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Trabalho não Remunerado

26-09-2014 - Henrique Pratas

Ontem os patrões anunciaram que pretendiam que o trabalho suplementar (extraordinário, em dias de descanso e feriados), continuasse a ser pago sem os devidos acréscimos, até 2016.

De imediato o Presidente da Associação Industrial Portuguesa veio reiterar esta intenção invocando a perda de competitividade externa.

Na semana que passou o dono de uma cadeia de supermercados veio dizer que nós éramos uns miseráveis porque estávamos a perder tempo a discutir o aumento do salário mínimo nacional para 505,00 €, invocando que nas suas empresas o salário médio praticado rondava os 780,00 € e insistiu que não passávamos de uns miseráveis por estarem a perder tempo com uma discussão que não levava a lado nenhum e estavas a falar de apenas de 15,00 €.

Face à declaração do representante dos patrões eu escrevo entendam-se e não venham com explicações de perda de competitividade porque essa não pega.

Estão de acordo comigo que os nossos salários são dos mais baixos praticados da União Europeia, já que é esta que é utilizada como referência, ora se são os mais baixos comparativamente como os da referência, porque é que não hão-de pagar o trabalho suplementar, única e exclusivamente por que não querem que diminua a margem de lucro, porque se um salário alemão e não sei quantas vezes maior que o salário português e na Alemanha pagam tudo o que é devido ao trabalhador, mesmos as horas que são feitas para além do período normal de trabalho que são as 7 horas e cá nós temos 8h, convém não esquecer este pormenor e quando nós vamos comprar um produto produzido na Alemanha compramo-lo ao preço que custa produzir esse bem acrescido de uma percentagem destinada ao lucro que vai para os bolsos dos accionistas ou donos das empresas.

Aqui o que se pretende é não diminuir essa taxa de lucro, quando se fala em perda de competitividade ou então estão-nos a comparar com os Países asiáticos onde a remuneração do trabalho é extremamente baixa comparativamente com o mercado europeu.

Quanto a isto definam-se também queremos estar na Europa ou não, se sim teremos que ter padrões devida comparáveis se não que se assuma de uma vez por todas que o que queremos é voltar aos tempos em que o patrão define as regras do jogo paga o que acha que deve pagar e aqueles que apenas o que têm para vender é a sua força de trabalho serão cada vez mais submissos aos detentores do capital e acabe-se de falar da Declaração Universal dos Direitos Humanos, no Estado Social e em não sei quantas balelas em que a preocupação é atingir os níveis europeus em todos os estádiuns.

O que se está a passar é vergonhoso parem de brincar com as pessoas porque elas não merecem isto, assumam-se e sejam claros com o que pretendem sejam objectivos chega de cinismo.

Nota: Texto escrito em, 23 de setembro de 2014

Henrique Pratas

 

 

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