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Não há limites para a pulhice…

29-01-2021 - Francisco Pereira

Nestes últimos dias após a eleição presidencial, fui ouvindo várias autópsias à coisa, das luminárias do comentário político omnipresentes no telelixo, alguns miseráveis que foram enquanto governantes parecem agora saber de tudo e possuir todas as soluções, mas ouvi-os e também fui lendo artigos escritos em jornais nacionais ou regionais, passando claro está pela Internet, sendo que nas redes sociais, locais sobrepovoados por hordas de patéticos e patetas dados à conspiração cretina, ao rumor, ao boato e à simples estultice ao serviço de interesses políticos, foi um dos locais a que menos recorri, por ser um esgoto sórdido raso de idiotas.

Dos muitos «comentadeiros» foi um fartote de “ai Jesus” e “Aqui d’el Rei”, por causa das votações no senhor Ventura. Num repente eis os papões fascistas ressuscitados, o povo de Esquerda treme, barafusta e aponta o dedo, os «politburos» e comités agitam as foices, falam de racismo, de xenofobia e outros papões, muitas delas promovidas em agendas de gentalha racista e sectária que promove aquilo que diz lutar contra, do outro lado a mesma incredulidade, o povo de Direita está assarapantado, eles que se julgavam donos de tudo, dos liberais que a cada escolho lá regressam à mama do velho Estado exaurido, aos mais conservadores marretas de vistas curtas e mentes tão empedernidas como os cavalheiros marialvas do antanho torpe deste país. “Aí que se acaba a Democracia” gritam uns, “Ai que se acaba o tacho” clamam outros, tudo por causa de um tipo que a vender a sua banha da cobra qual sereia maviosa levou meio milhão de eleitores à certa, ser tão redutor na análise e nas conclusões pategas como os comentadores ou como os politiqueiros em relação a esta votação é mesmo não perceber ponta de corno deste país nem do seu Povo.

O que realmente faz perigar a Democracia, o que faz verdadeiramente o Povo afastar-se da governação e da política, não são os patetas mais as suas bojardas racistas, não são maquinações de sociedades mais ou menos secretas nem sequer os papões de um qualquer pretenso fascismo latente, o que realmente está a fazer ruir a Democracia é a pulhice, e não perceber isso é ser absolutamente néscio.

Confusos? Não temam, caros leitores, vou explicar. A pulhice dos nossos políticos, que se manifesta nas suas acções, parece não ter limites, quando incautamente se julga que não é possível ser-se mais pulha, mais biltre e mais bandalho, eis que os nossos políticos nos surpreendem com ainda mais uma vilania do piorio, em suma meus caros é desta impune pulhice que o bom Povo está farto.

Veja-se aquela que, minha profunda convicção, foi a mais recente e suprema pulhice, os senhores políticos deixaram passar as eleições para anunciarem que a Direcção Geral da Saúde, como se nós acreditássemos que essa súcia tem alguma autonomia, dizia eu, que foi anunciado que a dita DGS ia incluir a corja politiqueira, ministros, deputados, presidentes de câmara entre outras subespécies, no rol da vacinação à frente de muita da gente que realmente necessita de ser vacinada o quanto antes, ora meus caros amigos se isto não é uma pulhice das mais rematadas, não sei o que será. Ouvi sobre isto vindo essencialmente da corja politiqueira argumentos do mais pulha que pode existir, no entanto, manda a decência que se diga que registei com agrado, que alguns políticos, poucos, recusaram alinhar, e bem, com aquela pulhice.

Pois amigos dilectos, é este tipo de pulhices, de comportamentos biltres e bandalhices, que nos últimos 40 anos nos vendem como Democracia, de que o Povo está farto, sendo portanto presa fácil para qualquer aprendiz de politiqueiro que queira subir os degraus do poleiro, portanto meus caros, o ventre de onde saem as tais serpentes venenosas dos pretensos fascismos novos foi fecundado pelos politiqueiros que se dizem democratas, do tal Estado de Direito que alegam que somos, outra pulhice traída pelo dia-a-dia em que o Povo se vê pisado, cerceado e achincalhado sem apelo nem agravo, pela quase inexistência de quem o proteja.

Estas aventuras, desventuras e porventura até a ventura de sermos este pardieiro são tudo produtos dos partidos políticos que temos, da gentalha medíocre que por lá assentou arrais, e é disto tudo desta eterna noite de pulhice que o Povo está cansado, sem perceber este simples facto, sem entenderem o Povo, bem pode acenar com fantasmas, que a maioria, está nas tintas, por isso não vota, e dos que votam, meio milhão agora resolveram mostrar que estão fartos, e daqui a dois anos veremos como será nas legislativas. Existirão então limites para a pulhice em Portugal?

Francisco Pereira

 

 

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