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Confinamento… essa farsa de realidades difusas

12-03-2021 - Francisco Pereira

Não, este artigo não é negacionista, nem eu o sou tampouco, na realidade é minha convicção que o confinamento foi a grande arma, para conter a propagação do vírus, pois sempre que se “desconfinou” e permitiu à manada andar à vara larga foi o caos com contágios em barda, mas adiante que isso são questões para os cientistas.

Se chamo «farsa» ao confinamento, esse epíteto advêm simplesmente de uma observação pessoal e local sobre como foi isso do confinamento batoteiro, aqui pela cidadelha onde habito, coisa anedótica digna do melhor da comédia trágica, para ser simpático.

E digo-o, porque essa foi a percepção com que fiquei, dado verificar que enquanto efectivamente muitos estabelecimentos fecharam, outros porém continuaram abertos à socapa, em funcionamento clandestino, daí isto tudo ter sido uma farsa.

O que falhou então? Não vos sei responder, não falo de conivências, para não suscitar maus-olhados, conivências essas, que permitiram que os negócios dos “amigos” seguissem clandestinos, enquanto se vigiavam os negócios dos outros que não são amigos, impedindo-os assim de abrir, prefiro antes acreditar que ao invés das tais “conivências” tenha antes existido um simples e normal “laxismo”, igualmente mau, ou até se calhar uma genuína falta de recursos, humanos e materiais, realidade com que estes pardieiros provincianos cada vez mais se debatem, facto que faz com que a vigilância com que se devia ter imposto a legislação fosse menor ou até inexistente.

E se a coisa aqui pela cidadelha, foi o que foi, e vai continuar a ser, nas aldeolas rurais mais interiores foi o total regabofe, como o provaram os vários surtos que nessas localidades foram aparecendo, evidenciando que aquilo do «confinamento» era coisa que não colhia junto daquela rapaziada.

Vimos sucederem-se os atropelos, mais ou menos anedóticos e ou patéticos ao grandiloquente confinamento, das jantaradas e almoçaradas feitas às escondidas, mas com direito a partilha nas redes sociais da moda, até situações verdadeiramente rocambolescas como por exemplo uma a que assisti, que me deu para umas boas gargalhadas, passo a contar.

Com o fecho, da maioria dos pequenos negócios de comércio, imposto pelo confinamento, mercê da incapacidade e mediocridade do Governo em prover aos donos desses pequenos negócios, a malta inovou, e foi ver nas redes sociais catadupas de vídeos de matronas donas de lojecas de trapos a fazerem vídeos para irem ganhando algum, pois se estivessem à espera do camarada Costa, acabariam a trincar ossos.

A cena a que assisti, caricata que foi, prende-se com uma situação dessas, a pessoa anunciou os trapecos para venda através de uma publicação numa rede social, as compradoras assinalaram a preferência pela compra, seguidamente devem ter marcado o local para a transacção, um parque de estacionamento perto de minha casa, o que me permitiu rir a bandeiras despregadas, com o ridículo, das senhoras com sacos debaixo do braço, depois de efectuarem a compra, junto de um carro estacionado que servia de armazém volante, seguindo depois em passo acelerado a correr de volta para os seus veículos para abandonarem o local a toda a brida lançando olhares sorrateiros em redor com se estivessem a tratar com algum tipo de contrabando, cenas destas, só naqueles filmes americanos sobre o tempo da Lei Seca dos anos 30 do século passado, assistir a isto, foi de morrer a rir, só vos digo.

Já há uns anos tinha assistido a uma magnífica e surreal cena anedótica no mesmo local, que apesar de não ter nada que ver com o tema de hoje, excepto o cariz anedótico, não mais me saiu da memória, conto rápido para concluir.

Numa das extremidades do mesmo parque de estacionamento, uma operação das forças policiais, canalizava as viaturas que circulavam naquela rua contígua à entrada do parque, para o interior do mesmo, onde se imobilizavam e eram inspeccionadas por umas duas dezenas de diligentes senhores policias, uma trintena de metros mais à frente na outra entrada do mesmo parque, que dá para uma outra rua, de tempos a tempos parava um carro, de lá saía alguém que ia comprar droga a uma casa de jovens empresários do medicamento alternativo que perto tinham o poiso, como se nada fosse, verdadeiramente “nas barbas da Autoridade” como sói dizer-se os “agarrados” lá iam tratar das suas precisões enquanto a policia estava ali a uns metros a fazer de conta, absolutamente surreal esta cena, o que eu me ria nessa tarde, até me doíam os maxilares, com esta outra farsa.

Termino então, que longa vai a arenga, apontando o dedo à farsa que é isto do confinamento, em que os farsantes governeiros, impõem fechos e confinamentos sem proverem às pessoas, sem as ajudarem, e quando o fizeram foi com medidas de farsa que mais atrapalham que ajudam, como país continuamos a ser uma farsa, pode ser que isto passe entretanto, duvido, mas tenho esperança.

Francisco Pereira

 

 

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