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´´E´´ de esperança.

30-04-2021 - Francisco Pereira

Esperança é uma palavra bonita, de tão bonita que é, serve até para dar nome a pessoas, para além disso, sabemos que é sempre a última a morrer, o que faz com que seja um sentimento com um fantástico prenúncio de resiliência, a sua mera evocação revigora os espíritos, enche as almas de desejos de resistência, de forças extra para suportar aquilo que por vezes parece ser insuportável.

Talvez seja bom recordar que desde Dezembro de 2019, o Mundo acordou numa nova realidade, uma pandemia, um vírus com consequências terríveis, afecta a Humanidade, as consequências, económicas, sociais e outras, vão demorar décadas a ultrapassar, sendo certo que várias das sequelas dessa pandemia dificilmente terão cura, ele há feridas, invisíveis, que calam bem fundo na alma das gentes, temo que essas dificilmente terão cura, ainda assim, tenho esperança, que uma chuva qualquer lave essas feridas, tenho esperança.

Não acredito que a Humanidade saia deste ordálio, melhor, mais preparada e ou mais resiliente, com mais tolerância, mais empatia, mais humanidade. Ao início ainda fiquei na dúvida, muitos diziam que iríamos sair disto melhores pessoas, que o melhor da Humanidade triunfaria, fui sempre cauteloso e céptico em relação a essa pretensa e porque não dizê-lo, revolucionária, consequência de uma provação, dado que se olharmos para trás, para as estórias da grande História, onde moram os fantasmas dos natais passados, vemos que raras foram as vezes, se alguma vez verdadeira e integralmente aconteceu, que tenha a Humanidade emergido de uma catástrofe coesa e melhor do que entrara nesse desafio. Mas tenho esperança.

Fui vendo passar os dias, fui tendo esperança, de ver um melhor Mundo, de ver melhores pessoas. Sem dúvida que vi coisas de excelência, exemplo impressionantes de bondade, de civilidade, de respeito e tolerância, mas infelizmente no geral, o que mais vi foram coisas degradantes, todo o repositório da mediocridade humana veio à tona, um bom exemplo foi a actuação da pretensiosa União Europeia, que de União parece ter pouco, dado que a actuação pareceu mais uma espécie de salve-se quem puder, apesar das tentativas de coordenação a coisa ficou aquém daquilo que seria expectável numa alegada União, a juntar a isto tivemos uma quase «tempestade perfeita», o Mundo viu grandes países dominados pelo mais fino rebotalho politico, produtos da mediocridade geral que assola este planeta.

A Ciência, muito por culpa própria, deu por si a ser achincalhada por magotes de teóricos da conspiração, milhares de alienados, contrapõem, contestam e menosprezam a realidade, alardeam em manifestações e arruaças várias, patéticas matilhas ululantes de amalucados vociferam contra tudo e contra todos, no outro lado da barricada os hiper hipocondríacos, tornando ainda mais difícil gerir esta componente da já difícil situação em que a pandemia colocou o Mundo, aparentemente, a par do Covid, outra pandemia grassa pelo planeta, a ignorância, a atroz ignorância, um interessante contra senso num Mundo que anda à velocidade da luz, um Mundo que vomita informação, com milhares de bibliotecas, milhões de livros e de jornais, de sites de canais de televisão, de revistas e programas de rádio e sobretudo da quase magicamente reverencia Internet, esse grande canal que liga quase tudo o Mundo, repositório daquilo que temos de melhor e de pior, mas tenho esperança.

Tenho esperança, que nós as pessoas, percebamos, que só poderemos persistir neste planeta se cuidarmos dele, só poderemos usufruir do que ainda temos se formos solidários e tolerantes, tenho esperança que ainda haja esperança para um Mundo melhor, quero acreditar que sim, ainda que tudo aponte para que não, há demasiada maldade, demasiadas certezas, demasiada gente, demasiada religião, demasiada ganancia…

No entanto tenho esperança.

Francisco Pereira

 

 

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