhará para o resto da vida.

Um outro, este menos novo, designado por esta sociedade como sénior, foi um antigo bailarino de dança clássica durante muitos anos, depois andou pelas canções e numa fase já avançada da sua vida foi-lhe diagnosticado um cancro na garganta, os médicos deram-lhe pouco tempo de vida, tal era a disseminação desta doença traiçoeira. Fez 7 anos, sim sete anos de quimioterapia e apareceu ali no palco a cantar como ninguém, para sobreviver dá aulas de canto.

As ilações que pretendo tirar destas situações são que fui “presenteado” com grandes lições de vida e confrontado com pessoas que lutam por aquilo que gostam de fazer que é cantar, muitas das vezes andamos preocupados com coisas que comparadas com estas que acabei de vos relatar não têm importância nenhuma e recebemos uma lição de vida, de querer inabaláveis, vale a pena pensar naquilo que tem importância e naquilo que não deverá sequer merecer o desvio da nossa atenção.

Constato também que “matéria-prima” temos, desculpem utilizar esta designação para as pessoas que não gosto de fazer, mas entendo que neste caso se pode aplicar. O que constato é que provavelmente os Des) Governantes deste País sejam os destes Partidos do Governo ou de outros Governos não aproveitam o que temos e isso eu acho inqualificável e não será por acaso que não existe um Ministério da Cultura e se existe não tenta rentabilizar as riquezas “brutas” que possuímos e não as lapidamos para que passem a cristais preciosos.

Concomitantemente com esta ilação que retiro não deixo de nos responsabilizar a nós geração que surgimos primeiro e que não criámos as condições necessárias para que estes jovens e menos jovens, tenham as oportunidades que merecem ou mereciam e essa responsabilidade teremos que assumi-las.

Lisboa, 29 de setembro de 2014

Henrique Pratas

 

 

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